Em meio �s maiores taxas de alerta de desmatamento da Amaz�nia dos �ltimos cinco anos, foi exonerada nesta segunda-feira a pesquisadora respons�vel pelo trabalho de monitoramento do devasta��o florestal no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Lubia Vinhas ocupava o cargo de coordenadora-geral de Observa��o da Terra do Inpe, departamento respons�vel pelos sistemas Deter e Prodes, que acompanham o desmatamento da Amaz�nia. A exonera��o foi publicada no Di�rio Oficial desta segunda, assinada pelo ministro Marcos Pontes, da Ci�ncia e Tecnologia, pasta � qual � vinculada o Inpe. O motivo ainda n�o foi esclarecido. A reportagem procurou o minist�rio, mas ainda n�o recebeu uma resposta.
Na sexta-feira, 10, o �rg�o atualizou em seu site os dados referentes ao desmatamento da Amaz�nia em junho, apontando que o ritmo de alta se manteve, mesmo com uma a��o de militares na regi�o desde maio e com a press�o que vem sendo feita por investidores estrangeiros para que o governo controle o problema.
Alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam a perda de 1.034,4 km� no m�s de junho, alta de 10,65% em rela��o a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km�. Em apenas um m�s, foram derrubados na Amaz�nia o equivalente � �rea da cidade de Bel�m (Par�).
� o m�s de junho com maior devasta��o dos �ltimos cinco anos. J� s�o 14 meses consecutivos de alta no corte da floresta em rela��o aos mesmos meses do ano anterior. Em oito desses meses, as taxas bateram os recordes do registro desde 2015.
No acumulado desde agosto (quando se inicia o calend�rio anual para fins de detec��o do que ocorre na floresta), o Deter indica a devasta��o de 7.566 km�, ante 4.589 km� no per�odo de agosto de 2018 a junho de 2019. O aumento para esse per�odo � de 65%.
O valor at� o momento j� � maior do que o acumulado de todos os alertas dos 12 meses entre agosto de 2018 e julho de 2019: 6.844 km�. Somente nos primeiros seis meses deste ano, foram mais de 3 mil km� de florestas perdidos, o equivalente a duas vezes a �rea da cidade de S�o Paulo.
No ano passado, quando alertas do Deter come�aram a indicar que a Amaz�nia estava sendo devastada, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rejeitaram inicialmente os dados e chegaram a alegar que eles eram mentirosos. O estresse acabou culminando, em agosto, na exonera��o do ent�o diretor do Inpe, Ricardo Galv�o.
Alguns meses depois, quando foram divulgados os dados do sistema Prodes, que traz os dados oficiais de desmatamento na floresta, confirmou-se que a perda de vegeta��o na Amaz�nia, entre agosto de 2018 e julho de 2019 havia sido a maior desde 2008.
Apesar dos n�meros alarmantes, da cobran�a de investidores estrangeiros e nacionais, das den�ncias feitas por agentes ambientais, pesquisadores e ambientalistas, o problema n�o cessa. As taxas mensais de alertas do Deter continuaram em alta desde ent�o.
O governo enviou em maio deste ano uma nova opera��o militar para a floresta, a Verde Brasil 2, mas no mesmo per�odo, o desmatamento continuou subindo.
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