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Estado de Minas GERAL

Pol�cia Militar invade casa e mata adolescente de 13 anos

Mizael tinha o sonho de ser vaqueiro e estava na casa da tia quando policiais do Comando T�tico Rural (Cotar), da PM, invadiram o local e ordenaram que todos sa�ssem


postado em 05/07/2020 21:43 / atualizado em 05/07/2020 22:03

O adolescente morava com a família do pai, José Vicente(foto: Arquivo pessoal)
O adolescente morava com a fam�lia do pai, Jos� Vicente (foto: Arquivo pessoal)
O adolescente Mizael Fernandes da Silva, de 13 anos, foi morto em uma a��o da Pol�cia Militar do Cear�, que invadiu a casa onde ele dormia e o atingiu com um disparo de arma de fogo. A morte aconteceu na madrugada de quarta-feira, 1, em Chorozinho, a 70 quil�metros de Fortaleza. A fam�lia denunciou a viol�ncia policial e disse que a cena foi alterada para dificultar a investiga��o. A Secretaria da Seguran�a P�blica diz que o caso est� sendo investigado e os policiais alegam que o jovem estaria armado, o que � negado pela fam�lia.

Mizael tinha o sonho de ser vaqueiro e estava na casa da tia quando policiais do Comando T�tico Rural (Cotar), da PM, invadiram o local e ordenaram que todos sa�ssem. "Foi s� um tiro. O barulho da bala ainda � muito presente. Ele estava dormindo, eu acho que ele nem sabe que morreu. Depois que o policial atirou, ele disse 'fiz merda' e n�o deixou ningu�m mais entrar", relembra Canoa Rodrigues, tia de Mizael. "Mizael estava dormindo, mesmo assim, eles entraram sem permiss�o e executaram meu sobrinho", acrescentou.

O adolescente morava com a fam�lia do pai, Jos� Vicente, em uma pequena fazenda na zona rural da cidade de Barreira. O garoto havia ido a Chorozinho para visitar a av�, Luiza Rodrigues, por quem foi criado e, ap�s a visita, ele procurou a tia, Lizangela Rodrigues, para tratar de uma doen�a de pele, j� que ela tem experi�ncia na �rea da sa�de.

Victor Fernandes, primo de Mizael, relata que os policiais chegaram a discutir ap�s o disparo que matou o garoto. Ele conta que havia cerca de seis viaturas no local, cada uma com cinco policiais. "Eles disseram 'fica com a merda que voc�s fizeram, a guarni��o de voc�s que vai responder'. Parecia que eles estavam revoltados com os policiais que entraram na casa. Logo depois eles pediram que todos afastassem e fossem para esquina da rua, a cerca de 70 metros do local, para fazer a retirada do corpo e dificultar o trabalho da per�cia criminal. N�s queremos justi�a!"

Ainda de acordo com Victor, os PMs levaram o corpo de Mizael para o hospital de Chorozinho. "Eles embalaram meu primo em um saco de lixo, levaram edredon, colcha de cama e travesseiro. E ainda tiraram a bala que tamb�m chegou a atingir o colch�o", relata. "Mizael era um garoto tranquilo, brincalh�o, mas apenas com familiares, e tinha todo um sonho pela frente, era um adolescente que s� estudava, tinha acabado de ganhar um cavalo de vaquejada do pai. Eu, como primo, tinha bastante apre�o pelo jovem e tinha um carinho enorme, tamb�m aconselhava a morar com a gente na zona rural", descreve Victor.

Por meio de nota, a Secretaria de Seguran�a P�blica e Defesa Social do Cear� (SSPDS) diz que Mizael Fernandes da Silva n�o possui antecedentes criminais. O esclarecimento foi feito ap�s boatos de que a pol�cia teria agido contra ele por suspeita de envolvimento em crimes na regi�o. A Pol�cia Civil do Estado do Cear� (PCCE) informa ainda que o inqu�rito policial que apura as circunst�ncias da morte foi transferido para a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos �rg�os de Seguran�a P�blica e Sistema Penitenci�rio (CGD).

Os policiais escreveram no relat�rio de ocorr�ncia que Mizael supostamente estava com uma arma de fogo e n�o obedeceu � ordem de soltar o rev�lver, por isso eles realizaram disparos de fogo contra a v�tima que teria sido socorrida ao hospital, mas n�o resistiu aos ferimentos.

A morte de Mizael gerou revolta e protesto de moradores da cidade, que chegaram a queimar pneus e troncos de madeira no km 70 da BR-116, causando bloqueio no tr�fego por cerca de uma hora. Comerciantes tamb�m baixaram as porta em luto pelo garoto.


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