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Estado de Minas GERAL

Queimadas em Mato Grosso consomem �rea cerca de 11 vezes maior que a cidade de SP


02/09/2020 11:25

Os inc�ndios em Mato Grosso neste per�odo do ano s�o comuns, mas em 2020 as chamas atingiram propor��es que puseram em alerta o Pa�s. Estudo realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e divulgado nesta ter�a-feira, 1�, apontou que, em meio ano, as queimadas consumiram cerca de 1,7 milh�o de hectares de todo o estado mato-grossense, o que equivale a uma �rea cinco vezes maior que a capital Cuiab� e cerca de onze vezes o territ�rio da cidade de S�o Paulo.

Dos tr�s biomas existentes em Mato Grosso - Pantanal, Cerrado e Amaz�nia -, o que mais sofreu com as chamas foi o Pantanal, que teve 9% de sua �rea consumida, ou 560 mil hectares. Isso � nove vezes mais que todo o desmatamento ocorrido na regi�o entre 2018 e 2019, que somou 59.950 hectares desmatados.

O estudo mostrou tamb�m que apenas 5% da vegeta��o destru�da no Pantanal era "invasora", ou seja, 95% do que ardeu em chamas foi de vegeta��o nativa. O bioma Amaz�nia teve 37% de sua �reas atingidas, e o Cerrado, 31%. Na avalia��o da coordenadora do Programa de Transpar�ncia Ambiental do ICV, Ana Paula Valdiones, "� uma �rea grande de vegeta��o nativa atingida e est� muito fora do padr�o no bioma. � um impacto muito grande sobre a flora e a fauna".

Para chegar a estes n�meros e a estas �reas, o coordenador do N�cleo de Intelig�ncia Territorial do ICV, Vinicius Silgueiro, explicou que a metodologia implementada combinou dados dos focos de calor e a interpreta��o de sequ�ncia de imagens de sat�lite, acompanhando a transforma��o de �reas atingidas. "Os dados tornaram poss�vel uma espacializa��o da �rea atingida. Dessa forma, conseguimos ter uma estimativa da �rea e n�o somente dos n�meros de focos de calor."

O estudo foi baseado em dados da plataforma Global Fire Emissions Database, da ag�ncia espacial americana Nasa e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "E foi a partir dessa metodologia que o estudo identificou que, desde o in�cio do per�odo proibitivo, cerca de 50 dias, apenas nove pontos iniciais de inc�ndio se alastraram e foram respons�veis pela destrui��o de cerca de 324 mil hectares, ou 67,5% da �rea total queimada no bioma neste per�odo", disse Silgueiro.

As nove frentes responderam por 68% de todos os focos de calor no per�odo proibitivo no Pantanal mato-grossense. Os dados de focos de calor no Estado s�o do Inpe e compilados pelo ICV, via Monitor de Queimadas, plataforma de monitoramento lan�ada em julho pelo instituto.

Dos nove, cinco pontos est�o em im�veis registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), tr�s est�o em �reas n�o cadastradas e outro na Terra Ind�gena Perigara, �rea ind�gena proporcionalmente mais impactada em todo o Estado, com 75% do territ�rio atingido. Em 17 de agosto, sete das nove �reas de inc�ndios ainda estavam ativas.

Segundo o ICV, metade da �rea afetada por inc�ndios, no per�odo, incidiu em im�veis rurais inscritos no CAR, com 874 mil hectares contabilizados. A categoria � seguida das �reas n�o cadastradas, que tiveram 367 mil hectares consumidos pelo fogo.

Responsabiliza��o

Para o ICV, os dados s�o importantes para fomentar a��es de responsabiliza��o pelos inc�ndios. Conforme Silgueiro, os im�veis cadastrados no CAR ocupam a maior �rea no Estado. Ent�o, quando o fogo sai de controle, ele tamb�m se alastra por eles. Mas o dado tamb�m "� um indicador da origem da queimada, principalmente nos im�veis rurais privados, de uso agropecu�rio, e mostra a associa��o do uso do fogo na sequ�ncia do desmatamento para a limpeza da �rea", explicou.

Segundo o instituto, houve o registro de 307 mil hectares em Terras Ind�genas (TIs), das quais as mais impactadas foram Pareci e Parabubure, ambas localizadas no Cerrado. As TIs no Estado concentram 18% de toda a �rea afetada pelos inc�ndios no Mato Grosso.

Munic�pios mais atingidos

O munic�pio com maior �rea afetada por inc�ndios foi Pocon�, com mais de 312 mil hectares atingidos (18% de toda a �rea incendiada no Estado), seguido de Bar�o de Melga�o e C�ceres. Juntas, as tr�s cidades do Pantanal respondem por 31% da �rea impactada pelo fogo no Estado no per�odo analisado.

O estudo aponta que as consequ�ncias "v�o desde os impactos para a biodiversidade e equil�brio ambiental at� preju�zos econ�micos, como o comprometimento do potencial tur�stico t�o importante para a regi�o". A pesquisa tamb�m mostra que "um dos maiores impactos ocorre na sa�de da popula��o local com o aumento da frequ�ncia de doen�as respirat�rias, em meio ao auge da pandemia da covid-19 na regi�o".

Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema MT) afirma que, em 2020, foram aplicados, at� agora, pela pasta e pelo Corpo de Bombeiros, R$ 107,3 milh�es em multas por uso irregular do fogo. Com poder de pol�cia ambiental administrativa, a corpora��o passou a aplicar multas por queimadas irregulares e inc�ndios florestais.

A secretaria tamb�m informa que, apesar de o Estado ter feito campanhas educativas, "ainda assim existe a cultura do uso do fogo nesse per�odo cr�tico de estiagem. Este � um enfrentamento que est� sendo feito pelo Governo, mas a mudan�a leva tempo para ocorrer". "Os dados do Comit� Integrado Multiag�ncias (Ciman) j� apontavam que este seria um ano cr�tico com rela��o �s queimadas por causa do per�odo de estiagem, com m�dia de chuva 30% abaixo comparando a uma m�dia hist�rica dos �ltimos 30 anos, o clima e a vegeta��o seca. Desta forma, foi preparado grande investimento em recursos financeiros e humanos. 2020 tem a maior infraestrutura j� utilizada na hist�ria de Mato Grosso para combater os inc�ndios", disse o texto.

A pasta estadual tamb�m afirma que h� envolvimento direto de 400 militares do Corpo de Bombeiros, 100 brigadistas civis, 40 viaturas, dois helic�pteros, dois avi�es de combate a inc�ndio e um avi�o de monitoramento para opera��es de combate a queimadas. O Estad�o tamb�m procurou o Minist�rio do Meio Ambiente, mas n�o obteve resposta.


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