Ap�s 132 dias fechados por causa da pandemia do novo coronav�rus, shopping centers abriram as portas em Salvador ao meio-dia desta sexta-feira, 24, causando filas na entrada dos centros comerciais, e levando parte dos visitantes �s compras. De Smart TV a sapatos e t�bua para passar roupa, muitas pessoas aproveitaram o primeiro dia de retorno das atividades para garantir as ofertas.
A fase 1 da retomada das atividades econ�micas da capital baiana foi autorizada pelo decreto municipal de n� 32.610 (23/07/2020) e prev� a reabertura de shoppings, centros comerciais, lojas de rua com mais de 200 metros quadrados e templos religiosos, obedecendo 40 medidas em protocolos de seguran�a espec�ficos. O hor�rio permitido � das 12h �s 20h. A retomada n�o vale nos bairros onde h� medidas mais restritivas para conter o avan�o da covid-19.
De acordo com o secret�rio de Sa�de do munic�pio, L�o Prates, a cidade atingiu o plat� e est� caminhando para a queda de casos. Um dos principais crit�rios adotados pela prefeitura para esta reabertura foi o da taxa de ocupa��o de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na cidade, que chegou a 73% na quinta-feira e fechou esta sexta em 71%, como informou Prates ao Estad�o.
De acordo com os �ltimos dados informados pela Prefeitura de Salvador no in�cio da noite desta sexta, s�o 50.790 casos de covid-19 na capital e um total de 1.630 mortes em decorr�ncia da doen�a.
"Todos os nossos indicadores apontam para a reabertura. Sa�mos do plat� e estamos indo para a queda. Al�m da taxa de ocupa��o de UTIs, que chegou hoje a 71%, Salvador representa, hoje, em todo o estado da Bahia, 36% dos casos totais. Esse �ndice j� foi de 70%. Al�m disso, nosso fator R, que � o n�mero de pessoas que um infectado pode infectar, est� abaixo de 1", afirmou.
Um leve aumento da taxa de ocupa��o de leitos de UTI deve ser sentido nos pr�ximos dias em decorr�ncia da abertura, prev� a prefeitura. "A nossa expectativa, como ocorreu em outros locais onde abriu, � de um leve crescimento que pode chegar a 74%. Mas a nossa taxa de seguran�a � de 80%. Se chegar a isso, fecha tudo novamente."
Consumo
O maior impacto da reabertura do com�rcio ser� sentido pelos shoppings, j� que lojas de rua com menos de 200 metros quadrados estavam abertas h� um m�s.
Dois dos maiores shoppings da capital criaram condi��es para aferir a temperatura dos clientes na entrada, al�m da instala��o de totens de �lcool em gel e diversas informa��es explicativas nas portas das lojas, entre as quais, a regra de que n�o pode haver aglomera��o. S� pode circular no estabelecimento um cliente por cada cinco metros quadrados. O que nem todas cumpriram. A reportagem flagrou uma filial das Casas Bahia de um shopping da cidade com aglomera��o interna. De l� saiu consumidor carregando Smart TV de 50 polegadas comprada por um pre�o atrativo, segundo a cliente Carol Ferreira, que ouviu dizer que o shopping estava aberto e correu para l� com o tio e a tia para a compra do aparelho. "Estava muito mais barato. Viemos e compramos", disse a estudante, que preferiu n�o ser fotografada.
Apesar da euforia das horas iniciais, o movimento foi tranquilo nos tr�s maiores shoppings de Salvador durante a maior parte do tempo. Em todas as lojas, funcion�rios com m�scaras e protetor visual. Para entrar em cada loja � necess�ria a higieniza��o com �lcool em gel.
Mariana Marques, de 21 anos, saiu para comprar uma t�bua de passar roupa. "Soube que abriu. Comprei barato na loja, por R$ 80. Estava precisando. Estou com nen�m em casa e as costas doem, precisava da t�bua", justificou.
O Shopping da Bahia informou que o movimento foi adequado e dentro do esperado, revelando a rela��o de proximidade do empreendimento com a cidade. "N�s entendemos que o momento � de reconex�o, reaprendizado e que, aos poucos, e com seguran�a, voltaremos ao patamar anterior ao fechamento".
J� o grupo JCPM, que administra os shoppings Salvador e Salvador Norte informou que o movimento foi dentro do esperado nos dois centros comerciais: "cerca de 40% de uma sexta-feira normal", de acordo com Fernando Rocha, diretor regional de opera��es BA/SE do grupo. A expectativa para o fim de semana � de 40% a 45% de um fluxo normal.
"Estamos voltando ap�s um per�odo totalmente at�pico, com caracter�sticas que nunca foram vivenciadas por n�s. Ent�o, temos consci�ncia de que esta � uma retomada gradual e isso � importante para a seguran�a de todos. Esperamos que se estabilize em cerca de 50% do fluxo anterior nas pr�ximas semanas", explicou Rocha.
O diretor informa, ainda, que nas pra�as onde o Grupo JCPM j� retomou as atividades, como Fortaleza e Recife, foi notado um perfil de consumidor mais objetivo. Vai ao shopping para comprar o que precisa e retorna para a casa. "Ou seja, deve se manter um fluxo abaixo do normal, mas com uma convers�o de vendas boa".
Preju�zo
A expectativa do setor comercial � de aliviar os preju�zos causados por quatro meses de estabelecimentos fechados. "N�s nos preparamos para isso. Visitei os grandes shoppings e vi que todos est�o seguindo todos os protocolos de seguran�a. Eu estou estimando que teremos no m�s de agosto, entre 30% a 40% do consumo que tivemos no mesmo per�odo de 2019", diz Carlos Andrade, presidente da Federa��o do Com�rcio da Bahia (Fecom�rcio-Ba).
A expectativa � a de que, dando tudo certo, com os casos de covid-19 em queda e a reabertura progressiva das atividades econ�micas, dezembro chegue pr�ximo ao patamar de vendas alcan�ado em dezembro de 2019.
Perguntado se n�o teme um aumento de casos e o retorno do fechamento, Andrade se diz "otimista": "Eu prefiro n�o acreditar em segunda onda. Vamos ser precavidos e n�o vamos pensar o pior. Prefiro ser otimista".
Em balan�o apresentado nesta sexta-feira, mesmo dia da reabertura do setor na Capital, a Fecomercio-BA previa queda de preju�zo. A entidade estimava um d�ficit m�dio di�rio de R$ 108 milh�es ao longo da pandemia. O c�lculo foi revisado para R$ 87 milh�es a partir do impacto do aux�lio emergencial, que injetou na microeconomia do Estado cerca de R$ 3,6 bilh�es, beneficiando 5 milh�es de pessoas.
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