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Estado de Minas GERAL

S�ndrome que afeta crian�as e adolescentes e pode ter rela��o com a covid-19


21/08/2020 10:28

Faz pouco tempo que o Brasil come�ou a monitorar e relatar casos da s�ndrome inflamat�ria multissist�mica pedi�trica (SIM-P), quadro potencialmente grave que afeta crian�as e adolescentes e pode estar relacionado � covid-19. Por enquanto, pouco se sabe sobre esse quadro cl�nico, que apresenta diversos sintomas, atinge v�rios �rg�os do corpo e, se n�o tratado correta e precocemente, pode matar.

Para entender o que j� se sabe a respeito da SIM-P, a reportagem conversou com Marco Aur�lio S�fadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e Saulo Duarte Passos, m�dico e professor titular de pediatria da Faculdade de Medicina de Jundia�. Confira a seguir.

Descrita como s�ndrome inflamat�ria multissist�mica (SIM-P), o quadro cl�nico �, possivelmente, uma rea��o grave e tardia � infec��o pelo novo coronav�rus. A condi��o pode afetar crian�as e adolescentes de 0 a 19 anos, mas h� Estados brasileiros que monitoram o quadro at� 21 anos.

Os primeiros relatos foram registrados em pa�ses da Europa no final de abril, quando os servi�os de sa�de do Reino Unido e da Fran�a reportaram alguns casos. No come�o de maio, foi noticiado um n�mero de 15 crian�as hospitalizadas em Nova York (EUA). Mais recentemente, come�aram a ter registros no Brasil. Hoje, estima-se que haja mais de 300 casos em todo o mundo. No Brasil, o Minist�rio da Sa�de publicou nota de alerta sobre a s�ndrome em maio e passou a fazer o monitoramento em julho.

Geralmente, a febre � o primeiro ind�cio da condi��o, que pode estar acompanhada de dor no corpo, fraqueza muscular, dor de garganta, de cabe�a e abdominal, al�m de diferentes manifesta��es gastrointestinais. E como o pr�prio nome diz, a s�ndrome � multissist�mica � pode afetar v�rios �rg�os e sistemas do organismo, como cora��o e sistema nervoso central.

H�, ainda, relatos de conjuntivite e manchas ou erup��es vermelhas na pele. "Isso vai progredindo e algumas crian�as evoluem para choque, que � condi��o de maior preocupa��o e gravidade, al�m da hospitaliza��o que motiva entrada em UTI", diz S�fadi.

Por enquanto, as evid�ncias cient�ficas s�o inconclusivas quanto a uma rela��o de causa e efeito entre a covid-19 e a SIM-P. Sabe-se, por�m, que a maioria das crian�as e adolescentes identificada com a s�ndrome foi infectada pelo novo coronav�rus. At� o momento, fala-se em poss�vel rela��o temporal, porque a condi��o cl�nica surge algumas semanas ap�s um quadro de covid-19, mesmo que tenha evolu�do bem.


S�ndrome de Kawasaki

O m�dico Saulo Duarte Passos explica que a SIM-P tem algumas caracter�sticas com a s�ndrome de Kawasaki, j� conhecida, que ainda n�o tem causa definida. "Uma das teorias � que ela seria causada por coronav�rus (grupo de v�rus), mas n�o se confirmou na pr�tica. S� teve um trabalho que correlacionou, mas n�o sustentou. Com o n�mero de casos devido � pandemia do novo coronav�rus, se aventou novamente essa hip�tese." Ele tamb�m � membro do grupo Rekamlatina, que re�ne pesquisadores da Am�rica Latina para o estudo da s�ndrome de Kawasaki.

Em Jundia� (SP), onde atende casos de Kawasaki, Passos relata que o hospital universit�rio costumava ter um ou dois casos da s�ndrome por ano. Nos �ltimos sete meses, foram sete, dos quais tr�s tiveram correla��o com a covid-19 e desenvolveram SIM-P ao mesmo tempo. Dois desses casos precisaram de interna��o na UTI por longo per�odo.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com a situa��o da pessoas, mas al�m de cuidar de sintomas, como febre e dor de cabe�a com antit�rmicos e analg�sicos, o tratamento � feito com modulador da imunidade e anticoagulantes, por exemplo. O manejo cl�nico tem tido �xito, com a maioria das crian�as se recuperando e raros �bitos.

Segundo os m�dicos, ainda � muito cedo para documentar sequelas, pois os casos s�o novos e precisaria de tempo maior para avaliar a evolu��o das crian�as e adolescentes ap�s a alta hospitalar. No entanto, pela forma como a s�ndrome afeta o corpo, � poss�vel que deixe marcas pulmonares, cardiovasculares ou neurol�gicas.


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