O secret�rio-geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), Ant�nio Guterres, caracterizou as vacinas como "um bem de sa�de p�blica" que deve ser "acess�vel a todos". Ele defendeu que os pa�ses se unam para desenvolver os tratamentos no combate ao novo coronav�rus. "A pandemia est� assolando o mundo e, hoje, � a principal amea�a. Devemos come�ar imediatamente acelerando todas as ferramentas que nos permitem salvar vidas", disse durante coletiva de imprensa da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) nesta quinta-feira, 10.
De acordo com ele, todos os pa�ses precisam estar seguros para que a covid-19 seja combatida, por isso, ressaltou a import�ncia da "distribui��o equitativa" de insumos. O programa ACT Accelerator da OMS, que cobre imunizantes, ferramentas de diagn�sticos e terapias para pacientes com o novo coronav�rus, busca essa partilha para todo o mundo, segundo Guterres. Ele fez um apelo para que mais patrocinadores apostem na iniciativa e afirmou que s�o necess�rios pelo menos US$ 15 milh�es (cerca de R$ 80 milh�es) para a continuidade do projeto nos pr�ximos tr�s meses.
Ao citar ainda a resist�ncia de algumas pessoas para a vacina��o, Guterres destacou que essa tamb�m � umas das preocupa��es do programa ACT Accelerator. Segundo ele, a difus�o de "informa��es pertinentes" sobre o imunizante � uma das "solu��es mundiais" para que o mundo n�o fracasse no combate � pandemia. O princ�pio que se aplica � que nenhum pa�s, n�o importa o qu�o rico, estar� livre do coronav�rus at� que todos o tenham derrotado.
Neste m�s, o presidente Jair Bolsonaro afirmou mais de uma vez que ningu�m no Brasil ser� obrigado a tomar o imunizante contra a covid-19, embora uma legisla��o sancionada por ele no in�cio do ano preveja a possibilidade de vacina��o compuls�ria. A declara��o ainda motivou cr�ticas de especialistas, que temem risco de baixa ades�o da popula��o � vacina, o que � considerado essencial para frear a pandemia.
A OMS estima que a vacina pode custar entre US$ 10 e US$ 11 (entre R$ 53 e R$ 58). "As diferentes tecnologias t�m pre�os diferentes, ainda n�o sabemos o pre�o final, mas estamos trabalhando com uma estimativa de dez a onze d�lares por dose", disse � ag�ncia EFE a diretora adjunta para acesso a medicamentos e produtos para sa�de, Mari�ngela Batista.
O pre�o final depender� do tipo de vacina e, principalmente, da tecnologia utilizada. No entanto, independentemente disso, a inten��o � evitar que os pa�ses com mais recursos acumulem vacinas quando forem colocadas no mercado, segundo a entidade.
O pr�ximo dia 18 � o prazo para que as na��es com capacidade de financiar a compra de imunizantes confirmem sua participa��o no Covax - setor do ACT Accelerator que cuida do desenvolvimento das vacinas contra a covid-19 - e indiquem quanto est�o dispostos a investir. No momento, 80 pa�ses manifestaram interesse em assumir esse compromisso e outros 92 foram escolhidos para receber o apoio da plataforma.
Vacina��o em massa
Na quarta-feira, dia 9, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, alertou que n�o espera que vacinas contra a covid-19 estejam dispon�veis para a popula��o em geral antes de 2022, embora os grupos de risco possam ser imunizados em meados de 2021. "Muitos pensam que no in�cio do pr�ximo ano haver� uma panaceia que resolver� tudo, mas n�o ser� assim: h� um longo processo de avalia��o, licenciamento, fabrica��o e distribui��o", frisou a especialista durante sess�o de perguntas e respostas na internet.
Soumya indicou que a OMS trata a primeira chegada de vacinas a v�rios pa�ses em meados do pr�ximo ano como o cen�rio mais otimista, momento em que dever� ser dada prioridade aos grupos de maior risco, visto que ent�o ainda n�o ter�o sido produzidas doses para toda a popula��o. "� a primeira vez na hist�ria que precisamos de bilh�es de doses de uma vacina", disse a cientista-chefe da entidade.
A declara��o de Soumya foi dada um dia ap�s a farmac�utica AstraZeneca anunciar que a vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, teve os estudos cl�nicos suspensos por suspeita de rea��o adversa grave em um dos volunt�rios participantes no Reino Unido. (Com ag�ncias internacionais).
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