
“N�s, cinco, conversamos, todos bem, felizes e contentes, dizendo que dia 30 de julho era a data do nosso segundo nascimento”. Esse � o relato do tenente-coronel Mois�s Alves Barcelos, piloto do helic�ptero do Corpo de Bombeiros que caiu em Vicente Pires, no Distrito Federal, na manh� de quinta-feira (30-08).
A aeronave que levava tr�s militares e dois profissionais da sa�de do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) colidiu contra o pr�dio desativado de uma faculdade privada, o que ocasionou a queda e momentos de tens�o. “Foi tudo muito r�pido, um acidente de menos de 10 segundos. Sa� do helic�ptero, retirei todo mundo da cena para levar a um local seguro ali perto, e nossa equipe, que estava no solo, j� come�ou o trabalho de montar a mangueira para jogar �gua com espuma, que esfria a gasolina e evita explos�es”, relembra.
A din�mica do acidente ser� esclarecida ap�s a per�cia, mas a experi�ncia de Barcelos � reconhecida por toda a corpora��o. S�o 25 anos de atua��o no Corpo de Bombeiros, sendo 13 na avia��o, com mais de mil horas de voo e 15 mil pousos e decolagens. “Ingressei na avia��o em 2007, ano em que tivemos um acidente a�reo com helic�ptero da corpora��o e tr�s pessoas morreram. Um dos que faleceu era meu chefe na �poca”, lamenta o tenente-coronel. Como nunca tinha passado por situa��o semelhante durante o trabalho, Barcelos diz que ficou pensando no que poderia ter feito de diferente para evitar a queda do helic�ptero, mesmo tendo a consci�ncia de que o pior n�o aconteceu.
“Veio o baque”
“Saber que tivemos um acidente a�reo, com cinco pessoas na tripula��o, e todos sobreviveram, � motivo de comemora��o. Na nossa profiss�o, sa�mos para trabalhar e n�o sabemos se voltamos. Acidentes de pessoas de farda t�m �bito quase certo. Ent�o, s� resta agradecer a Deus pelo milagre”, desabafa. Ver a fam�lia, depois do ocorrido, ajudou a passar pelo trauma.
Coincidentemente, a esposa de Barcelos estava sem celular durante aquela manh�, e os pais ainda n�o tinham recebido a not�cia da queda. “Fui para casa logo depois do acidente, vi minha esposa e contei para ela o que aconteceu. Ela n�o acreditou. Como assim o helic�ptero tinha ca�do, e eu estava ali? Mas ela pegou o telefone, viu as imagens e se desesperou, veio o baque. Com meus pais, eu tamb�m tive a chance de contar o que houve, ainda bem”, avalia.
Coincidentemente, a esposa de Barcelos estava sem celular durante aquela manh�, e os pais ainda n�o tinham recebido a not�cia da queda. “Fui para casa logo depois do acidente, vi minha esposa e contei para ela o que aconteceu. Ela n�o acreditou. Como assim o helic�ptero tinha ca�do, e eu estava ali? Mas ela pegou o telefone, viu as imagens e se desesperou, veio o baque. Com meus pais, eu tamb�m tive a chance de contar o que houve, ainda bem”, avalia.
Barcelos diz n�o lembrar de quantas vidas salvou em todos os anos de corpora��o, mas se preocupa, sempre, em levar socorro a quem precisa. Uma amiga comentou que, depois de tanto o militar resgatar outras pessoas, foi a vez de Deus fazer o mesmo com ele. “Agora, s�o dias de agradecimento. Fiz os exames de praxe, falei com todos que estavam na aeronave e conversei com toda a tropa do servi�o a�reo para mostrar que estamos bem. Nessas horas, lembro o lema da corpora��o: ‘Vidas alheias e riquezas salvar!’”, define.