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Estado de Minas GERAL

USP conclui maior sequenciamento gen�tico e acha 2 milh�es de variantes


23/09/2020 12:25

Cientistas da Universidade de S�o Paulo (USP) finalizaram o maior banco de dados gen�ticos da popula��o brasileira, com o sequenciamento do genoma completo de 1.171 idosos. Na amostra, foram encontrados 2 milh�es de varia��es gen�ticas in�ditas, ou seja, ainda n�o catalogadas em bancos de dados gen�micos de popula��es de outros pa�ses - a maioria com predomin�ncia de indiv�duos de origem caucasiana.

As varia��es ou variantes gen�ticas, chamadas em alguns casos de muta��es, s�o diferentes vers�es de um mesmo gene que podem determinar, por exemplo, o desenvolvimento de uma doen�a. Para os pesquisadores, o achado de milh�es de novas varia��es mostra o quanto a popula��o brasileira, altamente miscigenada, est� sub-representada nos maiores bancos gen�micos do mundo.

Os mais de mil genomas completos, j� dispon�veis em plataforma aberta online, devem facilitar o diagn�stico de doen�as raras por meio de testes gen�ticos. Futuramente, o banco de dados tamb�m poder� auxiliar na defini��o de tratamentos personalizados conforme o perfil gen�tico de cada paciente e a prever quais indiv�duos t�m maior risco de manifestar determinadas patologias.

"Esse tipo de dado � important�ssimo para o que chamamos de medicina de precis�o. A resposta do organismo a um medicamento depende do nosso genoma. No futuro, imaginamos que, antes de uma pessoa tomar um rem�dio, ela poder� se submeter a testes gen�ticos para saber qual droga ter� a melhor a��o. Por isso, � importante ter bases de dados com sequenciamento da nossa popula��o, porque n�s somos diferentes, at� mesmo de outros latinos", explica a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e C�lulas-Tronco (CEGH-CEL) da USP.

De acordo com Michel Naslavsky, professor do Instituto de Bioci�ncias da USP e pesquisador do CEGH-CEL, a detec��o de tantas novas variantes gen�ticas surpreendeu os pesquisadores. "A cada ano temos mais bancos de dados gen�micos no mundo. O n�mero de variantes catalogadas, portanto, vem crescendo e, mesmo assim, encontramos 2 milh�es novas. � um n�mero muito interessante", disse ele, que � o autor principal do estudo que apresenta os resultados da pesquisa da USP. O estudo foi divulgado na plataforma online de pr�-publica��o BioRxiv e ainda n�o passou por revis�o de outros pesquisadores.

Os cientistas brasileiros compararam seus resultados com dois dos maiores bancos de dados gen�micos do mundo (gnomAD e dbSNP). Juntos, eles possuem mais de 700 milh�es de variantes catalogadas.

Preval�ncia de doen�as

Outra possibilidade de aplica��o dos dados de sequenciamentos gen�ticos � no c�lculo da preval�ncia de certas doen�as em cada popula��o.

No estudo da USP, por exemplo, os pesquisadores analisaram 400 variantes catalogadas em bancos gen�micos internacionais como patog�nicas, ou seja, causadoras de alguma doen�a. Ao verificarem a condi��o cl�nica dos idosos que tiveram o sequenciamento realizado, os cientistas observaram que 37% dessas varia��es n�o estavam relacionadas a doen�as no grupo brasileiro e reclassificaram essas variantes como n�o patog�nicas.

Mayana explica que o grupo optou por sequenciar os genomas de idosos que j� vinham sendo acompanhados h� anos em um outro estudo da USP, realizado pela Faculdade de Sa�de P�blica, justamente para cruzar os dados gen�ticos com as condi��es cl�nicas dos pacientes. "Na idade deles, j� � poss�vel saber se eles t�m risco aumentado para mais doen�as, como Alzheimer e Parkinson", explica a geneticista.

Ela ressaltou que pesquisas de sequenciamento gen�tico s�o caras e manifestou apreens�o quanto ao projeto de lei enviado pelo governo estadual � Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp) que prev� corte de verbas de institui��es que financiam pesquisas, como a Fapesp, uma das principais apoiadoras do projeto. "Se cortarem os recursos, estudos como o nosso podem ser interrompidos. Cada sequenciamento custa U$ 1 mil d�lares, fora a an�lise, computadores. Se n�o tiv�ssemos esse apoio financeiro, n�o ter�amos finalizado o estudo."

Idosos e covid-19

O Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e C�lulas-Tronco da USP vai usar o genoma sequenciado dos idosos tamb�m para avaliar quais variantes gen�ticas est�o relacionadas com quadros mais ou menos graves de covid-19. De acordo com a geneticista Mayana Zatz, diretora do centro, enquanto a maioria dos idosos tem risco aumentado de complica��es quando infectados pelo coronav�rus, h� centen�rios contaminados que, surpreendentemente, apresentam um quadro leve ou a forma assintom�tica da doen�a. "Queremos estudar se essas pessoas t�m algum gene protetor", afirmou.

O grupo deve tamb�m estudar o genoma de casais que tiveram intensidades diferentes da doen�a. "S�o pessoas que dividiram o mesmo espa�o, a mesma cama e um adoeceu e o outro, n�o", diz Mayana. Cem casais nessa condi��o j� tiveram o material gen�tico coletado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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