O ex-ministro da Sa�de, Nelson Teich, afirmou que o Brasil n�o est� aprendendo com os erros durante a pandemia do novo coronav�rus. Em entrevista � R�dio Eldorado nesta ter�a-feira, 30, o oncologista defendeu uma reforma completa nas a��es de combate � covid-19, com mais "informa��o e coordena��o" entre governo federal, Estados e munic�pios.
Teich alertou que a atual momento ainda deve se estender por um longo per�odo. "N�o temos um aprendizado com o que est� acontecendo. O isolamento vai e volta, mas n�o vejo ningu�m explicando por que deu certo ou errado. A discuss�o do lockdown � pobre, cada vez mais dif�cil de conseguir. A rea��o � cada vez mais dif�cil. Todo mundo deveria tentar criar um programa �nico (de medidas de distanciamento) e recome�ar do zero. Essa situa��o da pandemia n�o tem hora para acabar", disse.
De acordo com Teich, � extremamente prejudicial para o Pa�s que haja uma tentativa de minimizar a gravidade da pandemia. "O pior a se fazer � trazer uma imagem de seguran�a e confian�a quando ela n�o existe. A lideran�a precisa saber navegar num mar revolto como este. A �nica coisa que n�o pode ser feita � achar que o mar est� calmo, porque n�o est�."
O ex-ministro pediu demiss�o ap�s o presidente Jair Bolsonaro pressionar a pasta pela libera��o da cloroquina para todos os pacientes da covid-19. Para Teich, investir no medicamento seria um desperd�cio de recursos, j� que n�o h� comprova��o cient�fica de sua efic�cia contra o coronav�rus.
"Quando se incorporam medicamentos e tecnologias sem uma certeza absoluta do benef�cio, os recursos financeiros e humanos s�o alocados em coisas que n�o s�o as melhores para a sociedade. Sobrecarrega o sistema e pode estar tirando dinheiro de itens b�sicos, fundamentais. Temos pouco dinheiro. E quanto menos recursos, menos pode desperdi�ar. N�o era uma discuss�o espec�fica sobre a cloroquina, mas como se trata essa incorpora��o de medicamentos e tecnologia", explicou Teich.
A sa�da do cargo aconteceu h� um m�s e meio, em 15 de junho. Desde ent�o, Bolsonaro ainda n�o nomeou um substituto definitivo para a Sa�de, com Eduardo Pazuello na condi��o de interino. Teich considera "muito ruim" a falta de um ministro, pois a pasta precisa assumir a lideran�a do combate � covid-19.
"Se n�o tem um ministro apontado, a legitimidade de quem est� l� � ruim. Se o Eduardo vai continuar, precisa ser oficializado. O Minist�rio da Sa�de tem que ter a lideran�a. O l�der � o presidente, mas, neste momento, tem que liderar atrav�s do Minist�rio. Ele � fundamental porque tem intera��o com Estados e munic�pios. Precisa haver muita informa��o, com projetos que envolvam os dois. O sistema no Brasil descentralizou, mas n�o coordenou", analisou o ex-ministro.
O pedido de demiss�o, reafirmou Teich, se deu em raz�o de diverg�ncias com Bolsonaro nas medidas de conten��o do v�rus. "N�o tinha um alinhamento. O presidente tinha uma forma de conduzir e eu tinha outra, diferente. Se ele � o l�der, tem uma forma de conduzir e tenho outra, sendo nomeado por ele, saio eu", justificou.
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