O Brasil come�ou nesta segunda-feira (5) a etapa de testes cl�nicos para avaliar se a vacina contra o bacilo Calmette-Gu�rin (BCG), originalmente usada contra a tuberculose, tamb�m � eficaz para evitar o cont�gio ou as formas graves da covid-19.
Durante os pr�ximos dois meses, 1.000 profissionais de sa�de ser�o recrutados e vacinados. Depois ser�o monitorados pelo per�odo de seis meses a um ano, para a coleta de dados. Caso fique comprovado que essa vacina ajuda a combater a covid-19, ela poder� ser oferecida � popula��o.
Segundo os pesquisadores, por�m, n�o se trata de uma substituta para a vacina contra o coronav�rus - seria um novo meio de tentar combater a covid-19 enquanto a vacina pr�pria n�o for descoberta e aplicada em larga escala. Participam dessa fase de testes o Hospital Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Hospital Universit�rio Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o Hospital Municipal Francisco Moran, em Barueri (Regi�o Metropolitana de SP).
Para a abertura dessa fase de testes, o titular do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es (MCTI), ministro Marcos Pontes, participou de cerim�nia no Hospital da UFRJ nesta segunda-feira (5). Para esse projeto, o MCTI investiu R$ 1 milh�o em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (FNDCT) na compra de insumos para a execu��o das rotinas cl�nicas e laboratoriais e equipamento de inform�tica para registro e an�lise de dados.
Tamb�m houve composi��o e capacita��o da equipe para executar o estudo. "Essa � uma das formas de o Minist�rio ajudar no combate � covid-19", afirmou o ministro. A BCG � uma vacina aplicada nas crian�as logo ap�s o nascimento, para prevenir formas graves de tuberculose.
No Brasil, � obrigat�ria desde 1976. A investiga��o sobre a efic�cia da BCG no combate ao coronav�rus partiu da constata��o de que pa�ses onde a vacina � aplicada frequentemente apresentaram menor incid�ncia de covid-19 em compara��o com pa�ses que suspenderam o uso da BCG universal (devido � aus�ncia de casos de tuberculose), como os Estados Unidos, a Espanha e a It�lia.
Sendo obrigat�ria desde 1976, a BCG j� foi aplicada a boa parte da popula��o brasileira. Apesar disso, caso o estudo indique a efic�cia da vacina contra a covid-19, ela deve ser aplicada novamente. "Essa vacina pode ter um efeito mais efetivo nos anos subsequentes � sua aplica��o. A revacina��o traria uma nova carga de estimula��o para o sistema imunol�gico", afirmou a coordenadora da pesquisa, Fernanda Mello, que � professora de Tisiologia e Pneumologia do Instituto de Doen�as do T�rax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela ressaltou, por�m, que, mesmo se os resultados indicarem a efic�cia da BCG, essa vacina n�o vai encerrar a pesquisa por uma espec�fica para a covid-19.
Testes
O ministro tamb�m participou da inaugura��o do laborat�rio de campanha para testes diagn�sticos no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o coordenador do laborat�rio, Am�lcar Tanuri, ele ter� capacidade de realizar 300 testes moleculares, do tipo PCR, por dia. Embora seja focado em testes moleculares, o laborat�rio tamb�m pode realizar exames sorol�gicos e antig�nicos. Ao todo, a rede de laborat�rios de campanha ter� 13 unidades por todo o Brasil, resultado do investimento de R$ 35 milh�es do MCTI.
GERAL