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Estado de Minas COVID-19

Coronav�rus: Brasil testou apenas um a cada 16 habitantes at� o fim de julho

Segundo IBGE, at� o per�odo, pouco mais de 13 milh�es de brasileiros fizeram algum tipo de exame para detectar o novo coronav�rus


21/08/2020 09:35

(foto: anaray)
(foto: anaray)
Considerado um dos pilares da estrat�gia de enfrentamento do novo coronav�rus, a testagem da popula��o torna-se um desafio ainda maior quando precisa ser feita em um pa�s continental como o Brasil. Somente 6,3% dos brasileiros foram testados at� julho.

Os dados s�o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Covid (Pnad Covid-19), divulgada, nesta quinta-feira (20/8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Especialistas indicam que houve aumento da capacidade de testagem, mas que ainda existe limita��o.

Dos 13,3 milh�es de pessoas testadas no pa�s, 20,4% tiveram diagn�sticos positivos para a infec��o e 79,4%, negativos, ou seja, 2,7 milh�es de pessoas testadas foram infectadas e 10,6 milh�es obtiveram resultado negativo. A testagem do Brasil j� foi alvo de cr�ticas e recebeu diversas recomenda��es da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

A taxa de positivos em testes de covid-19 � um indicativo usado pela OMS para apontar se um pa�s testa o suficiente. Segundo a entidade, o ideal � que 5% dos testados tenham resultado positivo. A alta taxa brasileira indica, portanto, que o pa�s vem testando apenas sintom�ticos ou pacientes dentro do servi�o de sa�de.

O diretor m�dico da Dasa, empresa de diagn�stico do grupo do laborat�rio Exame, Gustavo Campana, afirma que, diante da corrida global em busca de insumos e reagentes necess�rios para a realiza��o dos exames, a capacidade de testagem do pa�s foi aumentando gradativamente. “Os pa�ses que mais testaram s�o pa�ses que s�o produtores dos reagentes e insumos necess�rios para o teste. Tivemos uma corrida global pelos insumos de teste, ent�o, a capacidade produtiva do pa�s foi aumentando aos poucos.”

Minist�rio da Sa�de

Sem indicar um percentual ideal de testagem, Campana destaca que “quanto mais eu testar, mais pessoas infectadas eu vou identificar e mais r�pido vou isolar”. Sem testes dispon�veis suficientes, o Minist�rio da Sa�de possibilitou, desde 24 de junho, que os casos da covid-19 sejam confirmados tamb�m por meio de outras metodologias. Por exemplo, pelo crit�rio cl�nico-imagem e pelo crit�rio cl�nico. No �ltimo boletim epidemiol�gico divulgado pela pasta, a indica��o � de que “o teste deve ser usado como uma ferramenta para aux�lio no diagn�stico da doen�a por infec��o por coronav�rus.”

Menor n�vel de testagem no pa�s, apenas 4,6% da popula��o da Regi�o Sul foi testada at� julho. J� a Regi�o Centro-Oeste foi a que mais realizou exames, com uma taxa de 9,1%. Entre as unidades federativas, Pernambuco testou menos, com 4,1%, j� o Distrito Federal apresentou a maior testagem do Brasil, com 16,7%.

Isolamento social

O IBGE analisou, tamb�m, o comportamento do brasileiro em meio � quarentena. A pesquisa mostrou dados positivos. Somente 2% da popula��o (4,1 milh�es) declarou n�o ter adotado qualquer medida de restri��o em julho. Cerca de 92 milh�es de brasileiros ficaram em casa e s� sa�ram em caso de necessidade b�sica; outros 30,5% reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa; e 23,3% ficaram rigorosamente isolados.

Combate � desinforma��o

A desinforma��o e a politiza��o da pandemia contribu�ram para o aumento do n�mero de mortes, piorando o quadro da pandemia no pa�s. � o que afirmou o cl�nico-geral Luciano Louren�o, coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa L�cia Sul, em entrevista ao CB.Sa�de — uma parceria do Correio com a TV Bras�lia.

Segundo o m�dico, a falta de uma abordagem unificada do problema e a dissemina��o de not�cias falsas n�o chegam a atrapalhar diretamente a comunidade cient�fica e as equipes m�dicas, mas causam confus�o na cabe�a dos pacientes.

“Sem d�vida, essa vertente, da desinforma��o, contribui para que essas mortes aumentem, para a gente n�o ter uma linearidade de tratamento, mas � muito mais complexo”, explicou. Ainda assim, as not�cias falsas e os argumentos desencontrados seguem causando problemas: “Ser m�dico de pronto-socorro atendendo a pacientes com essas d�vidas que a politiza��o de medicamentos e de tratamentos geram. Mas, n�s estamos treinados para isso e � a nossa fun��o. Muitos pacientes abrem uma consulta no pronto-socorro para tirar d�vidas.”

Segundo o m�dico, um dos muitos efeitos colaterais da pandemia s�o os pacientes com quadros simples que se agravaram por conta do medo de procurar um hospital. “Inicialmente, a gente percebeu que as pessoas, de um modo geral, tinham muito medo. ‘Eu s� vou ao hospital em �ltimo caso’. Isso gerou quase uma s�ndrome. A gente viu infec��es de urina comuns, que normalmente chegavam ao pronto-socorro e tinham um tratamento domiciliar com tranquilidade, chegarem com infec��o mais grave, sendo necess�ria, inclusive, a interna��o para o tratamento”, ressaltou.

Segundo Louren�o, isso ocorreu porque as informa��es eram escassas e os pr�prios m�dicos temiam uma sobrecarga das redes de sa�de. Ele ressaltou, contudo, ser preciso buscar aux�lio m�dico o quanto antes — tanto para quem suspeita ter contra�do o novo coronav�rus, quanto para aqueles que necessitem tratar outros problemas de sa�de. “Se voc� tem algum sintoma, ainda que com 24 horas, de uma maneira inicial, entre em contato com um m�dico no pronto-socorro”, orientou sobre os pacientes com s�ndrome gripal.

Distanciamento

Apesar dos avan�os da ci�ncia sobre o v�rus e do r�pido amadurecimento dos protocolos sanit�rios, o m�dico confirmou que h� pouco, ainda, a se fazer para evitar a covid-19. Para ele, o distanciamento social segue sendo a medida mais eficaz. “Realmente, a �nica forma efetiva de a gente n�o deixar acontecer uma contamina��o em massa em uma velocidade muito grande � o isolamento. A gente sabe da repercuss�o social, pol�tica e financeira que isso gera, mas do ponto de vista m�dico, infectol�gico, essa � a �nica medida eficaz para que o caos n�o se espalhe”, declarou.

*Estagi�ria sob a supervis�o de Andreia Castro


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