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Estado de Minas GERAL

Idosos saem menos, mas s� 5,3% reclamam de solid�o, diz estudo


24/07/2020 07:31

Primeiros a serem citados como grupo de risco para o novo coronav�rus, os idosos logo se viram na necessidade de se isolar para evitar a infec��o por uma doen�a que poderia ser fatal. Assim, Orfeu, de 90 anos, deixou de fazer caminhadas � beira-mar. Norma, de 81 anos, s� sai de casa para ir ao m�dico. No entanto, mesmo com a rotina alterada, eles n�o se sentem sozinhos e reproduzem o perfil encontrado por uma pesquisa realizada por quatro centros com servi�o de geriatria que apontou que 95,2% dos idosos reduziram as sa�das de casa, mas apenas 5,3% relataram sentir solid�o.

Desde abril, os 557 participantes da pesquisa, que t�m entre 60 e 100 anos, come�aram a ser entrevistados por telefone para um levantamento que vai durar seis meses. O estudo inclui perguntas sobre medidas de preven��o adotadas, frequ�ncia de sa�das, recursos de comunica��o usados para falar com parentes e amigos, atividade f�sica e sa�de mental. As conversas duram de 20 a 30 minutos.

"Quando come�ou a quarentena, a gente come�ou a receber muitas liga��es dos pacientes. Era muita ansiedade e percebemos que n�o ia ser f�cil - mas eles est�o aderindo bem �s recomenda��es. Os idosos que relatam impacto s�o os que tinham vida muito ativa, rotina na rua e atividades. No entanto, quando olhamos a escala de solid�o, ela est� em n�veis baixos. O que dizem � que recebem liga��es todos os dias, que est�o se sentindo mais acolhidos do que antes", explica Daniel Apolin�rio, geriatra do HCor e um dos coordenadores do estudo, conduzido pelo servi�o de geriatria do Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP, pela unidade de cardiogeriatria do Instituto do Cora��o (InCor), pelo Hospital do Cora��o (HCor) e pelo servi�o de oncogeriatria do Instituto do C�ncer do Estado (ICESP).

O aposentado Orfeu Muriccone, de 90 anos, aderiu ao isolamento mas n�o deixou de manter contato com as pessoas. Por telefone, fala diariamente com as duas filhas - uma de Sorocaba e outra da capital. Na Praia Grande, onde mora, interage com os vizinhos por meio dos quitutes que prepara. "Gosto de mexer na cozinha, sei cozinhar. Fa�o bolo, docinhos, p�o. Estou fechado em casa mas tenho muita liberdade com o pessoal do pr�dio."

Bailinhos

A dona de casa Norma Alvarenga Peixoto da Costa Lobo, de 81 anos, se define como uma "mulher bi�nica". Com problemas cardiovasculares, tem nove stents, mas isso n�o a impedia de ter uma vida ativa. Viajava com amigas, fazia gin�stica. "Eu gostava mesmo era dos bailes da terceira idade.
A�, a pandemia parou tudo." Formada em psicologia, Norma n�o se deixa abalar pelo isolamento. "Eu aceito tudo que vem. N�o vou entrar em desespero nem em depress�o."

A redu��o da pr�tica de atividades f�sicas foi um dado que preocupou o grupo de pesquisadores. De acordo com o estudo, 57,8% dos idosos afirmaram que, em fevereiro, n�o faziam exerc�cios. Em abril, 72,8% afirmaram que estavam sedent�rios e o �ndice subiu para 77,8% em junho. Entre os ativos, 17,2% afirmaram que se exercitavam antes da quarentena. O n�mero passou para 9,2% em abril e atingiu 4,5% em junho. "Houve uma queda violenta de n�veis de atividade f�sica e essa � uma preocupa��o de longo prazo. � uma popula��o de alto risco, que vai ficar muito tempo em quarentena. Eles foram os primeiros a entrar e devem ser os �ltimos a sair", diz Apolin�rio.

Tamb�m chamou aten��o a ansiedade dos participantes. "A taxa de ansiedade � relativamente alta. Nos estudos, ansiedade e depress�o t�m preval�ncia semelhante. Aqui, a taxa de ansiedade � quase o dobro da de depress�o. No come�o, eles tinham medo de se infectar, houve preocupa��o com o desemprego." Em abril, 17% relataram ansiedade e o n�mero chegou a 19,5% em maio. Em junho, caiu para 14,9%. No caso da depress�o, os �ndices foram 8,5%, 11,9% e 9%, respectivamente. J� de solid�o, foram 15,4%, 7% e 5,3%.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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