O Distrito Federal voltou � lideran�a do Ranking Covid-19 dos Estados, com a pior atua��o no combate � pandemia de coronav�rus entre as 27 Unidades da Federa��o. Criado pelo CLP - Lideran�a P�blica (CLP) e obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, o ranking avalia comparativamente as a��es dos Estados no enfrentamento � doen�a, classificando-os do desempenho mais desfavor�vel ao mais favor�vel.
Nesta leitura, fechada no dia 26 passado, Goi�s, Tocantins, Rio de Janeiro e Mato Grosso completam a lista de cinco piores quadros de combate � covid-19 no Pa�s. No ranking, quanto maior a nota normalizada, pior � a avalia��o no combate � doen�a. Na outra ponta, 100% transparente nos dados da pandemia, o Esp�rito passou o Maranh�o e agora � o Estado com melhor desempenho. Amazonas, Bahia e Rio Grande do Norte aparecem na sequ�ncia.
Para al�m do notici�rio pol�tico, com o secret�rio de Sa�de preso nesta semana, ou mesmo da fila para leitos de UTI, a maioria dos indicadores do Distrito Federal se agravou em rela��o h� 14 dias. O DF subiu da terceira para a segunda posi��o entre os entes com o maior n�mero de casos de covid-19 por milh�o de habitantes em rela��o h� duas semanas. O avan�o de infectados foi de 21%, acima da m�dia brasileira no per�odo (17%).
Mesmo assim, o isolamento social diminuiu. A taxa de mortalidade, por sua vez, recuou de 1,81% para 1,53%, seguindo a tend�ncia nacional (3,59% para 2,78%). Outro indicador que pesa negativamente na avalia��o do Distrito Federal � o de casos por milh�o de habitantes de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG), considerada um ind�cio de subnotifica��o de covid-19, em que segue como l�der absoluto.
Isso ocorre mesmo depois da atualiza��o da metodologia do ranking nesta semana, feita para capturar melhor as pol�ticas dos Estados no atual est�gio da pandemia no Brasil e tamb�m para fazer pequenos ajustes nos indicadores considerados.
Preocupados principalmente com a sazonalidade de SRAG no DF, por conta do tempo seco e frio desta �poca do ano, o CLP passou a fazer um ajuste comparando com a mesma semana de 2019. Caso determinado Estado tenha ficado acima da m�dia nacional nesse per�odo no ano passado, os n�meros deste ano sofrem um ajuste para abater essa sazonalidade. Al�m disso, os casos de SRAG agora s�o contabilizados pelo CLP pela m�dia m�vel de quatro semanas. Cabe lembrar que os dados de SRAG considerados pelo ranking j� excluem os casos comprovadamente provocados pela covid-19.
A nova metodologia reduziu em cerca de 100 casos por milh�o de habitantes (pmh) os n�meros de SRAG do DF, agora em 211,93. Mesmo assim, segue no topo da lista, com diferen�a de mais de 100 casos por milh�o (pmh) do segundo colocado, o Alagoas (107,09). "A posi��o do DF no ranking est� muito justa", destaca o Head de Competitividade do CLP, Jos� Henrique Nascimento.
A partir desta semana, o CLP tamb�m deixou de considerar o n�vel de isolamento social como crit�rio para avalia��o do ranking, mantendo somente a varia��o entre as semanas consideradas. Mesmo assim, s� ser� penalizado pela redu��o do isolamento o Estado que, no mesmo per�odo, tiver crescimento de mais de 3% dos casos de covid-19 e varia��o positiva para SRAG, o que aconteceu com 11 deles: Distrito Federal, Acre, Amap�, Goi�s, Mato Grosso, Para�ba, Piau�, Rio Grande do Sul, Rond�nia, Santa Catarina e Tocantins.
A principal mudan�a, contudo, foi o rebalanceamento dos pesos entre os oito indicadores, dando maior relev�ncia para os dados que apontam a tend�ncia da situa��o da pandemia em cada localidade. Assim, foi poss�vel enxergar a piora de Tocantins, diz Nascimento, que passou de 18� para 3� nas �ltimas duas semanas. Um ter�o das mortes por coronav�rus no Estado ocorreu em agosto. No dia 31 de julho, havia 381 �bitos, n�mero que pulou para 482 em 12 de agosto, data do �ltimo ranking, e ultrapassou 600 nesta semana.
"Houve 100 mortes em um espa�o de 12 dias e o Estado se manteve na 18� posi��o, porque est�vamos dando mais peso ao n�vel do que � tend�ncia. A mudan�a metodol�gica nos permitiu ter esse olhar e penalizar aquilo que n�o est� sendo feito. Se o Estado teve mais de 1/3 das mortes em agosto o que vou fazer para que isso pare?"
Em contrapartida, tamb�m foi poss�vel identificar mais rapidamente a melhora de Santa Catarina, ap�s o surto h� cerca de um m�s. Destacado como caso de sucesso na ado��o de medidas duras e c�leres para frear o cont�gio pelo v�rus, como a suspens�o de transporte p�blico, o Estado deixou o inc�modo Top 10 de quadros mais desfavor�veis no combate � doen�a e agora ocupa a 16�. Embora a evolu��o dos casos (em escala logar�tmica) ainda esteja aumentando e o isolamento tenha diminu�do em rela��o a 15 dias atr�s, o ritmo de crescimento de infectados voltou a se equiparar com a m�dia nacional, de quase o dobro h� um m�s.
"Tendo em vista o contexto do Brasil, n�o consigo enxergar outra alternativa de controle de cont�gio a n�o ser as a��es voltadas � promo��o do isolamento social", defende Nascimento, argumentando que o Brasil n�o tem capacidade financeira e operacional para fazer um amplo programa de testagem e rastreamento de infectados. "N�o estamos mais considerando o n�vel de isolamento, s� a varia��o semanal e caso esteja crescendo a pandemia. H� outras medidas, como m�scara, higieniza��o, mas tudo isso n�o � suficiente se houver reabertura total da economia, caso n�o esteja fazendo uma restri��o m�nima, como Santa Catarina fez", diz o Head de Intelig�ncia T�cnica do CLP, Daniel Duque.
O alerta nesta semana vai para o Rio de Janeiro, Estado bastante atingindo no in�cio da pandemia e que voltou a apresentar aumento no n�mero de mortes do dia 17 ao dia 24 de agosto, segundo estudo da Fiocruz. No ranking, passou de 11� para 4� desde a �ltima divulga��o, lembrando que nunca abandonou a lideran�a do Pa�s em letalidade, agora em 7,29%. "Basicamente, a reabertura foi desorganizada. A d�vida � se � uma segunda onda ou s� um repique, mas fato � que a situa��o est� mais preocupante agora", destaca Duque.
O que dizem os Estados
O governador do Esp�rito Santo, Renato Casagrande, credita o bom desempenho no combate � pandemia � an�lise minuciosa da situa��o de todos os munic�pios do Estado, classificando-os em tr�s faixas de risco, de baixo a extremo, considerando o n�mero de infectados, �bitos, porcentual de pessoas com mais de 60 anos e de isolamento.
Assim, p�de ajustar o n�vel de isolamento social, de liberdade a fechamento total da economia, e outras medidas em cada localidade. Na pr�xima segunda-feira, passada a pior fase da doen�a e com o objetivo de reduzir as mortes, a matriz ser� atualizada e passar� a considerar n�mero de casos ativos, a m�dia m�vel de 14 dias de �bitos e o n�mero de testes por mil habitantes.
O chefe de gabinete da Secretaria Extradiordin�ria de Covid-19 do Rio de Janeiro, Danilo Klein, afirma que o Estado n�o considera adequada a contabiliza��o dos dados de casos e mortes por coronav�rus no dia da divulga��o, mas sim no data do aparecimento dos sintomas, para n�mero de infectados, e da ocorr�ncia do �bito, para casos fatais.
O Estado argumenta que, com a amplia��o de crit�rio do Minist�rio da Sa�de para o diagn�stico da doen�a, que passou a aceitar exames de imagem e testagens r�pidas, casos e mortes represados h� dois meses foram computados como atuais. Segundo a secretaria de Sa�de, houve redu��o de 85% das mortes entre o pico da pandemia, em maio, e as duas primeiras semanas desse m�s. Para a an�lise, o Rio desconsidera a semana atual e a anterior, por estarem sujeitas � revis�o.
O secret�rio de Sa�de de Santa Catarina disse, por meio de nota, que o compartilhamento das decis�es com os governos locais foi fundamental para adotar as melhores estrat�gias no combate � doen�a.
A secretaria de Estado de Goi�s, disse, em nota, que � preciso considerar os diferentes est�gios da pandemia no Brasil. "O isolamento h� muito tempo n�o � mais objeto de ades�o da popula��o, de forma que os princ�pios da gest�o pautados somente nesse indicador s�o insuficientes para se obter resultados satisfat�rios. O que � importante avaliar, independentemente do momento da pandemia, � se houve algum tipo de desassist�ncia de sa�de da popula��o. Assim, em nenhum momento o Estado de Goi�s deixou de prestar assist�ncia aos cidad�os, evitando o colapso do sistema de sa�de."
J� a secretaria de Sa�de do Distrito Federal disse apenas que divulga regularmente os dados sobre a pandemia. Os outros Estados citados n�o responderam aos contatos da reportagem.
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