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Estado de Minas GERAL

Queimada destr�i matas na regi�o de Vinhedo e � combatida por moradores


03/10/2020 12:30

A regi�o de Vinhedo chegou ao sexto dia seguido de inc�ndios. Matas, planta��es e s�tios foram atingidos pelo fogo, que afetou cerca de 4 km� em diferentes partes do munic�pio do interior paulista. A situa��o foi atenuada somente nesta sexta-feira, 2, com o refor�o de dois helic�pteros nas a��es, que envolveram mata de dif�cil acesso. Os danos ambientais e econ�micos ainda n�o foram contabilizados.

Outros munic�pios paulistas tamb�m t�m enfrentado situa��es do tipo, especialmente deste setembro, m�s em que o n�mero de queimadas bateu recorde no Estado. Segundo o Programa Queimadas, do Inpe, foram 2.254 focos de inc�ndio, o maior valor desde o in�cio do registro hist�rico, em 1998. Em rela��o a setembro do ano passado, que registrou 872 focos, isso representa alta de 158%. A aposentada Regina Nano, de 64 anos, praticamente n�o dormiu nas �ltimas noites. De casa, conseguia ver e ouvir os estalos da queima da mata, fogo que se tornava mais intenso justamente ap�s o entardecer. "N�o consigo dormir, meio que fico monitorando. � uma mata t�o linda, nunca pensei que fosse queimar."

Uma das principais dificuldades para a conten��o dos focos � a disponibilidade de apenas um caminh�o do Corpo de Bombeiros no munic�pio e, por isso, grande parte dos trabalhos foi liderada por moradores. "Falta um planejamento de conting�ncia do governo estadual e regional, os munic�pios ficam a Deus dar�", lamenta o aposentado Vittorio Gilberto Zottino, de 70 anos, vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), de Vinhedo.

Entre a popula��o que atuou no combate �s chamas est� o gerente de neg�cios Eduardo Freitas, de 49 anos, presidente de uma associa��o de moradores da regi�o. "Teve uma grande mobiliza��o popular, dos moradores com mangueiras, abafadores, recursos m�nimos, inclusive avan�ando em pontos que os bombeiros n�o podem entrar", comenta. "A gente apaga, faz abafamento. Depois, retorna, por causa de troncos de �rvores queimando."

Mesmo com a situa��o mais controlada, Freitas defende que as a��es para conten��o precisam persistir, ainda mais porque a seca continuar� por mais uma semana. "Ainda estamos em alerta m�ximo", comenta. "N�o t�nhamos nenhuma previs�o de como atuar. Realmente foi tudo improvisado, com recurso dos moradores e m�nimo de recursos de bombeiros e Defesa Civil."

O engenheiro civil Paulo Steorani Neto, de 60 anos, combatia as chamas no seu s�tio quando falou com o Estad�o. "Moro desde que nasci em Vinhedo. V�rias vezes a regi�o teve esses eventos. Eu sempre fiz aceiro, quase perdi um trator num dos inc�ndios, quase morreu empregado meu. Mas o que aconteceu neste ano foi at�pico."

Com a fuma�a intensa, moradores chegaram a deixar as casas, principalmente em �reas mais pr�ximas de focos e com problemas respirat�rios. Outros trancaram-se dentro de c�modos, cujas janelas e portas eram isoladas com toalhas molhadas. O comerciante Danilo Catelano, de 55 anos, que mora no centro, fora das �reas queimadas, percebeu a presen�a de fuligem e fuma�a pela cidade.

Preju�zos

Os inc�ndios tamb�m t�m trazido preju�zos financeiros. � o caso de Elso Previtali, de 69 anos, o quarto de uma gera��o de agricultores. Entristecido com a situa��o, diz ter desistido de manter a planta��o e pretende vend�-la.

Filho do agricultor, o engenheiro agr�nomo Rafael Previtali, de 40 anos, calcula que foram atingidas at� 3 mil mangueiras da propriedade. "Ningu�m olhou por n�s. Aquilo � o nosso ganha-p�o", lamenta. Al�m disso, o fogo tamb�m consumiu uma �rea de mata nativa dentro do s�tio. "� uma coisa que, para recuperar, precisa de uns cem anos. Tinha papagaio, jacu, tr�s esp�cies de macaco, muito tatu, jequitib�s."

Previtali destaca que o fogo chegou na propriedade na quarta-feira, momento em que os inc�ndios j� eram de amplo conhecimento na regi�o e, portanto, poderia ser evitado. "Na ter�a, minha irm� foi at� os bombeiros, e eles disseram que estava sob controle", critica.

Poder p�blico

Em nota, a Prefeitura de Vinhedo afirmou ter solicitado apoio do governo estadual desde domingo, especialmente em rela��o ao envio de uma aeronave. Somente na sexta, contudo, o poder estadual mandou um helic�ptero ao local, quando o Munic�pio j� havia contratado o servi�o.

A gest�o municipal ressaltou ter enviado 30 homens para combater o fogo e ofertado caminh�es-pipa e apoio de �rg�os p�blicos. Al�m disso, declarou que a origem do inc�ndio ser� apurada posteriormente e "a concentra��o de esfor�os est� na extin��o das chamas".

J� o governo estadual, tamb�m por nota, destacou que 12 bombeiros atuam no local, al�m de brigadistas e volunt�rios. Al�m disso, ressaltou ter investido R$ 6 milh�es em atividades preventivas da Opera��o Corta-Fogo. "Vale ressaltar que o Estado de S�o Paulo est� no per�odo de estiagem, com fortes ondas de calor e baixa umidade relativa do ar. Conforme alerta da Defesa Civil do Estado, as temperaturas at� o pr�ximo s�bado podem passar dos 40 graus em algumas regi�es do Estado. Historicamente, agosto e setembro s�o os meses com mais focos de inc�ndio." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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