
Foram entrevistados 2.808 profissionais das redes p�blica e privada de 24 unidades federativas do Brasil entre os dias 15 e 25 de maio. Do total de participantes, 93% trabalham no estado de S�o Paulo. As respostas foram enviadas por meio da plataforma online Survey Monkey.
A maioria dos m�dicos (96,6%) considera prov�vel que faltem profissionais de sa�de para cuidar de pacientes com coronav�rus. Entre os que est�o na linha de frente, 46% relataram que j� h� escassez de profissionais onde atuam.
Para a maioria, o melhor caminho � manter as normas de isolamento social, mesmo com as perdas financeiras. Do total de entrevistados, 75,3% entendem que a medida � "boa" ou "importante", enquanto 85,2% relatou queda de receitas em decorr�ncia da pandemia.
Segundo a percep��o de 63% dos entrevistados, h� subnotifica��o expl�cita de casos e �bitos por COVID-19 em rela��o aos n�meros divulgados diariamente pelo poder p�blico. Esse problema pode ter a ver com a baixa testagem. De acordo com 39,4% dos m�dicos da linha de frente, s� h� testes para os pacientes com sintomas graves, enquanto 9,1% relatam n�o existir exames dispon�veis onde trabalham.
A pesquisa sinaliza tamb�m falta de seguran�a para que est� no combate � pandemia: 58,5% (considerada tamb�m a equipe multidisplinar) dizem ter presenciado ou sabido de casos de viol�ncia relacionada � pandemia e 64% dos m�dicos ainda n�o tinham sido testados para COVID-19.
A situa��o causa efeitos psicol�gicos majoritariamente negativos nos m�dicos. Segundo a pesquisa, 79,3% se sentem apreensivos, pessimistas, deprimidos, insatisfeitos ou revoltados. Apenas 20,7% est�o otimistas (5,3%) ou tranquilos (15,4%).
Capacita��o
Segundo a pesquisa, apenas 22,3% dos m�dicos que atuam no combate � pandemia se consideram plenamente capacitados para atender enfermos em qualquer fase da doen�a.
A busca por novidades cient�ficas sobre a COVID-19 tem diferentes fontes entre os m�dicos da linha de frente: 38,5% recebem informa��es atualizadas dos hospitais, 38% t�m acesso via associa��es m�dicas e 61,5% pesquisam diretamente na literatura. Minist�rio da Sa�de (31,5%) e as secretarias estaduais (17,5%) e municipais (18,5%) s�o menos consultados.
Minist�rio da Sa�de
A percep��o dos m�dicos sobre o Minist�rio da Sa�de despencou ap�s a sa�da de Luiz Henrique Mandetta. Em pesquisa anterior da APM, o ent�o chefe da pasta tinha grande aprova��o e apenas 5% de reprova��o (ruim/p�ssimo).
Atualmente, o Minist�rio da Sa�de, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello, teve atua��o classificada como "ruim" ou "p�ssima" por 43,1% dos entrevistados, o que corresponde a um aumento superior a 800% nas cr�ticas em rela��o � pesquisa anterior.