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Estado de Minas

Pesquisadores da Unifesp apresentam tratamento que pode ser a cura do HIV

A Universidade Federal de S�o Paulo (Unufesp) realizou o primeiro estudo, em escala global, para testar um supertratamento em indiv�duos cronicamente infectados pelo v�rus


postado em 05/07/2020 12:30 / atualizado em 05/07/2020 12:43

Diaz, em seu laboratório; ele e sua equipe deverão aguardar o resultado das biópsias dos pacientes vacinados para iniciar a segunda etapa da pesquisa, que consistirá em suspender os medicamentos e observar como reage o organismo daqueles voluntários(foto: Divulgação/Unifesp)
Diaz, em seu laborat�rio; ele e sua equipe dever�o aguardar o resultado das bi�psias dos pacientes vacinados para iniciar a segunda etapa da pesquisa, que consistir� em suspender os medicamentos e observar como reage o organismo daqueles volunt�rios (foto: Divulga��o/Unifesp)
A cura da s�ndrome da imunodefici�ncia adquirida (Aids) pode estar mais perto do que imaginamos! A Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) realizou o primeiro estudo, em escala global, para testar um supertratamento em indiv�duos cronicamente infectados pelo v�rus da imunodefici�ncia humana (HIV). A pesquisa est� sendo coordenada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que � uma das refer�ncias mundiais no assunto.

De acordo com nota publicada pela Unifesp, Diaz � diretor do Laborat�rio de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp) - Campus S�o Paulo.

A pesquisa contou com a participa��o de 30 volunt�rios que possuem carga viral indetect�vel, sob tratamento padr�o, conforme o que � atualmente preconizado: a combina��o de tr�s tipos de antirretrovirais, mais conhecida como “coquetel”. Os volunt�rios foram divididos em seis subgrupos, recebendo, cada um deles, diferentes combina��es de rem�dios, al�m do pr�prio “coquetel”.


Tratamento


Diaz, e sua equipe, vem trabalhando em duas frentes para a cura da doen�a: uma utilizando medicamentos e subst�ncias que matam o v�rus no momento da replica��o e eliminam as c�lulas em que o HIV fica adormecido (lat�ncia); e a outra desenvolve uma vacina que leva o sistema imunol�gico a reagir e eliminar as c�lulas infectadas nas quais o f�rmaco n�o � capaz de chegar.

Os integrantes do subgrupo que apresentaram melhores resultados receberam mais dois antirretrovirais: o dolutegravir, a droga mais forte atualmente dispon�vel no mercado; e o maraviroc, subst�ncia que for�a o v�rus, antes escondido, a aparecer.

Outras duas subst�ncias tamb�m foram inclu�das, que potencializam o efeito dos medicamentos: a nicotinamida – uma das duas formas da vitamina B3, que mostrou ser capaz de impedir que o HIV se escondesse nas c�lulas; e a auranofina – um antirreum�tico, tamb�m conhecido como sal de ouro, que deixou de ser utilizado h� muitos anos para tratar a artrite e outras doen�as reumatol�gicas. A auranofina revelou potencial para encontrar a c�lula infectada e lev�-la ao suic�dio.

O infectologista explicou que os testes in vitro, in vivo (em animais) e, agora, em humanos confirmam que a nicotinamida � mais eficiente contra a lat�ncia quando comparada ao potencial de dois medicamentos administrados para esse fim e testados conjuntamente.

Mas apesar da descoberta dessas subst�ncias (a nicotinamida e a auranofina) para a redu��o expressiva da carga viral, ainda seria necess�rio algo que ajudasse a imunidade dos pacientes contra o v�rus. Dessa maneira, os pesquisadores desenvolveram uma vacina de c�lulas dendr�ticas, que conseguiu ensinar o organismo do paciente a encontrar as c�lulas infectadas e destruir uma a uma, eliminando completamente o v�rus HIV.

A vacina de c�lulas dendr�ticas � extremamente personalizada j� que � fabricada a partir de mon�citos (c�lulas de defesa) e pept�deos (biomol�culas formadas pela liga��o de dois ou mais amino�cidos) do v�rus do pr�prio paciente.


Est�mulo

Segundo Diaz, as c�lulas dendr�ticas s�o importantes unidades funcionais no sistema imunol�gico pois tem fun��o � capturar microrganismos prejudiciais ao organismo para, em seguida, apresent�-los aos linf�citos T CD8. Quando apresentados, os linf�citos participam do controle de infec��es, aprendem a encontrar e matar o HIV presente em regi�es do corpo – chamadas pelos especialistas de “santu�rios” – aonde os antirretrovirais n�o chegam ou, quando chegam, atuam de forma muito modesta, como c�rebro, intestinos, ov�rios e test�culos.

Seis dos pacientes participantes receberam o supertratamento, mas ainda aguardam os resultados finais da terceira dose da vacina. “Somente ap�s as an�lises de sangue e das bi�psias do intestino reto desses pacientes vacinados � que partiremos para o desafio final: suspender todos os medicamentos de um deles e acompanhar como seu organismo ir� reagir ao longo dos meses ou, at� mesmo, dos anos”, conclui. “Caso o tempo nos mostre que o v�rus n�o voltou, a� sim, poderemos falar em cura.”

No per�odo sem conclus�o dos resultados, o infectologista alerta: “apesar do avan�o no tratamento e controle do HIV, a infec��o por esse v�rus ainda � a pior not�cia que podemos dar ao paciente em termos de doen�as sexualmente transmiss�veis”, declara. “A pessoa com HIV, mesmo com carga viral indetect�vel, passa por in�meros processos inflamat�rios devido aos efeitos colaterais dos medicamentos."

Segundo o coordenador, o uso de preservativos durante as rela��es sexuais garante a prote��o contra o HIV, al�m de outras doen�as para quem n�o tem o v�rus, mas principalmente para quem j� o tem. “Atualmente, o Centro de Controle de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos afirma que pessoas com carga viral indetect�vel n�o transmitem HIV. A falta de prote��o pode, por�m, acarretar ao indiv�duo com o v�rus controlado a reinfec��o por um tipo diferente de v�rus HIV ou por outro mais resistente.”


Aids no mundo

A doen�a do sistema imunol�gico, causada pelo v�rus da imunodefici�ncia humana (HIV), torna uma pessoa mais propensa �s doen�as oportunistas e, at� mesmo, ao c�ncer do que outra, cujo sistema imunol�gico esteja saud�vel. As principais maneiras de transmiss�o s�o as rela��es sexuais desprotegidas, as transfus�es com sangue contaminado, o compartilhamento de seringas entre usu�rios de drogas injet�veis e a dissemina��o de m�e para filho, durante a gravidez, parto ou amamenta��o.

Mesmo com a evolu��o no tratamento e das campanhas preventivas, os n�meros sobre a doen�a mostram que a aids ainda � um grave problema de sa�de p�blica global. Dados apresentados pelo Programa Conjunto das Na��es Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostram que 36,7 milh�es de pessoas em todo o mundo viviam com HIV em 2016 e quase dois milh�es seriam infectados no mesmo ano.

O �nicio da epidemia ocorreu na d�cada de 1980, onde cerca de 35 milh�es de indiv�duos perderam a vida por causas relacionadas � aids. No Brasil, o Minist�rio da Sa�de (MS) contabilizou, at� junho de 2016, quase 843 mil casos da doen�a, cuja maioria era constitu�da por homens (65,1%); o pa�s � o que mais concentra novos casos de infec��es (49%) na Am�rica Latina, segundo a Unaids. Um ter�o das novas infec��es ocorre em jovens de 15 a 24 anos.


* Com informa��es da Unifesp


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