O carnaval de rua e os desfiles das escolas de samba de S�o Paulo ser�o adiados para uma data ainda a ser definida em 2021 por causa da pandemia, segundo disse ontem o prefeito Bruno Covas (PSDB). H� proposta para que as festividades sejam no fim de maio ou em julho. O adiamento da folia e a suspens�o de outros eventos - como a F�rmula 1, Parada do Orgulho LGBT e R�veillon na Avenida Paulista - colocam em risco a movimenta��o de R$ 3,41 bilh�es no setor de com�rcio e servi�os da cidade, conforme dados de 2019. M�dicos t�m apontado a dificuldade de realizar megaeventos sem que haja vacina e a popula��o seja imunizada.
O carnaval movimenta cerca de R$ 2 bilh�es, seguido do r�veillon (R$ 649 milh�es) e da Parada LGBT (R$ 403 milh�es). Os pontos facultativos tamb�m devem ser alterados. A prova da F�rmula 1 no Aut�dromo de Interlagos, cujo cancelamento foi adiantado pelo Estad�o e confirmado ontem pela Prefeitura, movimenta R$ 361 milh�es. A Marcha para Jesus havia sido adiada de junho para novembro, mas segundo Covas os organizadores desistiram da ideia.
Outras cidades tamb�m reveem o calend�rio de grandes eventos. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), j� disse que se n�o houver vacina contra o coronav�rus at� novembro, a festa na capital baiana n�o ser� realizada. No Rio, o R�veillon em Copacabana e o carnaval est�o amea�ados.
O �ltimo carnaval foi �s v�speras do registro da chegada do v�rus � capital, na 2.� quinzena de fevereiro. Como j� se sabia do espalhamento da doen�a por Europa e Estados Unidos nas semanas anteriores, houve debates sobre a necessidade de cancelar o evento este ano, o que foi recha�ado por autoridades � �poca. Em 2020, segundo a Prefeitura, o p�blico (flutuante) dos blocos de rua chegou a 15 milh�es de foli�es, sem contar os blocos pr� e p�s-carnaval.
Para tomar a decis�o sobre o carnaval 2021, Covas j� havia se reunido com dirigentes de escolas de samba e coordenadores dos principais blocos de rua. A avalia��o � de que fica praticamente imposs�vel adotar protocolos de seguran�a, como o distanciamento entre foli�es. "Apesar de a cidade sempre estar evoluindo no Plano S�o Paulo (protocolo estadual de flexibiliza��o da quarentena), ainda estamos enfrentando a pandemia", disse Covas.
Representantes de escolas de samba da cidade disseram apoiar a medida, destacando a sa�de dos integrantes das agremia��es e a possibilidade de planejar melhor o evento do ano que vem. "Todo o tempo pensamos nos funcion�rios e artistas que trabalham diretamente nas escolas de samba", disse a presidente da Sociedade Rosas de Ouro, Angelina Bas�lio. "A partir dessa nova data, podemos dar o 'start' no projeto de 2021. Na Rosas de Ouro, vamos falar sobre todos os rituais de cura no tema 'Sanitatem', que est� sendo desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes." A escola, segundo Angelina, vem trabalhando em um projeto de arrecada��o de doa��es para fam�lias atingidas pela covid-19 na Freguesia do � e na Brasil�ndia, na zona norte, uma das mais atingidas pela pandemia na cidade.
Presidente da Imperador do Ipiranga, Rodrigo Souto disse que o adiamento foi "em comum acordo" entre a liga das escolas, agremia��es e Prefeitura. "Com essa previs�o, j� � poss�vel dar continuidade no desenvolvimento do projeto do desfile do ano que vem. Ainda estamos no prazo para iniciar a confec��o dos pilotos, produ��o de alegorias e reprodu��o de fantasias." Segundo ele, a escola est�, no momento, empenhada em ajudar fam�lias da comunidade de Heli�polis, zona sul.
Automobilismo
"A F�rmula 1 � um evento de grande porte e relevante para o setor da hotelaria. S� os funcion�rios das equipes conseguem encher v�rios estabelecimentos, mas � importante entender que nosso grande problema � combater a pandemia. Tomar medidas contra a pandemia � positivo para mostrar ao turista que S�o Paulo est� preocupada com a sa�de", diz Ricardo Roman, presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is de S�o Paulo.
No Pr�mio de Interlagos, 78% do p�blico vem de fora de S�o Paulo. Em m�dia, cada turista gasta cerca de R$ 3,3 mil na perman�ncia na cidade.
A Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens Servi�os e Turismo (CNC) calcula que, em quatro meses, o segmento de turismo tenha perdido R$ 121,97 bilh�es. No setor, a expectativa � de retomada mais lenta do que em outros e de dificuldades agravadas pelo fechamento de fronteiras, o que pode se estender por mais tempo a depender do avan�o da pandemia no Brasil. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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