
Segundo o Minist�rio da Sa�de, 17.971 pessoas perderam a vida no pa�s por complica��es da COVID-19 (foram 1.179 registros nas �ltimas 24 horas, o maior relato at� agora). O recorde anterior havia ocorrido na ter�a-feira passada, quando 881 novas mortes confirmadas para COVID-19 foram registradas. No total, oficialmente 271.628 pessoas j� foram infectadas. Houve 17.408 novos registros em 24 horas.
Apesar dos recordes, o minist�rio, que est� sem um titular desde a sa�da de Nelson Teich, na �ltima sexta-feira, usou a coletiva de imprensa de ontem para apontar somente que houve queda na doa��o de leite durante a pandemia. N�o houve manifesta��o do governo sobre o crescimento dos casos.
Considerando a evolu��o da pandemia em todo o mundo, o Brasil parece estar se tornando o novo epicentro da doen�a. Na �ltima semana (entre os dias 12 e 18), o pa�s respondeu por algo entre 12% e 14% dos novos casos notificados em todo o mundo - dependendo da fonte, se a Organiza��o Mundial da Sa�de ou a Universidade Johns Hopkins (que tem buscado dados mais recentes da pandemia). Isso significa que a cada 7 pessoas identificadas com a doen�a no planeta, uma delas estava no Brasil. Os n�meros do pa�s, por�m, s�o bastante subnotificados. Estudo recente feito em S�o Paulo, com testes de sorologia, indicou que pelo menos 5% da popula��o da capital pode j� ter se contaminado.
Em n�meros totais, o Brasil � o terceiro em n�mero de casos (atr�s de Estados Unidos e R�ssia) e o sexto em mortes (atr�s de Estados Unidos, Reino Unido, It�lia, Fran�a e Espanha). Nesta semana que passou, entre as na��es que ainda est�o com taxas crescentes da doen�a, o Brasil tamb�m se destaca como aquele em que o crescimento est� mais acelerado, � frente de �ndia, Ar�bia Saudita, Peru e R�ssia. Os EUA, apesar de serem o pa�s com mais notifica��es no total (1,5 milh�o) e ainda baterem o recorde de casos e de mortes por dia, parecem estar entrando em curva descendente, assim como ocorreu com os pa�ses europeus
J� o Brasil ainda apresenta uma taxa de transmiss�o crescente. Estudo feito pelo Imperial College de Londres sobre o pa�s, publicado no dia 8, estimou que o chamado n�mero de reprodu��o est� acima de 1, o que significa que cada pessoa infectada est� transmitindo a doen�a para mais de uma, o que faz com que o n�mero de casos novos seja sempre maior. Os autores alertam que a epidemia ainda n�o est� sob controle no Brasil e � preciso tomar medidas mais dram�ticas. O lockdown vem sendo recomendado por v�rios pesquisadores, enquanto o governo federal deseja afrouxar o isolamento.
Fora de controle
"O n�mero de casos est� dobrando, em m�dia, a cada 12 dias. Em dois meses, nesse ritmo, vai crescer 30 vezes", diz o matem�tico Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geoci�ncias da Unicamp, que trabalha com modelagens da expans�o da doen�a. "N�o � imposs�vel imaginar que poderemos acabar superando os Estados Unidos em casos. N�o temos pol�tica coesa do governo federal com Estados e munic�pios, cada um faz uma coisa diferente. A situa��o pode sair do controle completamente."Ele divulgou na semana passada um c�lculo baseado na expans�o observada em abril, indicando que a taxa de cont�gio para o Estado de S�o Paulo � de 1,49, e para a capital, de 1,44. O n�mero � semelhante ao obtido no c�lculo do Imperial College, de 1,47 para o Estado. Ou seja, cada 100 paulistas infectados transmitiam o novo coronav�rus para quase 150 pessoas, em m�dia - o Estado tamb�m registra recorde casos di�rios.
O Brasil se junta ao grupo de quatro pa�ses no mundo que superaram a marca de mil �bitos atestados para a doen�a em um dia. Segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, apenas Estados Unidos, Reino Unido, Fran�a e China chegaram a ter mais de mil mortes confirmadas para o novo coronav�rus em 24 horas.
O pa�s, por�m, foi o que levou mais tempo entre todos para chegar � marca de mil �bitos registrados em 24 horas. No 30º dia ap�s a primeira morte por coronav�rus, o Reino Unido superou a barreira dos mil mortos em 24 horas. J� os EUA alcan�aram o recorde em 33 dias. A Fran�a, por sua vez, atingiu pela primeira vez os mil mortos 50 dias ap�s seu primeiro registro de �bito. J� o Brasil chegou aos mil mortos no 64º dia.
Recorde em SP
As cidades do Estado de S�o Paulo atingiram um total de 5.147 mortes pelo novo coronav�rus nesta ter�a-feira. Foram 324 �bitos confirmados da COVID-19 em 24 horas, o que representa aumento de cerca de 7%, e mais de mil mortes em apenas uma semana - na ter�a anterior, 12 de maio, eram 3.949 �bitos. S�o Paulo tamb�m superou o recorde de mortes confirmadas em um s� dia, que at� agora era de 224 registros em 24 horas - do dia 28 de abril. A taxa de ocupa��o de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na regi�o metropolitana de S�o Paulo � de 88%. Em todo o Estado, a m�dia � de 71,4% leitos ocupados.Ao informar os n�meros, o secret�rio estadual de Sa�de, Jos� Henrique Germann, fez um apelo para que, durante o feriado prolongado marcado para os pr�ximos dias, a popula��o n�o saia de casa. "O feriado que n�s temos pela frente n�o � um feriado de lazer, � um feriado em casa", disse. "N�o � para ir para a praia, n�o � para ir para os parques - mesmo porque eles est�o fechados -, tem de usar a m�scara do mesmo jeito."
O coordenador do centro de conting�ncia para o coronav�rus em S�o Paulo, Dimas Covas, ressaltou que o isolamento da popula��o durante o feriado prolongado � essencial para reverter a tend�ncia de piora nos resultados. "Estamos perdendo essa batalha contra o v�rus, essa � a realidade. A popula��o ter� oportunidade de fazer a sua parte. Os dias que se seguem n�o s�o de feriado. S�o de luto." Ele tamb�m projetou crescimento nas taxas de infec��es e �bitos ao menos pelos pr�ximos 20 dias. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
