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Estado de Minas GERAL

N�mero de mortes no Brasil dobra a cada 5 dias; ritmo supera EUA e Europa


postado em 23/04/2020 12:00

O n�mero de mortes provocadas pela covid-19 no Brasil tem dobrado a cada cinco dias. Nos Estados Unidos, essa duplica��o ocorre a cada seis dias, e na It�lia e na Espanha, a cada oito. O dado consta da �ltima nota t�cnica do MonitoraCovid-19, um sistema da Fiocruz que agrupa dados sobre a pandemia do novo coronav�rus, e revela a velocidade com que a epidemia se dissemina no Brasil.

"A nossa situa��o hoje � pior do que a de It�lia, Espanha e Estados Unidos. Por isso, o n�mero de mortes est� dobrando em um espa�o de tempo menor", afirmou o epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Instituto de Comunica��o e Informa��o em Sa�de (Icict), da Fiocruz, e um dos respons�veis pelo trabalho. Al�m de epidemiologistas, ge�grafos e estat�sticos do Icict/Fiocruz t�m trabalhado com a ferramenta para produzir an�lises sobre o avan�o da doen�a.

"Os dados de �bitos s�o mais confi�veis do que os dados de casos para medir o avan�o da epidemia", justificou Xavier. "Isso porque, no caso do �bito, mesmo o diagn�stico que n�o foi feito durante a evolu��o cl�nica do paciente pode ser investigado. Al�m disso, a situa��o cl�nica do paciente que vem a �bito � mais evidente, quando comparada aos casos que podem ser assintom�ticos e leves."

Interioriza��o

A nota t�cnica tamb�m alerta para a interioriza��o da epidemia, que est� chegando de forma acelerada aos munic�pios de menor porte do Pa�s. Dentre os munic�pios com mais de 500 mil habitantes, todos j� apresentam casos da doen�a. Naqueles com popula��o entre 50 mil e 100 mil habitantes, 59,6% t�m casos. J� 25,8% dos munic�pios com popula��o entre 20 mil e 50 mil, 11,1% daqueles com popula��o entre 10 mil e 20 mil habitantes e 4,1% dos munic�pios com popula��o at� 10 mil habitantes apresentam doentes de covid-19.

Para o epidemiologista, a decis�o de suspender o isolamento social em munic�pios que n�o t�m nenhum caso da doen�a registrado � extremamente temer�ria, sobretudo em um momento de aumento da velocidade da dissemina��o da doen�a. "Est�o tomando uma decis�o muito arriscada", disse. O pesquisador lembrou que, mesmo que n�o haja registro oficial, a doen�a j� pode estar circulando.

Al�m disso, ressalta ele, as cidades menores est�o ligadas �s maiores, e � inevit�vel que o v�rus chegue at� elas. "� medida que a doen�a avan�a para o interior e atinge cidades menores, a demanda por servi�os mais especializados de sa�de, como UTIs e respiradores, tamb�m cresce", constata. "S� que esses munic�pios menores, em sua maioria, n�o det�m esses recursos de sa�de, ent�o ter�o de enviar seus pacientes a centros maiores, que j� apresentam leitos, equipamentos e pessoal de sa�de em situa��o dif�cil", alertou Xavier.

Exemplo

Com 14 mil habitantes, dois casos confirmados e um �bito, Santa Branca, no interior de S�o Paulo, era at� ontem o menor munic�pio paulista com mais incid�ncia do coronav�rus. At� ter�a-feira, 239 munic�pios do interior paulista (de um total de 645) j� registravam casos da doen�a. Grande parte tinha apenas um registro de infec��o, segundo dados divulgados pelo governo do Estado de S�o Paulo.

O prefeito de Santa Branca, Celso Sim�o Leite (PSDB), diz que o v�rus n�o circula na pequena cidade do Vale do Para�ba. "Esses casos n�o s�o nossos, embora sejam moradores daqui." Ele contou que as duas pessoas que contra�ram o v�rus s�o um casal que mora h� muito tempo em Santa Branca, mas, segundo o prefeito, a infec��o aconteceu em um hospital de S�o Paulo, onde a mulher de 71 anos fazia tratamento de c�ncer. Ela acabou morrendo. "O marido voltou para Santa Branca e est� cumprindo uma quarentena rigorosa."

Segundo o prefeito, o sepultamento ocorreu no cemit�rio local, com caix�o fechado e a presen�a de poucos familiares, em cerim�nia r�pida. "N�o durou meia hora e foram tomados todos os cuidados, mas numa cidade pequena, acostumada com o vel�rio tradicional, isso chega a ser chocante." Leite conta que h� press�o para a reabertura do com�rcio e a volta dos turistas, mas mant�m a quarentena com apoio da maioria da popula��o.

"A cidade tem um hospital com quatro leitos equipados com respiradores, mas os casos urgentes v�o para o hospital de refer�ncia, em Jacare�, a 15 quil�metros", diz Leite. Ontem, todos os leitos estavam desocupados, o que ele atribui ao medo do coronav�rus. "Nossa m�dia de atendimento no hospital caiu de 190 para 20 pacientes por dia. Por medo, as pessoas s� procuram o hospital em �ltimo caso." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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