As declara��es de Massad em um evento online da Ag�ncia Fapesp motivaram questionamentos sobre o plano de abertura das escolas no Estado de S�o Paulo e o coordenador executivo do Centro de Conting�ncia contra o Coronav�rus, Jo�o Gabbardo, chegou a dizer na quinta-feira que o plano de volta �s aulas, prevista para 8 de setembro, seria reavaliado. Nesta sexta-feira, o secret�rio estadual da Educa��o, Rossieli Soares, disse que o planejamento est� mantido. Grande parte das escolas de todo o Brasil est� fechada desde mar�o para conter o avan�o do coronav�rus, que j� matou mais 77 mil no Pa�s.
"Houve um mal-entendido. Em um evento com a Fapesp, em um momento da discuss�o, apresentei um resultado de 17 mil �bitos pela covid se as aulas voltassem. O meu equ�voco � que eu disse que isso aconteceria nos primeiros 15 dias. Nos primeiros 15 dias, a proje��o � de 1,5 mil mortes. As 17 mil seriam at� o final da epidemia", disse Massad ao Estad�o nesta sexta. Ele chegou ao n�mero de 17 mil �bitos contando 200 dias a partir de 1º de agosto, com uma eventual reabertura das escolas.
Segundo o pesquisador, a proje��o de 1.557 mortes at� o dia 15 de agosto foi feita com base em um modelo matem�tico que leva em considera��o a abertura das escolas em todo o Pa�s - e n�o s� em S�o Paulo - no dia 1º de agosto, com o retorno de todas as crian�as e adolescentes, de 0 a 19 anos, de uma s� vez. No Estado de S�o Paulo, prev�-se um retorno em setembro, se todo o Estado reduzir as taxas de contamina��o, e com volta gradual dos estudantes � sala de aula. Na primeira etapa, seriam 35% dos estudantes.
Os �bitos projetados pelo pesquisador seriam tanto de alunos quanto professores - ou seja, de pessoas da comunidade escolar. N�o foram calculadas mortes decorrentes do contato dessas pessoas com outras, no ambiente externo. Segundo o pesquisador, o modelo levou em conta que taxa de mortalidade das crian�as pela covid-19 � menor do que a da popula��o em geral.
"Morrem muito menos, mas n�o significa que n�o morram. E, na minha opini�o, se tiver o risco de morrer uma �nica crian�a por escola, a escola n�o pode abrir. A discuss�o se � 1.500 ou 17 mil � f�til. O que importa � que certamente v�o morrer crian�as se abrir a escola", disse Massad nesta sexta-feira.
Em entrevista coletiva na manh� desta sexta, Rossilei disse que 1.557 � um n�mero "consider�vel". "Por isso que estamos alertando, n�s n�o aceitamos e vamos trabalhar com absoluta seguran�a nesse processo. S� voltaremos com a �rea da sa�de falando que � poss�vel retornar dadas as condi��es que teremos l� na frente. Nossos protocolos est�o mantidos."
Massad explicou que as proje��es s�o preliminares e que n�o � poss�vel calcular o que pode ocorrer com a curva de infec��es e �bitos se as escolas forem abertas em setembro. "Essa proje��o foi calculada prevendo a abertura no dia 1º de agosto. N�o tenho confian�a nos modelos matem�ticos para projetar o que vai acontecer daqui a um m�s e meio, as incertezas s�o grandes. Esses modelos s� valem para 15 dias."
A pesquisa n�o foi publicada em peri�dicos cient�ficos. "� um exerc�cio que est� sendo feito para alertar as autoridades para o fato de que existe um risco de crian�as morrerem", diz o professor, que vem pesquisando os impactos da covid-19.
"Comecei a analisar porque houve essa decis�o de volta � escola e isso me gerou uma preocupa��o." Segundo ele, � preciso, com base nos n�meros, fazer uma an�lise criteriosa do plano de reabertura, considerando as especificidades de cada local.
Dados j� coletados em todo o mundo mostram que as crian�as t�m menos risco de adoecer gravemente por causa do coronav�rus. Mas ainda h� d�vidas importantes para esclarecer. � preciso saber, por exemplo, com que frequ�ncia as crian�as s�o infectadas e qual papel elas t�m na transmiss�o do v�rus.