No cargo h� pouco mais de um ano, o governador Antonio Denarium (PSL), que se define como um "empres�rio", reclama da press�o que sofre no dia a dia do cargo para conseguir colocar em pr�tica as medidas necess�rias para combater o novo coronav�rus em Roraima. Porta de entrada para refugiados venezuelanos, o Estado at� agora registra uma das menores taxas de letalidade do Pa�s, com 18 �bitos em quase 1,3 mil casos confirmados. "Mas isso n�o reduz a press�o da sociedade", diz. "Se n�o tento comprar respiradores, sou homicida, omisso; se compro, sou penalizado com suspeitas sobre o neg�cio."
Considerado leal ao bolsonarismo, movimento que o elegeu governador sem nenhuma experi�ncia anterior na vida p�blica, Denarium tem adotado medidas distintas das defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia ao recomendar o isolamento social. O sistema de sa�de estadual, de acordo com o governo, est� j� com 50% dos leitos ocupados, mesmo sem um surto considerado dos mais graves.
Mas, em fun��o da expectativa de alta nos pr�ximos meses, a secretaria de sa�de tentou comprar 30 respiradores m�s passado, sem sucesso. O contrato, feito mediante pagamento antecipado de R$ 6 milh�es, conforme autorizou Bolsonaro por meio de uma Medida Provis�ria, est� sob investiga��o ap�s os 30 aparelhos n�o terem sido entregues no prazo combinado.
Cada produto custou cerca de R$ 200 mil, num dos neg�cios mais caros feitos por Estados at� aqui - a aquisi��o sob investiga��o do governo paulista, por exemplo, teria sa�do pela metade do pre�o. Ap�s den�ncias relativas ao contrato, Denaruim abriu sindic�ncia interna e exonerou o secret�rio da sa�de, Francisco Monteiro Neto, inicialmente por falhas no processo administrativo.
"N�o considero que tenha ocorrido qualquer ato de m�-f�, mas ele n�o seguiu o rito processual necess�rio, como informar a Controladoria e a mim", afirma o governador, que alega dificuldades para comprar respiradores em tempos de pandemia. "O Minist�rio da Sa�de n�o consegue comprar, imagine Roraima, que � um Estado totalmente isolado do resto do Pa�s, onde s� se chega por barco ou avi�o. A lei da oferta e da procura � implac�vel em situa��es como essa", diz.
Denarium, no entanto, afirma que o ent�o secret�rio buscou uma ind�stria conhecida - na China - e fechou o neg�cio sem atravessadores. "H� muita press�o sobre os governantes hoje, tanto pela legalidade como pela agilidade. N�o est� f�cil a vida do gestor p�blico hoje."
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