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Estado de Minas MEDIDAS RADICAIS

Coronav�rus: Goi�s inicia s�rie de medidas radicais de isolamento

Medida foi sugerida pelo governador Ronaldo Caiado a prefeitos do estado, ap�s recomenda��o da Universidade Federal de Goi�s


postado em 30/06/2020 09:22

Governador explicou que fechamento total terá duração de 14 dias, seguido de abertura, por outros 14, de forma intercalada até o fim de setembro(foto: Isac Nóbrega/PR)
Governador explicou que fechamento total ter� dura��o de 14 dias, seguido de abertura, por outros 14, de forma intercalada at� o fim de setembro (foto: Isac N�brega/PR)
Na tentativa de impedir o colapso do sistema de sa�de estadual e a morte de 18 mil pessoas, Goi�s adota, a partir de hoje, uma s�rie de medidas de isolamento radicais.

Est� nas m�os dos prefeitos decretar ou n�o o chamado “lockdown intermitente”, com previs�o de fechamento total por 14 dias, seguido de aberturas, por outros 14, de forma intercalada at� o fim de setembro. Enquanto a Prefeitura de Goi�nia se antecipou ao defender a implementa��o imediata do sistema, munic�pios goianos do Entorno do DF devem decidir se aderem ou n�o � sugest�o durante a semana.

No �ltimo levantamento, Goi�s acumulava pouco mais de 23 mil casos e 437 �bitos confirmados pelo novo coronav�rus. A medida foi apresentada por pesquisadores da Universidade Federal de Goi�s (UFG) e apoiada pelo governador Ronaldo Caiado, que solicitou aos prefeitos uma postura “respons�vel” � vida da popula��o.

A pandemia do novo coronav�rus “� momento que exige responsabilidade. Se tivesse sobre mim a prerrogativa, eu decretava (o lockdown), criando, tamb�m, o rastreamento dos portadores. A an�lise � compat�vel � realidade dos fatos e do crescimento de casos e �bitos, assim como de pessoas que recorrem aos leitos de UTI”, defendeu Caiado, nesta segunda-feira.

A sugest�o defendida pelos pesquisadores � de um lockdown intermitente at� setembro. Para chegarem a uma proposta espec�fica, o estudo estimou tr�s cen�rios: o primeiro, caso sejam mantidas as atividades como est�o, com taxa de isolamento em 36%; o segundo, com lockdown absoluto por tr�s meses, prevendo taxa de isolamento em 55%; e, por �ltimo, um terceiro, em um cen�rio intermedi�rio, intercalando a maior e a menor taxa semanal.

No primeiro cen�rio, chamado de Vermelho pelos pesquisadores, a estimativa � que Goi�s precisaria de 2 mil leitos de UTI funcionando at� o in�cio de julho apenas para atender casos de covid. No entanto, o governo destacou que, com todos os esfor�os, esse n�mero seria imposs�vel, j� que a capacidade m�xima giraria em torno de 600 leitos.

“Essa demanda deve, praticamente, duplicar nos pr�ximos 15 dias. Assumindo que n�o conseguiria hospitalizar o dobro de pessoas, podemos ter um colapso hospitalar entre 8 e 15 de julho. Se isso de fato se concretizar, esse n�mero de 18 mil mortes pode ser pequeno. Porque, a partir de um colapso, pessoas que necessitam de um tratamento e poderiam ser salvas n�o v�o ter oportunidade”, advertiu o professor do Departamento de Ecologia da UFG Thiago Rangel, um dos respons�veis pelas an�lises.

Se houvesse um lockdown total, tal como estimado no cen�rio Azul, 13 mil pessoas seriam poupadas, o que representa salvar toda a popula��o do munic�pio goiano de S�o Jo�o da Alian�a, por exemplo. No entanto, os pesquisadores ponderam que, nas condi��es do estado e at� mesmo nacionalmente, a rigidez tenderia a falhar.
 
Op��o intermedi�ria

Para Rangel, o cen�rio Verde � exemplo de uma estrat�gia coordenada e inteligente de longo prazo para garantir que os hospitais n�o entrem em colapso, que pode e deve ser ponderada de acordo com a situa��o de cada cidade. “Haver� munic�pios que n�o precisar�o passar por essa medida e outras que v�o necessitar de um fechamento superior a 14 dias. Ent�o, isso precisa ser estudado caso a caso e coordenado de ponto de vista central, por parte do estado de Goi�s, passando pelas secretarias municipais, para uma decis�o planejada”, destacou.

Nessa metodologia intermedi�ria, um fechamento de 50% do tempo seria suficiente para salvar 61,5% das pessoas, ou seja, 8.360 vidas poupadas. Implementar esse fechamento coordenado � o mesmo que salvar toda a popula��o do munic�pio de Cachoeira Dourada, por exemplo.

Al�m do lockdown intermitente, o grupo prop�s fazer um rastreamento de contato mais efetivo, observando e isolando n�o s� o infectado, mas toda a rede de contactantes. Dessa forma, a expectativa � quebrar a rede de contato que o v�rus usa para se espalhar.

Com 50% de efetividade desse monitoramento, a estimativa � de que um grupo de 10 pessoas infectadas que tem potencial de transmitir a doen�a para outras 16 s� infecte outras sete ou oito. Ao combinar essa ferramenta com a testagem e a tecnologia, como aplicativos de rastreamento e telefonias mais constantes, a efetividade aumenta, podendo chegar � redu��o de 76,5% dos �bitos, ou seja, 10.280 vidas salvas, o que equivale a toda a popula��o de Petrolina.

Reuni�o

As sugest�es foram apresentadas durante uma videoconfer�ncia, ontem, que reuniu pesquisadores, frentes empresariais, prefeitos, parlamentares, secret�rios e o governador de Goi�s. Para se fazer cumprir as determina��es, Caiado chegou a propor o uso de for�as policiais e disse que o estado iria, de acordo com a capacidade, auxiliar no envio de refor�o aos munic�pios.

Ele pediu, ainda, que os prefeitos informem poss�veis estoques de medicamentos, respiradores e monitores n�o demandados para serem utilizados no enfrentamento � covid. “Temos feito a tarefa de casa nesse per�odo todo, tentando aumentar a capacidade hospitalar. Se concentrarmos tudo em Goi�nia, pacientes de munic�pios mais distantes n�o teriam acesso.

Por isso, a prioriza��o foi de equipar munic�pios mais distantes”, informou Caiado. O prefeito de Goi�nia, �ris Rezende, indicou que ir� aderir ao fechamento intermitente o mais r�pido poss�vel.

Hoje, os prefeitos se re�nem para discutir a melhor forma de conduzir a crise. Secret�rio de Sa�de de Goi�s, Ismael Alexandrino J�nior alertou para a necessidade dos outros munic�pios impactados aderirem ao pedido. “Das conclus�es atuais est�o a alta taxa de ocupa��o dos leitos p�blicos e privados, dificuldade nacional de aquisi��o de equipamentos, medicamentos e m�o de obra. Isso posto, sei que alguns aspectos fora da sa�de s�o fundamentais, como social e econ�mico, mas precisamos achar um equil�brio”, defendeu.

Alexandrino, destacou, ainda, que medidas como o uso de m�scaras e distanciamento de um metro entre pessoas auxilia na conten��o da dissemina��o do v�rus e que, por mais que existam outros formatos de enfrentamento, o lockdown intermitente � o mais vi�vel para implementa��o coordenada.

“Estudo de bandeiras (de distanciamento) at� contemplaria mais a equidade dada a especificidade de cada munic�pio, mas � dif�cil de ser assimilado. Dada a diversidade, at� ser implantado, estaria no final de julho”, justificou o secret�rio de Sa�de.


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