
A boa not�cia � que o estudo para o uso de mosquitos criados em laborat�rio para combater o Aedes aegypti avan�a. Neste m�s, foi divulgado o resultado do segundo teste feito com caixas com ovos do inseto criado em laborat�rio que foram instaladas em diversos ambientes para verificar qual deles permite que os mosquitos nas�am mais r�pido. Trata-se da nova fase do programa "Aedes do bem".
“Temos enfrentado epidemias devastadoras de dengue no Brasil e novas ferramentas de controle de vetores s�o desesperadamente necess�rias para auxiliar nossas cidades e comunidades. � por isso que o produto de mini-c�psulas do Aedes do Bem ser� t�o impactante - ele pode fornecer um controle superior e seguro do Aedes aegypti por meio da f�cil implanta��o de min�sculas c�psulas de ovos em caixas que n�o exigem infraestrutura dispendiosa ou opera��es complexas. Estamos tornando o controle do Aedes aegypti simples, sustent�vel e escal�vel - em outras palavras, � exatamente o que as cidades e comunidades do Brasil precisam neste momento cr�tico”, disse Natalia Ferreira, diretora geral da Oxitec do Brasil.
A Oxitec usa da engenharia gen�tica para controlar insetos e pragas que espalham doen�as e danificam planta��es. A empresa foi fundada em 2002 como uma spinout da Universidade de Oxford (Reino Unido) e � formada por uma equipe composta por profissionais de 15 nacionalidades. Inclusive, brasileira. Ela trabalha com o desenvolvimento de solu��es biol�gicas seguras e direcionadas para controlar insetos e anunciou, em 19 de maio, os resultados preliminares de um teste da nova tecnologia de mini-c�psulas do que chamam “Aedes do Bem”.
No in�cio deste m�s, a Ag�ncia de Prote��o Ambiental dos EUA (EPA) concedeu � Oxitec uma Permiss�o de Uso Experimental (EUP) para testes de campo dessa mesma tecnologia nos Estados Unidos. J� no Brasil, o teste com a tecnologia de mini-c�psulas que encapsula ovos da linhagem da 2ª gera��o do "Aedes do bem" foi feito na cidade de Indaiatuba, em S�o Paulo.
“A primeira gera��o fez hist�ria no projeto que come�ou em Piracicaba, em S�o Paulo. Muita gente se lembra de uma van que passava pelos bairros liberando mosquitos adultos. Foi um projeto que, tamb�m, teve bastante sucesso no controle da popula��o de Aedes Aegypti selvagem na cidade. Mas, a Oxitec resolveu inovar para simplificar o processo e, com isso, diminuir os custos do produto. Foi assim que surgiu a c�psula de segunda gera��o”, afirma a cientista. Isso porque a c�psula cont�m uma caracter�stica dentro da sua gen�tica que � a sele��o de machos.
“Ent�o, ao inv�s de fazer a separa��o manual de machos e f�meas e machos adultos, os nossos cientistas incorporaram na gen�tica da segunda gera��o a caracter�stica de sele��o de maneira que apenas os machos sobrevivem. As f�meas morrem na fase larval a partir do cruzamento de um macho e uma f�mea selvagem”, informou. “Isso possibilitou o desenvolvimento de uma c�psula - como se fosse uma c�psula de rem�dio que a gente manda manipular - e, dentro dela, tem ovos do Aedes do Bem”, completou.
Esses ovos, quando em contato com a �gua, v�o eclodir e dar origem a larvas. As f�meas v�o morrer e apenas os machos se desenvolveram at� a fase adulta.Esses machos, ao sa�rem da caixa, se dispersam no ambiente para acasalar com f�meas Aedes aegypti selvagens em uma �rea de at� 8 mil metros quadrados. “S�o seguros, auto-limitantes e n�o picam”, afirma a cientista.
TESTES FEITOS NO BRASIL Em Indaiatuba, o tratamento envolveu a coloca��o de mini-c�psulas do Aedes do Bem em propriedades residenciais uma vez por semana, sem ferramentas ou manuseio especiais. Estudo mostra que o esfor�o gerou r�pida supress�o do mosquito em uma �rea onde moram aproximadamente 1 mil pessoas, e demonstrou efic�cia da tecnologia na elimina��o de larvas f�meas - validando completamente a biosseguran�a do produto.
“Esse foi um resultado preliminar do primeiro resultado que a gente teve com o ensaio de campo. Estamos nos preparando para come�ar um novo ensaio numa escala maior, al�m de estarmos preparando para obter a licen�a e os registros necess�rios junto aos �rg�os governamentais. Esperamos que isso aconte�a dentro dos pr�ximos 12 meses”, afirma a cientista. “A gente est� bastante feliz com o resultado e muito animado com essa pr�xima fase que vai consolidar ainda mais essa tecnologia t�o simples e t�o acess�vel”, finalizou.