O n�mero de pessoas assassinadas no Estado de S�o Paulo no primeiro semestre chegou a 1.522. A quantidade de v�timas � 4% maior ante o mesmo per�odo do ano passado e interrompe redu��o que ocorria ininterruptamente desde 2014. O crescimento surpreende, por ser em meio ao isolamento social no Estado desde o fim de mar�o. No per�odo, as a��es policiais tamb�m se tornaram mais letais e bateram recorde.
Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria da Seguran�a P�blica. Dos homic�dios, 719 foram na capital ou na Grande S�o Paulo; outros 803 foram no interior ou no litoral. A pasta diz que a alta � objeto de estudo e causa preocupa��o por ser o crime mais grave e representar vidas perdidas. Mas a gest�o Jo�o Doria (PSDB) destaca que o Estado segue com a menor taxa proporcional do Brasil, abaixo de 7 por 100 mil habitantes.
S�o Paulo diminui consistentemente os n�meros de homic�dio desde 2001. De l� para c�, s� em tr�s anos os assassinatos do 1� semestre superaram o do per�odo anterior: 2009, 2012 e 2013. Foi, portanto, a 1� alta semestral em sete anos. Ainda assim, o Estado permanece desde 2015 abaixo do patamar dos 2 mil casos.
Relat�rio da secretaria mostra que 85,6% das v�timas s�o homens e 12,9% s�o mulheres. Pardos e pretos respondem por 50,4% dos assassinados, al�m de 44,6% de brancos e 4,9% classificados como outros. A maior parte desses crimes � classificado como "conflitos interpessoais", que correspondem a 35,5% dos registros at� aqui no ano; 87 registros foram definidos como feminic�dio.
O secret�rio executivo da Pol�cia Militar, coronel �lvaro Batista Camilo, disse que a secretaria atua com opera��es para combater o crime. As grandes a��es contra tr�fico de drogas, por exemplo, tem efeito sobre os crimes contra a vida cometidos neste contexto. "Temos um trabalho muito forte para tirar arma de fogo de circula��o", acrescentou Camilo.
Letalidade
Foram mortas 514 pessoas em a��es da pol�cia de S�o Paulo no 1� semestre. � o maior patamar semestral de letalidade policial desde 2001, in�cio da s�rie hist�rica.
O n�mero � 20,6% maior do que o registrado no 1� semestre de 2019. S�o contabilizados nesse indicador a��es com pressuposto de legalidade, como nos casos em que os agentes reagem durante o atendimento de uma ocorr�ncia.
Cabe � Pol�cia Civil, ao Minist�rio P�blico e � pr�pria PM apurar se a morte de fato decorreu de interven��o leg�tima.
Das 514 mortes deste ano, 442 tiveram autoria de policial em servi�o, enquanto nos outros 72 casos o policial estava de folga, mas ainda assim atendeu a um caso ou reagiu a um assalto, por exemplo. Em 97% dos casos, a morte � atribu�da � PM, cuja caracter�stica da atua��o tem liga��o com o patrulhamento nas ruas. Nos outros 3%, o autor foi um policial civil.
"A alta na letalidade policial causa muito estranhamento, principalmente se considerarmos a queda nos crimes contra o patrim�nio (durante a pandemia), j� que uma parte da letalidade � atribu�da a casos de roubo", disse Samira Bueno, do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica. Os roubos contra resid�ncias, com�rcios e pedestres, por exemplo, ca�ram 8% no Estado no 1� semestre.
O coronel Camilo disse que a alta da letalidade encontra coer�ncia "com o ambiente que estamos vivendo". Ele atribui a alta ao deslocamento mais �gil dos policiais at� a ocorr�ncia, o que elevaria a possibilidade de confronto. "A pol�cia est� chegando muito r�pido e pegando o infrator ainda durante a sua a��o, no cometimento do delito, o que tem levado ao confronto.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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