O Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) ser� impresso este ano na gr�fica onde a prova foi roubada em 2009. Depois de disputa na Justi�a, a Gr�fica Plural acabou assinando na sexta-feira o contrato com o Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep) do Minist�rio da Educa��o (MEC). O processo de licita��o estava parado por causa de questionamentos sobre requisitos de seguran�a.
O roubo do Enem em 2009 foi revelado pelo Estad�o e causou o adiamento da prova. As pessoas que roubaram haviam sido contratadas pelo cons�rcio respons�vel pelo exame na �poca e trabalhavam dentro da gr�fica. Um deles saiu com o Enem na cueca. Depois que o Estad�o revelou a hist�ria, o MEC cancelou a prova que, pela primeira vez, seria um grande vestibular, com vagas selecionadas por meio do Sisu.
A Plural - que faz parte do Grupo Folha - afirma que foi modernizada e adequou seus requisitos de seguran�a. A empresa n�o foi considerada culpada no processo que investigou o roubo do Enem porque n�o foi ela que contratou os respons�veis pelo crime e, sim, o cons�rcio contratado pelo Inep. At� hoje, por�m, ela nunca havia conseguido imprimir o Enem.
A vencedora das licita��es foi sempre a mesma gr�fica, a RR Donnelley, que no ano passado decretou fal�ncia. A Valid S.A. assumiu o servi�o porque ficara em terceiro lugar em uma das licita��es e a segunda colocada havia desistido.
O Enem de 2020 ser� apenas em 17 e 24 de janeiro de 2021 por causa da pandemia. Foram inscritos 5,8 milh�es de candidatos. Uma vers�o digital ser� em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Em junho, o juiz federal da 14� Vara do Distrito Federal Waldemar Cl�udio de Carvalho havia decidido que o Inep n�o poderia assinar contrato com a Plural, que havia ganho o preg�o neste ano, at� que fossem prestadas informa��es. Ele atendeu a uma limitar preventiva pedida pela Valid S.A., que tinha ficado em segundo lugar.
A liminar foi derrubada em julho. A contrata��o da Plural foi publicada ontem no Di�rio Oficial da Uni�o. A dire��o da empresa foi procurada, mas preferiu n�o dar entrevista. O Estad�o pediu detalhes do contrato ao Inep. N�o obteve resposta.
A Plural venceu porque ofereceu um valor de R$ 63 milh�es pelo servi�o, enquanto a Valid S.A. pediu R$ 93 milh�es. A Valid passou a questionar na Justi�a o resultado, alegando que a Plural n�o teria conseguido provar ter tr�s anos de experi�ncia com impress�es de seguran�a m�xima, exig�ncia do edital.
T�cnicos do Inep ouvidos pelo Estad�o em condi��o de anonimato afirmaram que n�o houve rigor na comprova��o das exig�ncia de seguran�a. Entre as raz�es, h� desde acusa��o de conluio com a Plural at� necessidade de fazer um Enem mais barato por causa da redu��o or�ament�ria. A reportagem teve acesso a uma nota t�cnica interna do Inep que alertava que a Plural n�o teria comprovado os tr�s anos de experi�ncia. A nota teria sido desconsiderada pela dire��o. O documento conclui dizendo que se manifesta "pela inabilita��o t�cnica da institui��o" porque os atestados de servi�os anteriores da Plural n�o comprovariam terem sido feitos sob condi��o de seguran�a e sigilo. A empresa nega e diz que apresentou atestados v�lidos, de servi�os entre 2010 e 2020.
O TCU concluiu este ano que n�o havia "quaisquer ind�cios, mesmo que m�nimos, de conluio, fraude ou condutas pass�veis de puni��o por parte dos gestores". Mas alertou que havia excesso de rigor nos editais que poderiam beneficiar algumas empresas.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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Enem ser� impresso em gr�fica onde prova vazou
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