O governo argentino recebeu um alerta sobre uma nova nuvem de gafanhotos no Pa�s. Na �ltima sexta-feira, 31, o Servi�o Nacional de Sa�de e Qualidade Agroalimentar (Senasa), uma ag�ncia do governo, foi informada por um produtor local sobre uma quarta nuvem de gafanhotos em Salta, na Argentina.
De acordo com o governo argentino, ainda n�o h� informa��es sobre o tamanho desta quarta nuvem. Uma equipe do Senasa deve ir at� o local para verificar a presen�a das pragas e apresentar a extens�o dessa nuvem.
No Brasil, os pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) t�m apresentado simula��es e estimativas da trajet�ria das nuvens de gafanhotos, da esp�cie Schistocerca cancellata, que est�o se deslocando pelo Paraguai e Argentina desde maio.
A primeira nuvem, j� acompanhada pelos pesquisadores, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina e foi praticamente dizimada na �ltima semana em Federaci�n, divisa da Argentina com o Uruguai. O munic�pio de Federaci�n fica a aproximadamente 90 km, em linha reta, de Barra do Quara� no Rio Grande do Sul.
A segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai no dia 16 de julho, na prov�ncia del Chaco, Argentina e se encontra atualmente em El Pintado. Simula��es para esta nuvem foram apresentadas pelos pesquisadores no dia 22 de julho, quando a nuvem estava em General G�emes, mas com a chegada do frio o enxame se manteve sem grandes deslocamentos desde ent�o.
A terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina no dia 21 de julho e se encontra em Ingeniero Ju�rez, prov�ncia de Formosa, na Argentina. De acordo com os pesquisadores, eles monitoram esta nuvem e as primeiras simula��es devem ser apresentadas.
Entenda como se forma a nuvem de gafanhoto
Segundo o entomologista Dori Edson Nava, do N�cleo de Fitossanidade da Embrapa Clima Temperado, unidade de pesquisas localizada em Pelotas (RS), que acompanha a movimenta��o dos insetos, h� basicamente tr�s hip�teses: ondas de temperaturas mais elevadas, que favorecem a prolifera��o; vit�ria na luta natural desses insetos contra outras esp�cies no meio ambiente; e componentes econ�micos, quando, por exemplo, o produtor agr�cola reduz o uso dos controles recomendados de pragas, provocando o aumento da popula��o.
Para o entomologista, a aglomera��o dos insetos � um problema ambiental regional, que pode ter um ciclo que vai de 8 a 15 anos a partir de longos per�odos de temperaturas altas.
Segundo ele, h� ocorr�ncia de temperaturas mais elevadas nos �ltimos quatro anos na regi�o que vai do norte da Argentina � Bol�via, passando pelo Paraguai. Isso projeta, portanto, uma poss�vel exist�ncia de pragas ainda por um per�odo de mais 4 a 5 anos, segundo o pesquisador da Embrapa.
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