
Dois anos de amizade e o reconhecimento intenso nas redes sociais n�o impediram que o youtuber brasiliense conhecido como Rodrig�o planejasse o sequestro do pr�prio amigo. Preso na semana passada pela Divis�o de Repress�o a Sequestros (DRS) da Pol�cia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele � suspeito de ser o mentor do crime que ocorreu em 3 de junho.
Ele e a v�tima, um homem com idade entre 35 e 40 anos, conforme informado pelo delegado-chefe da DRS, Leandro Ritt, se conheciam h� pelo menos dois anos. Os dois eram amantes de carros, sobretudo os antigos.
Ele e a v�tima, um homem com idade entre 35 e 40 anos, conforme informado pelo delegado-chefe da DRS, Leandro Ritt, se conheciam h� pelo menos dois anos. Os dois eram amantes de carros, sobretudo os antigos.
Segundo o delegado, a fam�lia da v�tima tem uma vida confort�vel, com resid�ncia no Lago Sul. “S�o empres�rios, do ramo da sa�de”, detalhou o investigador. De olho no dinheiro, Rodrig�o teve a ideia do sequestro ao saber que eles estavam vendendo um lote na mesma regi�o. Ele ent�o acionou um comparsa, especialista em tecnologia, para fingir ser corretor de im�veis interessado na compra do terreno. Al�m disso, contratou dois homens para ajud�-lo.
O plano inicial era levar apenas o filho, mas, como ele reagiu, os sequestradores tamb�m colocaram a m�e no carro. Em um barraco na Col�nia Agr�cola Aguilhada, zona rural de S�o Sebasti�o, m�e e filho foram interrogados separadamente.
Dessa forma, o grupo descobriu que o patrim�nio da fam�lia consistia em im�veis, de modo que n�o seria poss�vel realizar saque de grandes quantias em curto prazo.
Dessa forma, o grupo descobriu que o patrim�nio da fam�lia consistia em im�veis, de modo que n�o seria poss�vel realizar saque de grandes quantias em curto prazo.
Por esse motivo, o grupo decidiu libertar a fam�lia, com a promessa de que o valor seria posteriormente cobrado. Os celulares foram devolvidos, e os ref�ns deixados em uma via pr�ximo ao N�cleo Bandeirante. A princ�pio, as v�timas n�o queriam registrar ocorr�ncia e estavam decididos a deixar o pa�s. No entanto, um amigo os convenceu a procurar a Pol�cia Civil, dois dias depois da liberta��o, como explica Leandro Ritt. “Depois de uma longa conversa, eles decidiram colaborar com as investiga��es.”
O delegado alertou para que eles n�o comentassem o ocorrido com mais ningu�m. “Mesmo assim, pouco depois da queixa, o youtuber visitou a fam�lia e o filho, e acabou contando tudo, inclusive o envolvimento da pol�cia nas investiga��es. Provavelmente por isso, os suspeitos desistiram de entrar em contato novamente para cobrar pelo sequestro”, avalia o investigador. “Mas eles estavam dispostos a fazer o pagamento. O papel da Pol�cia Civil, neste ponto, foi importante porque, sem as investiga��es, eles iriam permanentemente sofrer extors�es, o que s� tem fim com a pris�o dos autores.”
Os agentes da DRS efetuaram as pris�es de Rodrig�o, do comparsa que fingiu ser corretor, e de um dos contratados, na ter�a e na quinta-feira da semana passada. “Todos tinham idade entre 30 e 40 anos, e apenas um dos suspeitos de ter recebido pagamento tinha respondido a um processo sobre tr�fico de drogas”, destaca o delegado.
O quarto envolvido segue em liberdade. “Mas j� foi identificado e ser� preso em breve”, alerta Ritt. Todos ir�o responder por extors�o mediante sequestro, ainda que o resgate n�o tenha sido pago. “A pena varia de 12 a 20 anos de reclus�o. Por se tratar de crime hediondo, tem progress�o de regime mais lenta”, explica o investigador.
O quarto envolvido segue em liberdade. “Mas j� foi identificado e ser� preso em breve”, alerta Ritt. Todos ir�o responder por extors�o mediante sequestro, ainda que o resgate n�o tenha sido pago. “A pena varia de 12 a 20 anos de reclus�o. Por se tratar de crime hediondo, tem progress�o de regime mais lenta”, explica o investigador.
Amizade nas redes
A amizade entre Rodrig�o e a v�tima, empres�rio do ramo da sa�de, era motivada pelo amor por carros. No canal do suposto mandante do crime, somam-se 69,3 mil inscritos e, ao menos duas participa��es do “amigo” feito de ref�m. Ele tamb�m tinha um canal, com mais de 7 mil seguidores. Em algumas das produ��es da dupla, eles passeavam em um Opala 4400, pertencente ao empres�rio. Em outras, Rodrig�o aparece dentro da casa da v�tima.
O delegado explica que, pela rela��o de confian�a e proximidade, foi dif�cil convencer a fam�lia do envolvimento do youtuber. “Mas n�s t�nhamos provas. Os dois comparsas j� presos o delataram e, al�m disso, t�nhamos um �udio de uma conversa em que ele negociava com o companheiro, que fingiu ser corretor, o valor a ser pago aos outros dois”, destaca Ritt. “Diante das evid�ncias, ele acabou se convencendo.”
Ainda de acordo com o delegado, o influenciador negou, em depoimento, sua participa��o no crime. Confrontado com as provas, Rodrig�o disse que estariam armando contra ele. O Correio Braziliense n�o conseguiu localizar a defesa do suspeito. A reportagem tamb�m acionou o YouTube para saber se o canal ser� desativado, mas a empresa informou que n�o ir� comentar o caso.
Cativeiro
O local onde as v�timas foram detidas, entre 10h e 23h, � acessado por uma estrada de terra, localizada atr�s da Unidade de Interna��o de S�o Sebasti�o. As poucas constru��es da �rea s�o barracos de madeira aparentemente inabitados. Segundo a DRS, o barraco que serviu de cativeiro n�o pertence a nenhum dos envolvidos. “Mas eles conheciam a �rea e sabiam que ali estariam isolados”, informou o delegado Leandro Ritt.