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Estado de Minas GERAL

Flordelis: ascens�o pol�tica e os planos de matar o marido


07/09/2020 12:37

Filiada ao Partido Social Democr�tico (PSD), Flordelis recebeu 196.959 votos na elei��o de 2018, tornando-se a deputada federal com o quinto melhor desempenho no Rio de Janeiro, o maior entre candidatas mulheres. Para a pol�cia, tamb�m foi nesse per�odo que o plano de matar o marido Anderson do Carmo come�ava a ser posto em a��o, conforme documentos oficiais a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, incluindo o relat�rio final da Pol�cia Civil, duas den�ncias oferecidas pela promotoria, al�m de depoimentos juntados aos autos.

Antes de ser al�ada � pol�tica nacional, Flordelis j� havia concorrido a vereadora de S�o Gon�alo duas vezes, em 2008 e 2012, sem sucesso.

Com a ascens�o repentina, o protagonismo da bancada evang�lica e elogios recebidos de figuras relevantes, a exemplo da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da ministra Damares Alves, no entanto, ela e o marido passaram a figurar entre os cotados para a disputa da prefeitura em 2020.

Considerado o principal mentor da mulher, Anderson foi muito ativo durante a campanha. Naquele pleito, a fam�lia tamb�m conseguiria emplacar um filho adotivo na C�mara de S�o Gon�alo. Era Wagner Andrade Pimenta, o Misael da Flordelis, de 41 anos - que ap�s o assassinato se voltou contra a m�e e passou a adotar apenas o nome de Misael. Em Bras�lia, Anderson era atuante nos bastidores e administrava verbas de gabinete da deputada federal, al�m de continuar gerenciando as carreiras eclesi�stica e art�stica da mulher. O controle financeiro exercido pelo pastor, que j� incomodava parte da fam�lia antes, foi escalonando e ganhou for�a ap�s Flordelis assumir o mandato, segundo os investigadores. Para o grupo, Anderson ficava com muito e repassava muito pouco.

Flordelis teria come�ado a cooptar parentes do n�cleo de confian�a em meados de 2018, o que resultaria em uma sequ�ncia de tentativas frustradas de homic�dio, diz a acusa��o. A lista inclui envenenamentos em s�rie, procura por pistoleiros e simula��es de assaltos. "Anderson era excepcional para gerir os neg�cios, mas tamb�m muito rigoroso para dirimir os conflitos da casa. Cortava mesada, punia", diz o delegado Allan Duarte, titular da Divis�o de Homic�dios de Niter�i e S�o Gon�alo, respons�vel pelo inqu�rito. "Isso provocou uma revolta, uma indigna��o por parte daqueles que se sentiram injusti�ados, at� o momento que uma fac��o, de fato, se formou dentro da fam�lia."

Sete dos oito parentes denunciados por associa��o criminosa pelo Minist�rio P�blico fazem parte da chamada "primeira gera��o" da casa. Ao menos dois deles tamb�m eram assessores parlamentares.

O plano

Uma conversa entre Flordelis e o filho socioafetivo Andr� Luiz de Oliveira, o Bigode, em outubro de 2018, � considerada reveladora pela pol�cia. Por WhatsApp, a pastora manda mensagens pedindo ajuda ao filho para "p�r um fim nisso". "Cara, t� te pedindo, te implorando. At� quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio? Independ�ncia financeira � pouco."

Em dezembro, Flordelis escreve mais uma vez a Andr�. "Fazer mais o qu�? Separar eu n�o posso, porque vai escandalizar o nome de Deus", diz a mensagem. Com sintomas de v�mito, febre e diarreia, Anderson deu entrada seis vezes no hospital entre abril e outubro daquele ano. Para a investiga��o, o intervalo coincide com "as persistentes tentativas de envenenamento" do pastor.

No per�odo, outros dois familiares tamb�m chegaram a passar mal. Um deles ap�s aceitar uma bebida oferecida por Anderson e o outro por consumir um leite fermentado que estava aberto na geladeira. Ex-namorada dos pastor e filha biol�gica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues teria confessado ao irm�o Luan Santos que participava das tentativas de envenenamento. "Mas o bicho � ruim de morrer" � a frase atribu�da � acusada.

Ap�s quebra de sigilo do celular, a pol�cia descobriu que ela pesquisou na internet termos como "cianeto nos alimentos" e "cianeto onde comprar".

A filha adotiva Marzy Teixeira da Silva, de 36 anos, tamb�m teria procurado "veneno para matar pessoa que seja letal f�cil de comprar" e "cianureto de cobre PA comprar no Rio", segundo a pol�cia. Mais tarde, ela faria buscas por "algu�m da barra pesada" e "assassino onde achar".

Para a acusa��o, esse � um dos ind�cios de que, como o envenenamento n�o surtia o efeito esperado, o plano teria evolu�do depois para simula��o de um latroc�nio. Segundo testemunha ouvida no inqu�rito, Rayane dos Santos Oliveira (filha adotiva de Simone e neta de Flordelis) teria questionado se ela conhecia "algum bandido" e disse que estaria "precisando (de um) urgente".

Embora a mo�a tenha respondido que n�o, a fam�lia teria conseguido contratar um pistoleiro. De acordo com a investiga��o, o criminoso chegou a ir � porta do Minist�rio Flordelis para executar o servi�o, mas Anderson teria escapado por sorte. Sem saber da emboscada, o pastor usou um ve�culo que n�o era o de costume para sair da igreja - ainda assim, o valor combinado de R$ 2 mil teria sido entregue por Andr�, o Bigode.

Uma mensagem de janeiro de 2019, atribu�da a Flordelis, refor�a a tese da encena��o do roubo. "Dez mil (reais) depois do servi�o feito, mas as outras pessoas do carro n�o podem ser atingidas", diz parte do texto.

Na ocasi�o, Anderson teria sa�do de casa para uma concession�ria. "Simula um assalto, ele foi para o Rio hoje."
Na lista de filhos denunciados tamb�m est�o o adotivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Nen�m, e o biol�gico Adriano dos Santos Rodrigues, de 33 anos. Outras duas pessoas, que n�o fazem parte da fam�lia, tamb�m est�o presas, suspeitas de participar de uma tentativa de fraude do processo.

Segundo a investiga��o, Nen�m � acusado de ajudar a tramar a execu��o e de mentir em depoimento. � pol�cia, uma filha declarou que ele teria preferido apoiar Flordelis por ser financeiramente dependente da deputada.

J� Adriano � suspeito de tentar ajudar a incriminar outras pessoas, incluindo os irm�os Misael e Luan Santos, motivo pelo qual responde por associa��o criminosa e falsidade ideol�gica - mas n�o por homic�dio. "M�e, quero falar uma coisa para a senhora. Independente do que aconte�a eu sempre vou te amar" � uma das falas atribu�das a ele no processo.

Com base em depoimentos, os investigadores afirmam, ainda, que Anderson chegou a saber do plano para assassin�-lo e at� recebeu, por deslize dos acusados, mensagem tratando sobre o assunto - o iPad do pastor era sincronizado. No entanto, ele n�o teria levado a amea�a a s�rio. Segundo testemunhas, para o pastor era "Deus no c�u e Flordelis na Terra". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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