
Segundo a administra��o do shopping, ambos trabalhavam para uma "empresa de consultoria de seguran�a", que foi afastada. Os dois PMs s�o investigados pelos crimes de racismo e abuso de autoridade contra o jovem Matheus Fernandes, de 18 anos, que trabalha como entregador de comida por aplicativo e foi ao shopping para trocar um rel�gio numa unidade das Lojas Renner.
Ap�s o depoimento, o advogado Ricardo Chagas, que defende Iza�, afirmou que seu cliente n�o agrediu Fernandes nem o obrigou a ir at� a escada de inc�ndio - ao contr�rio do que as imagens demonstram. "O garoto estava filmando ele e ele se sentiu constrangido e foi saber o que estava acontecendo. Ele (Fernandes) n�o foi agredido, n�o houve agress�o", afirmou o advogado. "(O PM) n�o levou para a escada. N�o houve, eles ca�ram. Na hora que ele tirou ele da passagem, ele esbarrou e caiu", disse.
Chagas negou que o PM tenha discriminado o entregador: "Em hip�tese alguma houve ali alguma discrimina��o. Simplesmente, o rapaz passou por ele, ficou encarando ele e ele falou: ‘p�, o que t� acontecendo?’", disse o advogado. O outro policial e seu advogado sa�ram da delegacia meia hora depois e n�o falaram com a imprensa.
O delegado Marcos Henrique, que investiga o caso, afirmou que "as imagens s�o muitos claras": "A abordagem foi uma abordagem inadequada, truculenta. Houve ali um erro de avalia��o e eles responder�o penalmente por isso". Segundo ele, os PMs negaram ter abordado Fernandes por ser negro: "Informaram que abordaram Matheus n�o pela sua cor da pele, deixaram bem claro que agiram em fun��o de algumas circunst�ncias: o bon� que Matheus usava fazia refer�ncia ao chefe do tr�fico do Dend�, j� falecido, que Matheus passou encarando os policiais e estava filmando", contou o delegado.
Entenda o caso
Fernandes foi rendido e amea�ado por dois homens que se identificaram como policiais enquanto aguardava atendimento numa unidade das Lojas Renner, dentro do Ilha Plaza Shopping. Armados, os dois homens obrigaram Fernandes a sair da loja e seguir at� uma escadaria, onde ele foi amea�ado e teve que entregar a carteira com documentos.
Um seguran�a do shopping presenciou o epis�dio, mas n�o interferiu - segundo o shopping, isso ocorreu porque os dois rapazes se identificaram como policiais. Ap�s protestos dos clientes do shopping, Fernandes foi libertado e a dupla foi embora - segundo a v�tima, levando seu cart�o banc�rio.
Fernandes foi ao shopping para trocar um rel�gio que havia comprado para o Dia dos Pais. Enquanto aguardava o atendimento em um balc�o dentro da Renner, foi abordado pela dupla. "Eles tiraram foto minha, e eu senti que tinha alguma coisa errada", contou o entregador em um v�deo divulgado pelas redes sociais.
"Eles vieram falar que eu era suspeito de furto, porque estava com um rel�gio, mesmo tendo a etiqueta e a nota fiscal. A� disseram que eu sou suspeito de furto, e come�aram a me segurar, empurrar, balan�ar. Quando menos esperei, o rapaz da camiseta vermelha me deu uma banda, sacou a pistola pra cima de mim, botou a pistola aqui (aponta a cabe�a), pensei que ele ia me matar. Eu comecei a gritar, para ver se algu�m que me conhecia tomava alguma provid�ncia".
Imagens do entregador rendido pelos dois rapazes, sob o olhar de um seguran�a do shopping, foram gravadas e circularam pelas redes sociais.
Em nota, as Lojas Renner afirmaram que "os agressores n�o integram o nosso quadro de colaboradores ou de prestadores de servi�o" e que "estamos tomando as medidas necess�rias para esclarecer o fato e buscando contato com o Matheus Fernandes para dar a ele o suporte necess�rio".
A administra��o do Ilha Plaza Shopping, que na sexta-feira havia informado que "os agressores n�o s�o funcion�rios do shopping tampouco funcion�rios da empresa de vigil�ncia do shopping", no domingo, 9, emitiu nova nota afirmando que "a administra��o do shopping afastou a empresa de consultoria de seguran�a contratada". Os dois PMs fariam parte dessa empresa.