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Estado de Minas GERAL

S� vacina garante festa de r�veillon e carnaval


16/07/2020 07:29

O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), afirmou ontem que n�o � poss�vel pensar em eventos como o carnaval e o r�veillon sem uma vacina. J� o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB) disse que uma defini��o deve sair em poucos dias. Mas infectologistas e especialistas em eventos esportivos concordam que n�o � poss�vel liberar atividades que envolvam grande n�mero de pessoas e aglomera��es sem que exista uma cura para o coronav�rus.

Durante uma entrevista em Itaquera sobre a revitaliza��o da Avenida Jacu P�ssego, Covas disse que no caso da festa de ano-novo a expectativa � de uma defini��o nos pr�ximos dias. E tamb�m afirmou que est� discutindo como poderiam ser a Parada do Orgulho LGBT e a Marcha Para Jesus, eventos que costumam ter a participa��o de milhares de pessoas.

Sobre o carnaval, Covas afirmou que s�o necess�rios no m�nimo seis meses de organiza��o. "Estamos discutindo com as escolas de samba a possibilidade de adiamento e com outras prefeituras", disse o prefeito. Ele falou que tamb�m conversou com o prefeito de Salvador, ACM Neto (Democratas), para que essa decis�o seja tomada conjuntamente com outras grandes cidades do Brasil. Nesta semana, ACM Neto j� aventou a possibilidade de n�o fazer o evento na data tradicional. Em reuni�o realizada na noite de anteontem, a Liga das Escolas de Samba (Liesa) do Rio confirmou a inten��o de s� realizar os desfiles caso uma vacina contra o coronav�rus seja apresentada nos pr�ximos meses. Nem mesmo um eventual adiamento est� previsto.

"O Brasil est� prestes a alcan�ar 2 milh�es de casos confirmados e 316 mil mortes. � a maior trag�dia da hist�ria. N�o h� nada a celebrar, n�o h� nada a comemorar. E muita aten��o �queles que diante de um quadro como esse ainda querem fazer festividades de ano-novo", disse Doria ontem. Para ele, essas atividades s� devem ser liberadas ap�s uma aplica��o de um imunizante seguro. "N�s n�o temos que celebrar nem ano-novo nem carnaval diante de uma pandemia."

Em S�o Paulo, o Centro de Conting�ncia Contra a Covid-19, do governo do Estado, tamb�m avalia que, no momento, n�o � poss�vel autorizar r�veillon ou carnaval. De acordo com Jo�o Gabbardo dos Reis, "esse tema tem depend�ncia da vacina". "Vai depender de quando ela poder� estar dispon�vel para a popula��o de maior risco.

Consenso

Infectologistas e especialistas ouvidos pelo Estad�o concordam. Para eles, eventos esportivos, carnaval, shows, jogos de futebol com torcida, corridas de rua ou libera��o total de praias, por exemplo, est�o descartadas enquanto n�o h� imunizante ou tratamento. Tamb�m n�o existiria um meio-termo para autorizar aglomera��es. Na multid�o, � invi�vel manter o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas ou controlar o uso de m�scaras.

"Carnaval significa aglomera��o e n�o tem como conter a multid�o. Mesmo num desfile de escola de samba � imposs�vel", diz o m�dico Alexandre Barbosa, titular da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu (SP). O mais seguro neste momento, segundo ele, � deixar suspensas atividades que criem aglomera��es.

Essa tamb�m � a avalia��o do infectologista da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda. "� muito dif�cil que essas atividades, como shows, partidas de futebol com p�blico, carnaval, sejam retomadas."

"Grandes reuni�es onde muitas pessoas est�o em contato pr�ximo por longos per�odos s�o muito arriscadas em termos de transmiss�o, o que pode sobrecarregar o sistema de sa�de", alerta Josh Petrie, pesquisador e professor assistente do Departamento de Epidemiologia da Escola de Sa�de P�blica da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Al�m da inexist�ncia de vacina at� o momento, um dos fundamentos que sustentam a cautela por parte dos m�dicos tamb�m � o desconhecimento sobre a doen�a. "S� quem tiver uma bola de cristal vai poder dizer qual ser� a intensidade da pandemia em fevereiro de 2021, em termos de transmissibilidade de novos casos", diz Barbosa, fazendo refer�ncia ao m�s do carnaval.

"N�o sabemos nada sobre o futuro", concorda Croda, da Fiocruz. Entre as incertezas a respeito da doen�a, ele aponta, por exemplo, o tempo de imunidade de quem j� teve o coronav�rus. "Quem pegou covid-19 est� imune pelo restante da vida ou s� por um curto per�odo de tempo?", questiona.

Especialistas tamb�m s�o c�ticos em rela��o a medidas de controle que permitiriam liberar aglomera��es, mesmo sem vacina. "Infelizmente, ainda n�o temos maneiras de realizar esses eventos com seguran�a", afirma Petrie, da Universidade de Michigan. Ele lembra que algumas ligas esportivas dos Estados Unidos come�aram a implementar planos de reabertura, mas tiveram problemas com a infec��o dos jogadores, apesar das precau��es.

Leandro Carlos Mazzei, cientista do esporte e professor da Faculdade de Ci�ncias Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ressalta que, apesar de existir um protocolo, as chances de as pessoas burlarem as regras s�o muito altas. Como exemplo, ele cita o campeonato de futebol de Santa Catarina, onde houve falhas no protocolo entre os jogadores, e o torneio voltou a ser suspenso. "E n�o teve aglomera��o, s� quest�o do protocolo entre os atletas. Agora, imagina se o evento tivesse sido aberto ao p�blico, � complicado..."

O especialista considera "quase incontrol�vel", o comportamento do p�blico. Para adotar e cumprir medidas paliativas como uso de m�scaras e distanciamento, seriam necess�rios controles muito r�gidos e um comportamento muito correto das pessoas, o que, na opini�o dele, est� longe de ser atingido. Ele lembra da quest�o jur�dica envolvida: quando s�o realizados eventos e as pessoas podem ser contaminadas, uma quest�o que poder� vir � tona � a responsabilidade pela contamina��o que pode recair sobre os organizadores. (Colaborou Marcio Dolzan)


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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