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Estado de Minas GERAL

Taxa de morte � maior entre negros e analfabetos


postado em 28/05/2020 12:00

A epidemia de covid-19 aprofundou ainda mais as desigualdades brasileiras, como revela a �ltima nota t�cnica do N�cleo de Opera��es e Intelig�ncia em Sa�de (NOIS). E a de ra�a � a maior delas. Em qualquer recorte empregado a chance de um negro morrer por causa do novo coronav�rus � sempre maior que a de um branco. O �pice dessa diferen�a ocorre entre os negros analfabetos e os brancos com n�vel superior: 80% contra 19%.

O grupo usou dados do Minist�rio da Sa�de atualizados at� o �ltimo dia 18 de maio e avaliou cerca de 30 mil casos confirmados de covid-19 que j� tenham tido um desfecho - ou seja, alta m�dica ou morte. As taxas de �bito refletem diretamente as desigualdades socioecon�micas, al�m da pir�mide et�ria e da distribui��o geogr�fica.

"A progress�o de casos confirmados de covid-19 tem sido influenciada por fatores socioecon�micos, al�m da din�mica de cont�gio pr�pria de uma epidemia", afirmaram os cientistas, no estudo. "A taxa de letalidade do Brasil � muito alta, influenciada pelas desigualdades no acesso ao tratamento."

Conforme os dados analisados, aproximadamente dez mil pacientes foram identificados como brancos e quase 9 mil como pretos ou pardos, de acordo com as categoriza��es do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Apesar do n�mero parecido de casos, quando apenas as mortes s�o avaliadas a diferen�a � brutal: 55% dos pretos e pardos faleceram, contra 38% dos brancos.

A diferen�a de escolaridade tamb�m se reflete nos �bitos. Os que n�o t�m escolaridade apresentam taxas tr�s vezes maiores (71%) dos que t�m n�vel superior (22,5%). As desigualdades de renda e de acesso a servi�os sanit�rios b�sicos e de sa�de explicam as diferen�as no impacto.

Quando os cientistas combinaram ra�as e escolaridade, as desigualdades ficaram ainda mais evidentes, e sempre com um maior porcentual de �bitos para pretos e pardos em todos os n�veis de escolaridade. Em m�dia, essa diferen�a � de 37%. No n�vel superior, no entanto, est� a maior diferen�a: 50%. Quando todos os fatores s�o levados em conta, os negros sem escolaridade apresentam uma propor��o quatro vezes maior de mortes do que os brancos com n�vel superior (80% contra 19%).

Entre os cerca de 30 ml casos avaliados, aproximadamente 55% tiveram alta. A maioria dos casos era de pessoas entre 50 e 70 anos, sendo que, para aqueles acima de 60 anos, o porcentual de mortes ficou acima de 50% e, entre os que tinham mais de 90 anos, 84%. H� mais mortes conforme a faixa et�ria aumenta.

A localiza��o geogr�fica dos pacientes tamb�m tem um impacto direto nas suas chances de sobreviver � doen�a. O estudo do NOIS mostrou que num munic�pio com baixo ou m�dio �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) a chance de morte � quase o dobro do que numa cidade com IDH muito alto.

"As an�lises evidenciam discrep�ncias", conclu�ram os cientistas, "verificando-se que a propor��o de �bitos entre pretos e pardos foi maior do que a de brancos, seja por faixa et�ria, n�vel de escolaridade e em munic�pios de IDH elevado, confirmando as enormes disparidades no acesso e qualidade do tratamento no Brasil."

O NOIS � formado por cientistas da Pontif�cia Universidade Cat�lica (PUC), da Fiocruz, da UFRJ e do Instituto Dor de Pesquisa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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