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Estado de Minas GERAL

Homic�dios no Brasil t�m preval�ncia de uso de arma de fogo e vitima mais jovens


27/08/2020 16:27

Em 71,1% dos homic�dios registrados no Brasil em 2018, o agressor usou uma arma de fogo para cometer o crime. No total, 41.179 foram assassinadas dessa forma naquele ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Atlas da Viol�ncia, estudo do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) e do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica. Os pesquisadores criticam a flexibiliza��o do acesso � armas promovida atualmente pelo governo federal e temem que isso represente alta de mortes.

A propor��o de homic�dios cometidos com armas de fogo tem se mantido est�vel ao longo dos �ltimos 15 anos, na casa dos 70%. Mas o n�mero varia de Estado para Estado. No Rio Grande do Norte, por exemplo, 89,8% dos assassinatos em 2018 foram cometidos com esse instrumento, porcentagem que foi crescendo continuamente ao longo da �ltima d�cada. Em 2008, o n�mero estava em 75,1%. A propor��o atual � mais alta que a m�dia tamb�m no Cear� (85,8%), em Sergipe (84,6%), em Alagoas (81,8%), na Para�ba (80,9%) e em Pernambuco (80,4%).

O estudo lembra que, em um ano e meio da gest�o do presidente Jair Bolsonaro, j� foram editados onze decretos, uma lei e quinze portarias que, na vis�o dos especialistas, fragilizam os instrumentos de controle e fiscaliza��o de armas de fogo e muni��es no Brasil. Isso pode ter como consequ�ncia a obten��o de armas por traficantes e milicianos, exemplificam.

"O resultado disso tudo �, por um lado, a fragiliza��o das pr�prias institui��es respons�veis pelo registro e pelo controle de armas e muni��es; por outro, um crescimento in�dito e perigoso, � luz das evid�ncias cient�ficas sobre o tema, nas vendas de armas de fogo e muni��es - e dos aumentos dos lucros das ind�strias que os produzem. Enquanto isso, 2020 segue batendo tristes recordes, como o aumento de quase 200% nas vendas de armas controladas pela Pol�cia Federal no primeiro semestre, e de 24% na venda de muni��es entre janeiro e maio", detalha o Atlas.

O armamento civil � uma bandeira p�blica de Bolsonaro, que recorrentemente refor�a a inten��o de fragilizar normas de controle. A gest�o defende que mais armas na m�o dos cidad�os podem representar um freio aos indicadores de criminalidades. Mas pesquisas t�m mostrado que o aumento na circula��o de armas leva a mais crimes. "Em 1980, algo como 40% dos homic�dios eram perpetrados com uso da arma de fogo. Em 2003, ano do estatuto do desarmamento, esse �ndice chegou a 71%. Conseguimos manter esse �ndice exatamente igual at� agora. Vamos ver doravante o que essa pol�tica armamentista vai suscitar", disse o economista Daniel Cerqueira, coordenador do Atlas.

Essa viol�ncia tem como principal alvo a juventude brasileira. A pesquisa aponta que os homic�dios s�o a principal causa de mortalidade de jovens entre 15 e 29 anos, atingindo pessoas com "plena capacidade produtiva, em per�odo de forma��o educacional, na perspectiva de iniciar uma trajet�ria profissional e de construir uma rede familiar pr�pria".

Os n�meros mostram que 30.873 jovens foram v�timas de homic�dio em 2018, o que configura uma taxa de 60,4 mortes a cada 100 mil jovens brasileiros. "Contudo, ainda que a morte violenta de jovens continue representando um grave problema, os n�meros de 2018 indicam um cen�rio melhor em compara��o ao ano anterior: diminui��o de 13,6% na taxa e de 13,7% nos n�meros absolutos. O decr�scimo nos homic�dios de jovens acompanha a melhora nos �ndices gerais de homic�dios no pa�s ocorrida nesse per�odo", explicam os especialistas.

Apesar da melhora recente, a d�cada ainda acumula alta nas mortes de jovens. A taxa em 2008 era de 53,3 assassinatos por 100 mil jovens e agora � de 60,4. "Desde a d�cada de 1980, o processo de vitimiza��o letal da juventude tem se consolidado como um dos principais entraves para o avan�o de patamares m�nimos de seguran�a p�blica no Pa�s. Assim, a melhora dos dados de homic�dios de jovens no ano de 2018 em rela��o ao ano anterior n�o � suficiente para que se possa afirmar uma revers�o nesse quadro hist�rico. A manuten��o das caracter�sticas dessas v�timas, como o sexo e a idade, indica que ainda h� um longo percurso, em termos de investimento estatal em pol�ticas p�blicas de seguran�a, at� que se possa comemorar um efetivo avan�o quanto � prote��o da vida dos jovens brasileiros", dizem os pesquisadores.


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