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Estado de Minas GERAL

Pandemia torna mais urgente a reciclagem


28/08/2020 12:06

Na quarentena, grande parte dos brasileiros est� repensando a vida, refletindo sobre trabalho, relacionamentos e consumo. E para muitos essa reflex�o traz h�bitos mais positivos (ou menos negativos), com impacto na economia e no planeta. A retomada verde n�o � s� um movimento macroecon�mico, mas tamb�m individual, da porta de casa para dentro.

Crises t�m esse poder de mudan�a. Foi assim na crise h�drica de S�o Paulo entre 2014 e 2016, que provocou uma mudan�a de comportamentos no consumo de �gua. "Um chacoalh�o", esse foi o termo usado pela psic�loga e empreendedora Flavia Cunha, idealizadora do movimento Casa Causa e Lixo Zero, para resumir o efeito que ela espera dessa quarentena sobre as pessoas. "Todo mundo parou para olhar como vive e como produz lixo nesses cinco meses. Isso pode levar a uma mudan�a positiva", diz.

Foi com esse foco, ali�s, que o Estad�o lan�ou, no fim de semana, a plataforma #DesafioVerde, destinada a debater e divulgar, no Tik Tok e no Instagram, a��es voltadas para h�bitos sustent�veis. No novo espa�o, os seguidores do jornal s�o convidados a mandar v�deos em que mostrem boas a��es para o meio ambiente. Na a��o educativa, que � parte da Retomada Verde, mais de 200 seguidores j� mandaram v�deos.

O chacoalh�o de que fala a psic�loga Fl�via Cunha � necess�rio. Passados dez anos da promulga��o (em agosto de 2010) da Pol�tica Nacional de Res�duos S�lidos, o Pa�s avan�ou pouco nas a��es previstas, principalmente quanto � gera��o de lixo. Em uma d�cada, a produ��o de res�duos s�lidos urbanos cresceu 11%, de 71,2 milh�es de toneladas/ano em 2010 para 79 milh�es. Cada cidad�o "gera" 380 quilos de lixo por ano - n�mero que tamb�m aumentou.

Essa mudan�a � para ontem. Dados da ONU estimam que o modo linear de compra, consumo e descarte das pessoas levar� o mundo a um colapso at� 2050. No Brasil, 6,3 milh�es de toneladas de lixo continuam abandonadas no meio ambiente a cada ano. O foco n�o � s� reciclagem: trata-se de mudar o nosso modo de consumir, reduzindo e reciclando.

Pequenos gestos

A estudante de Eventos Maria Heloiza Saraiva, de 21 anos, traz essa discuss�o para a vida real. Ela come�ou a reciclar os res�duos de sua casa e convenceu outras seis pessoas a reduzir a produ��o de lixo. Tudo come�ou em janeiro, com a descoberta de um ponto de coleta do projeto Ecoenel, perto de sua casa. "Moro com outras tr�s pessoas, mas todo mundo j� estava engajado depois de dois meses." A empres�ria Lori Ann Vargas menciona, entre as a��es que adotou, h�bitos como moer caf� em casa, fazer o pr�prio macarr�o e sempre evitar pl�stico nos mercados.

E quem j� pratica o ambientalismo ganhou um f�lego novo. A engenheira civil Luana Garcia comprou uma composteira de madeira que vai ficar na sala de estar. "A composteira n�o precisa ficar na varanda ou lavandeira. Ela pode ser um m�vel na sala", diz a empres�ria.

No outro lado da cidade, a aposentada Maria Aparecida Rodrigues, de 66 anos, tamb�m est� otimista. Ela mobilizou 82 casas no Graja�, zona sul, em torno da reciclagem. Ela pr�pria preparou cartilhas de conscientiza��o e facilita a separa��o dos materiais, passando de casa em casa com seu carrinho de metal. "Eu gosto de contribuir com o meio ambiente. � um trabalho de formiguinha, mas fa�o minha parte", diz.

L�gica circular

A casa circular � um edif�cio baseado no design Cradle to Cradle (C2C em ingl�s, que quer dizer "do ber�o ao ber�o"). Os recursos seguem uma l�gica circular de cria��o e reutiliza��o, em que cada passagem de ciclo se torna um novo "ber�o" para determinado material. � o contr�rio da express�o "do ber�o ao t�mulo", que descreve o processo de extra��o, produ��o e descarte dos produtos. A base da economia circular � pensar os dois ciclos. No ciclo biol�gico, os materiais org�nicos v�m da terra e voltam para ela. No ciclo t�cnico, os materiais n�o renov�veis, como metais e pl�sticos, devem circular indefinidamente.

O prot�tipo � um ateli� de 30 m� montado em Pinheiros, zona oeste de S�o Paulo. A pergunta principal que orientou o projeto foi: e depois? Ele foi constru�do por materiais que podem ser reaproveitados nos ciclos de uso seguintes, seja em constru��es, amplia��es ou transformados em novos produtos. Foram tr�s meses de planejamento, 15 de pr�-produ��o e 10 dias de montagem in loco. N�o houve produ��o de lixo e, portanto, n�o foram usadas ca�ambas para entulhos.

O c�modo, feito em madeira, todo parafusado, pode ser desmontado e montado em outro local, pois usa componentes modulares. Outra preocupa��o dos donos do projeto foi a origem dos materiais - saber da composi��o qu�mica permite conhecer seu grau de toxicidade.

O aproveitamento da ilumina��o natural e do ar fresco s�o pontos fortes do projeto. Portas, janelas e tubos de luz no teto proporcionam luz indireta e funcionam como um sistema de chamin� para o ar quente subir pela constru��o. A luz artificial s� � usada � noite. A funda��o da casa foi feita com pneus usados e brita.

O prot�tipo da casa circular foi criado pelas arquitetas L�a Gejer e Katia Sartorelli Ver�ssimo dos escrit�rios Flock design arquitetura e cidades + Okna arquitetura. "A casa � uma maneira de se discutir como habitar o planeta. Para trocar a forma convencional de construir, com tijolo, cimento e gera��o de res�duos, para um formato circular e inteligente", explica L�a Gejer, uma das fundadoras do Ideia Circular. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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