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Estado de Minas VIOL�NCIA

'Nada justifica o que fizeram com meu neto', diz av� de menino estrangulado

Luiz C�sar Ferreira foi assassinado em fevereiro; em mar�o, a pol�cia encontrou o corpo do menino em uma fossa e, esta semana, prendeu o suspeito


26/09/2020 15:33

(foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)
“Nada justifica o que fizeram com meu neto. Sinto muita falta dele e espero que a justi�a seja feita”. A declara��o � da av� de Luiz C�sar Ferreira, de 12 anos, morto estrangulado com fio de energia el�trica. O crime ocorreu em meados de fevereiro, mas s� veio � tona ontem, com a divulga��o da pris�o do suspeito, identificado como Everaldo Cordeiro de Neves, 21. Investigadores da 8ª Delegacia de Pol�cia (SIA) o prenderam na quinta-feira, no Recanto das Emas.

Luiz C�sar entrou para a triste estat�stica de crian�as assassinadas — de janeiro a agosto, o DF registrou quatro homic�dios de menores de 14 anos, segundo a Secretaria de Seguran�a P�blica. O Correio conversou com a av� da crian�a, que preferiu n�o revelar a identidade. A senhora, de 55 anos, morava com o neto desde o come�o do ano, na Ch�cara Santa Luzia, regi�o de constru��es irregulares na Estrutural.

A mulher ficou sabendo da pris�o do suspeito pela reportagem. Ao relembrar do menino, ela se emocionou. “Ele era o �nico dos meus tr�s netos que ainda tinha contato comigo. Vai fazer falta”, lamentou.

Quando Luiz chegou para morar com ela, a av� trabalhava como faxineira para uma produtora de festas. Em alguns dias, o neto a acompanhou no servi�o. “Meus chefes conversavam bastante com ele e deram v�rios conselhos para o futuro de Luiz”, explicou. Ap�s ser v�tima de um acidente vascular cerebral (AVC), a mulher deixou o emprego.

Nessa �poca, ela passou a se dedicar inteiramente ao menino. “Fiz planos para ele. Queria mud�-lo de escola, quem sabe at� conseguir um lugar melhor para morarmos. Por�m, esses sonhos foram interrompidos quando ele sumiu”, disse. A m�e do menino � usu�ria de drogas, segundo relatou a av�, e n�o participava da cria��o da crian�a. O pai � desconhecido.

Luiz C�sar desapareceu em 16 de fevereiro. A av� conta que o garoto saiu de casa e n�o voltou mais. � �poca, ela registrou boletim de ocorr�ncia na delegacia sobre o sumi�o do menino. “Cheguei a procurar por ele em Santa Luzia. Perguntei para todo mundo que o conhecia, mas nada”, afirmou.

A pol�cia acredita que Luiz tenha sido assassinado em meados de fevereiro. N�o se sabe, no entanto, a data exata da morte. O corpo da crian�a foi encontrado em 26 de mar�o, ap�s os investigadores receberem uma den�ncia an�nima. Ao chegarem no endere�o, na Rua SL 50, Quadra 55, pr�ximo ao Lote 8, os policiais se depararam com um corpo, em que havia um fio de energia el�trica enrolado no pesco�o.

De acordo com a apura��o policial, ap�s mat�-la, o suspeito colocou a crian�a em um saco pl�stico, a jogou dentro de uma fossa de, aproximadamente, tr�s metros de profundidade e, em seguida, cobriu com areia. O Corpo de Bombeiros do DF foi acionado para ajudar na retirada do corpo. “O cad�ver estava em estado avan�ado de decomposi��o. A identidade da v�tima somente p�de ser confirmada em raz�o do trabalho pericial do Departamento de Pol�cia T�cnica do Instituto de Medicina Legal, com a produ��o do laudo cadav�rico e de um elaborado laudo antropol�gico, a partir da arcada dent�ria da crian�a”, detalhou o delegado-chefe da 8ª DP, Rodrigo Bonach.

Pris�o e motiva��o

Ap�s monitoramento policial, os investigadores localizaram Everaldo Cordeiro em uma ch�cara, no Recanto das Emas. Segundo o delegado, o homem havia passado por diversos endere�os para n�o ser capturado: �guas Lindas (GO), Santo Ant�nio do Descoberto (GO) e Planaltina.

As investiga��es revelaram que o acusado nunca morou na Ch�cara Santa Luzia e n�o conhecia a crian�a. “Ele tinha uma parente, que estava internada em um hospital p�blico do DF. Essa mulher tem um terreno na ch�cara e teria pedido a ele para que vigiasse o local, enquanto ela n�o estava presente”, disse o delegado.

Everaldo ficou cerca de um m�s na �rea, e foi nesse per�odo em que cometeu o assassinato. “Provavelmente, ele atraiu o menino para dentro do barraco e o matou em seguida. Foi um assassinato que ningu�m viu ou ouviu nada. Ficou ali, entre quatro paredes”, completou o investigador.

A vizinhan�a e a av� da crian�a contaram que o menino era usu�rio de drogas e cometia pequenos furtos na regi�o, mas, segundo a pol�cia, n�o h� evid�ncias de que o assassinato teria ocorrido por esse motivo. “N�o temos como dizer o que realmente aconteceu, at� porque n�o houve testemunhas e, durante o interrogat�rio, o suspeito permaneceu em sil�ncio”, frisou Rodrigo Bonach.

Sem registro de antecedentes criminais, agora, ele responder� criminalmente por homic�dio doloso triplamente qualificado, em raz�o de ter sido praticado por motivo f�til, asfixia e mediante recurso que impossibilitou defesa da v�tima, al�m da oculta��o de cad�ver. Caso seja condenado, o acusado poder� receber penas que, somadas, alcan�am 33 anos de reclus�o.


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