A cidade de S�o Paulo retrocedeu em n�mero de mortes pelo coronav�rus aos n�veis mais baixos observados desde meados de maio, segundo dados divulgados ontem pelo governo do Estado. J� as cidades do interior continuam com �bitos em acelera��o. Ao anunciar o alcance da marca de 15 mil mortes, ocorrido ontem, o governador Jo�o Doria (PSDB) apresentou dados somando capital e interior e disse ver um "plat�" na curva da evolu��o da doen�a.
Na capital, o m�s come�ou com a m�dia m�vel (uma m�dia com base nos dados dos dias anteriores) de mortes na casa dos 83 �bitos, o que representou uma queda de 22% em rela��o ao dia 1.� de junho, quando esse n�mero era de 107 mortes. O dado � o patamar mais baixo desde o dia 18 de maio. No caso das novas interna��es, os n�meros tamb�m s�o de queda. A m�dia m�vel h� 30 dias era de 911 admiss�es de pacientes (em enfermarias e em Unidades de Terapia Intensiva). Ontem, o dado foi para 693, tamb�m o mais baixo desde 15 de maio.
J� no interior, as curvas de evolu��o da doen�a apontam tend�ncia diferente. Os n�meros absolutos de mortes s�o menores do que os da capital, mas os porcentuais de aumento s�o maiores. Em Campinas, por exemplo, a m�dia m�vel de mortes cresceu 182% nos �ltimos 30 dias, passando de 8,14 para 23 �bitos. Em Sorocaba, o crescimento � de 160,5% (de 3,6 para 9,3). J� em Ribeir�o Preto, cidade que mais tem trazido preocupa��o para os t�cnicos do governo, esse n�mero cresceu de uma m�dia m�vel de 1,6 morte no dia 1.� de junho para 8,5 agora, um aumento de 437%.
"Algumas �reas, como na regi�o metropolitana, n�o s� atingimos o plat� como estamos entrando numa redu��o progressiva de casos e �bitos. No interior, que est� na zona vermelha, esperamos uma estabiliza��o do n�mero de casos e �bitos na semana que vem, fruto das medidas de isolamento e da quarentena", disse o coordenador do Centro de Conting�ncia do Coronav�rus Estadual, o epidemiologista Paulo Menezes.
O m�s de junho fechou com um aumento de 93% nas mortes pela doen�a em S�o Paulo em rela��o ao m�s de maio. Foram 7.148 �bitos registrados no m�s, ante 5.240 mortes registradas em maio. O crescimento, entretanto, foi em um ritmo menor do que o registrado na compara��o entre maio e abril, quando o total de mortes havia crescido 220%.
Plat�
Doria disse que os dados "indicam mudan�a na curva da pandemia no Estado de S�o Paulo, especialmente na capital paulista". "Estamos no caminho certo no Plano S�o Paulo. Esse n�o � um plano de flexibiliza��o, mas uma quarentena heterog�nea", afirmou, citando o plano de reabertura econ�mica do Estado.
As proje��es do centro de conting�ncia apontavam que o m�s fecharia com um total de mortes entre 15 mil e 18 mil. Encerrou com 15.030. "Fechamos o m�s abaixo dos �bitos projetados. Centenas de vidas foram poupadas em junho. Tivemos um leve decl�nio na curva de v�timas. Conseguimos reduzir em 144 falecimentos na �ltima semana. N�o quero ser otimista nem pessimista. Quero ser realista. Esses dados nos d�o esperan�a e nos mostram a chegada a um plat�", disse o governador.
Mas a diferen�a entre os dados da capital e do interior n�o permitem que se fale em alcance de pico ou chegada ao plat� de casos, na avalia��o de especialistas. "A epidemia n�o tem um pico para o Estado. Tem um pico para diferentes regi�es. Falar que chegou a um plat� no Estado n�o quer dizer nada, porque voc� tem regi�es que ainda n�o chegaram ao pico, e outras onde ele est� descendo. E quando voc� faz uma m�dia, parece que est� (em um plat�). Mas n�o est�", explicou o f�sico Silvio Ferreira, que trabalha com modelagem em sistemas complexos na Universidade Federal de Vi�osa e vem estudando a evolu��o da doen�a. Proje��o feita por seu grupo, ainda em maio, j� apontava para uma estabiliza��o de casos na capital enquanto a doen�a avan�ava em dire��o ao leste do Estado.
Futuro
O cen�rio de estabiliza��o, para os pesquisadores, � resultado de medidas adotadas h� duas semanas, e o quadro pode ser alterado com mudan�as que reduziram o distanciamento social, como a abertura comercial. "O que est�o chamando de plat�, pico, segunda onda, a gente ainda n�o consegue afirmar, porque n�o tivemos massa de testes", aponta o professor do Departamento de Estat�stica e Inform�tica da Universidade Federal Rural de Pernambuco Jones Albuquerque. "Era para alguma determinada fra��o da popula��o ser testada frequentemente, semanalmente, para a gente ter no��o do que de fato est� acontecendo." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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