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Estado de Minas ENTREVISTA

Mandetta: 'M�dicos n�o sabem fazer guerra, e generais n�o sabem fazer sa�de'

Ex-ministro da Sa�de criticou ger�ncia de militares na pasta e n�o descartou candidatura � presid�ncia, junto a Sergio Moro, em 2022


postado em 19/06/2020 16:37 / atualizado em 19/06/2020 18:37

Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta fez análise do país durante combate à pandemia(foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
Ex-ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta fez an�lise do pa�s durante combate � pandemia (foto: Marcelo Casal Jr/Ag�ncia Brasil)
O ex-ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, chamou de "decepcionante" a militariza��o da pasta em meio ao avan�o do novo coronav�rus. "Os m�dicos n�o sabem fazer guerra, os generais n�o sabem fazer sa�de", declarou em entrevista � AFP.


Mandetta (DEM), de 55 anos, que ganhou capital pol�tico na pasta, n�o descarta candidatar-se � presid�ncia em 2022, junto a Sergio Moro, ex-ministro da Justi�a.


Demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, Mandetta lamentou o fato do minist�rio ter "perdido a credibilidade" em plena pandemia, que j� deixou quase 50 mil mortos e um milh�o de casos no pa�s.


O ex-ministro continua assessorando voluntariamente autoridades regionais, mas disse nunca ter sido contatado por seus sucessores no minist�rio. O general Eduardo Pazuello, que tutela a pasta de forma interina, j� nomeou mais de vinte militares para fun��es importantes no minist�rio no seu primeiro m�s no cargo.


Esses s�o os principais pontos da entrevista, realizada na �ltima quinta-feira em um hotel de S�o Paulo.


P: O minist�rio modificou a divulga��o dos n�meros da COVID-19. Podemos ter confian�a nos n�meros que s�o divulgados?


R: Toda vez que voc� muda a metodologia de n�mero, aquilo quebra a confian�a da popula��o. A �nica coisa que n�o deveriam ter feito era perder a credibilidade do minist�rio da Sa�de porque em epidemia, credibilidade � o que d� autoridade. N�o temos como afirmar (se s�o confi�veis), temos que, junto a entidades e � sociedade civil fazer alguma avalia��o e ver se se aproxima. � lastim�vel eles terem perdido a credibilidade que foi constru�da com base em n�meros, transpar�ncia e divulga��o plena � sociedade.


P: O pior j� passou no Brasil?


R: Depende da cidade, o pior j� passou para Manaus, para Bel�m do Par�. Agora S�o Paulo provavelmente est� num plat�, deve estar caminhando agora para uma tend�ncia de queda, vamos ver como essas medidas de flexibiliza��o v�o repercutir nas pr�ximas semanas. A mesma coisa no Rio de Janeiro. Minas Gerais parece que ainda est� na fase de crescimento (de casos), nessa semana Curitiba teve um crescimento desordenado. Os pr�ximos 15 dias ser�o cruciais. No Sul ainda n�o come�ou (o aumento dos casos), no Centro Oeste est� come�ando. Se voc� fala do Brasil como um todo, a epidemia s� poder� ser analisada com a estabiliza��o da curva em todas as regi�es, o que deve ocorrer no final de agosto ou no in�cio de setembro.


P: Brasil poderia ter evitado mais mortes?


R: Se olhamos na rela��o de �bitos por milh�o, o Brasil guarda uma posi��o mediana. O SUS se revelou um sistema que conseguiu, n�o tivemos mortes por desassist�ncia.


P: Como avalia a mudan�a no protocolo da hidroxicloroquina feita pelo general Pazuello?


R: Diz�amos que s� adotar�amos como uma recomenda��o no minist�rio quando houvesse a comprova��o cient�fica (da sua efic�cia). N�o � uma quest�o de torcer a favor ou contra. Vemos aqui uma estrat�gia militar nesse tipo de publica��o, quando um presidente capit�o prop�e e um ministro general publica esse protocolo. Me parece o mais pr�ximo de um estudo �s cegas. Eles s�o duas pessoas que n�o t�m nenhum compromisso com a �rea da sa�de, eles t�m compromisso com a �rea pol�tica e da l�gica militar. Infelizmente o minist�rio da Sa�de hoje n�o exerce hoje uma fun��o de gest�o da sa�de, � um minist�rio sob ocupa��o militar e de n�meros militares.


Mandetta avaliou como 'decepcionante' a condução da Saúde por militares após sua saída(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Mandetta avaliou como 'decepcionante' a condu��o da Sa�de por militares ap�s sua sa�da (foto: F�bio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
P: A militariza��o do minist�rio o surpreendeu?


R: Foi decepcionante, foi chato. Os m�dicos n�o sabem fazer guerra e os generais n�o sabem fazer sa�de. A hist�ria vai dizer, os n�meros v�o dizer, desde que se tenha clareza e que n�o haja censura a eles.


P: A reabertura econ�mica de alguns estados � precipitada?


R: Com essa aus�ncia do minist�rio da Sa�de, o que a gente est� vendo � essa decis�o ficar com os governadores e prefeitos. Os prefeitos t�m elei��es em quatro meses, e estavam tomando decis�es pressionados pelo calend�rio eleitoral. Se permanecerem fechados por mais tempo, os empres�rios, cultos e com�rcios reclamariam que o fechamento os prejudicava. Se liberassem muito precocemente superlotariam seus hospitais. Logo, essa decis�o � tomada de maneira assim�trica. Alguns estados est�o melhor assessorados e tem sistemas de sa�de melhores que outros. � um pa�s de muito contraste. Vamos ver com o tempo como as coisas v�o se dar.


P: Tem falado com o ex-ministro Moro?


R: Sim, me dou bem com ele.


Luiz Henrique Mandetta não descartou uma chapa presidencial composta ao lado de Sergio Moro(foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
Luiz Henrique Mandetta n�o descartou uma chapa presidencial composta ao lado de Sergio Moro (foto: Marcelo Casal Jr/Ag�ncia Brasil)
P: H� futuro pol�tico? uma eventual chapa para as elei��es presidenciais?


R: Pol�tica � destino. N�o adianta voc� querer fazer acontecer as coisas porque voc� querer. Acho que a gente tem dever como cidad�o, tanto eu quanto Moro, de dialogar com a sociedade brasileira e participar ativamente das elei��es de 2022, seja como candidatos, chapa junto ou campos opostos, mas de fortalecer a democracia brasileira, ou como cidad�o com certeza eu vou participar nas elei��es de 2022.


P: N�o est� descartado ent�o?


R: N�o, n�o tem nada descartado. Vai que rola.


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