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Estado de Minas GERAL

Pandemia de coronav�rus modifica rela��o das pessoas com o luto


postado em 31/05/2020 09:00

A pandemia de coronav�rus, marcada pelas atualiza��es constantes do n�mero de infectados e mortes em v�rias partes do Pa�s e do mundo e pela altera��o profunda da vida cotidiana, modifica a rela��o das pessoas com o luto e confunde as diferentes fases emocionais at� a aceita��o da morte. Essa � a opini�o do psic�logo Marcelo Santos, professor de Psicologia da Universidade Mackenzie Campinas.

"Est�gios como nega��o, depress�o, raiva e barganha, que n�o ocorrem necessariamente nessa ordem, se confundem porque as pessoas revivem a morte diariamente, seja na hora de ligar a TV ou quando algu�m fala da pandemia. Com isso, o luto sofre um alongamento e a aceita��o pode ficar mais dif�cil", diz o especialista.

As teorias citadas por Santos, que dividem a rela��o com a morte em fases foram desenvolvidas pela psiquiatra su��a Elizabeth Kubler-Ross. Outras teorias apontam um processo dual do luto no qual as ondas (ou oscila��es) entre perda e restaura��o se alternam.

Para Maria Julia Kov�cs, professora do Instituto de Psicologia da USP, o luto, processo de elabora��o pela perda de uma pessoa querida que envolve sentimentos de diversas ordens e intensidades, encontra dificuldades adicionais durante a pandemia. Mas existem formas de tentar aliviar a dor. "Vel�rios e enterros virtuais, atendimento do luto por psic�logos online e projetos de manuten��o de lembran�as e mem�rias virtuais s�o meios que ajudam nesse processo. � uma forma de aliviar a dor no momento", diz.

A m�e do representante comercial Robson (nome fict�cio) morreu de covid-19 ap�s dez dias de interna��o em um hospital particular de S�o Paulo, o pai foi sozinho reconhecer o corpo e ao cremat�rio. Quando a pandemia passar, ele quer organizar uma missa para celebrar a vida de sua m�e, que tinha 57 anos e nenhuma doen�a preexistente.

Paralelamente � dor do luto, muitas fam�lias t�m de conviver com o estigma, ou seja, a marca pela morte de parentes. "Essas fam�lias t�m de conviver com a dificuldade da perda e ficam expostos � estigmatiza��o de poss�vel cont�gio. Elas sofrem duplamente. A verdade � que todos estamos sujeitos ao coronav�rus. Aquele que estigmatiza poder� ser estigmatizado", explica Santos.

O especialista lembra que existem exemplos hist�ricos de estigmatiza��o relacionados �s doen�as. No livro A Praga, a jornalista Manuela Castro mostra como as pessoas com hansen�ase eram colocadas � margem da sociedade em fun��o do perigo do cont�gio. Entre 1924 e 1962, o Brasil utilizou a interna��o compuls�ria de pacientes com hansen�ase como forma de controle da doen�a. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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