A Coaliz�o Negra Por Direitos, articula��o que re�ne organiza��es de direitos civis e movimentos negros, denunciou � Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos o caso de viol�ncia policial contra uma mulher em Parelheiros, no extremo sul da capital paulista. Na a��o, um dos agentes chega a pisar no pesco�o da comerciante.
O documento pede apoio da institui��o internacional, vinculada � Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), para garantir a expuls�o dos agentes da Pol�cia Militar (PM) envolvidos no epis�dio e para pressionar o governo de S�o Paulo a reformular protocolos de abordagem da corpora��o a fim de "evitar abusos e a perpetua��o da viola��o direitos � vida e integridade f�sica da popula��o negra e perif�rica".
Em entrevista ao Fant�stico, da TV Globo, a v�tima, uma mulher de 51 anos, contou que foi empurrada na grade do pr�prio bar, levou tr�s socos e teve a t�bia quebrada ao levar uma rasteira. Em uma das cenas exibidas pelo programa, ela aparece deitada no ch�o com o policial pisando em seu pesco�o. Depois, � algemada e arrastada para uma cal�ada, onde � novamente imobilizada pelo pesco�o. Desta vez, o policial usa o joelho.
A Coaliz�o Negra Por Direitos tamb�m enviou representa��o pedindo que a Procuradoria-Geral de Justi�a de S�o Paulo instaure investiga��o criminal dos policiais militares que participaram das agress�es. A organiza��o cobra o afastamento definitivo dos agentes, al�m de sua responsabiliza��o penal e administrativa. Por enquanto, a Secretaria da Seguran�a P�blica de S�o Paulo informou que abriu um inqu�rito policial militar (IPM) e que os agentes v�o ficar fora das atividades operacionais at� o fim das investiga��es.
Al�m disso, o documento pede esclarecimentos p�blicos do governador Jo�o Doria (PSDB) e do Comandante Geral da Pol�cia Militar de S�o Paulo, Coronel Fernando Alencar Medeiros, sobre o aumento de mortes decorrentes de a��es policiais durante a quarentena. Segundos dados publicados pela Corregedoria da corpora��o, nos meses de abril e maio, foram 187 v�timas: 116 no primeiro m�s e 71 no segundo. No mesmo per�odo do ano passado, foram 76 assassinatos em abril e 67 em maio: totalizando 143 mortes, ou seja, 44 a menos do que neste ano.
"A Pol�cia Militar mata uma pessoa a cada oito horas. A maioria delas s�o pessoas negras. A maioria delas reside na periferia. N�o s�o atos isolados, � uma pol�tica de gest�o de Estado e n�o h� mais como essa pol�tica permanecer existindo", diz a representa��o, que tamb�m sugere a cria��o de grupos de trabalho para analisar os casos de homic�dios praticados por agentes, de medidas protetivas para as v�timas de viol�ncia policial e de mecanismos internos para evitar "abusos".
George Floyd
O epis�dio guarda semelhan�a com a morte do americano George Floyd, em Minnesota, nos Estados Unidos, em maio. O seguran�a foi asfixiado por um policial branco que prendeu seu pesco�o com o joelho por quase nove minutos. A agress�o em Parelheiros ocorreu apenas cinco dias ap�s o assassinato de Floyd, que desencadeou uma s�rie de manifesta��es antirracistas ao redor do mundo.
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