PF prende 35 de organiza��o do tr�fico com base em Viracopos; 2 suspeitos morrem

A Pol�cia Federal (PF) deflagrou na manh� desta ter�a-feira, 6, a Opera��o Overload, contra uma "complexa" organiza��o criminosa, voltada ao tr�fico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a corpora��o, a principal base do grupo � o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior de S�o Paulo, sendo que a quadrilha tem ramifica��es em diversos Estados e no exterior. Dois investigados morreram ap�s confronto com agentes, diz a PF. As identidades dos suspeitos n�o foram reveladas pela corpora��o.

Ao todo, mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e seis policiais civis cumprem 44 mandados de busca e apreens�o e 35 mandados de pris�o tempor�ria, em quatro Estados do Pa�s - S�o Paulo, Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Entre os alvos est�o 33 homens e duas mulheres.

De acordo com a Pol�cia Federal, as investiga��es tiveram in�cio em fevereiro de 2018, com a apreens�o, na �rea Restrita de Seguran�a do Aeroporto Internacional de Viracopos, de 58 quilos de coca�na que seria enviada � Europa. No entanto, ao longo das investiga��es, os agentes apreenderam ao todo cerca de 250 quilos do entorpecente.

Os investigadores mapearam ent�o a atua��o de toda a organiza��o criminosa, identificando as lideran�as, as pessoas com quem se relacionaram e o processo utilizado para exportar grandes quantidades de coca�na - a partir de Viracopos, com destino � Europa - , al�m dos m�todos utilizados para ocultar o lucro obtido com o empreendimento criminoso.

Segundo a PF, a organiza��o criminosa � composta por brasileiros e estrangeiros, sendo que a atua��o desses �ltimos se d� em solo europeu no recebimento da droga. J� os brasileiros s�o apontados pelos investigadores como principais fornecedores da coca�na e financiadores do esquema criminoso, al�m de respons�veis pelo aliciamento de funcion�rios aeroportu�rios, pela interfer�ncia il�cita nas opera��es de log�stica aeroportu�ria e lavagem de dinheiro.

"Entre os empregados e ex-empregados de empresas prestadoras de servi�o na �rea restrita de seguran�a do aeroporto aliciados h� dezenas de pessoas em fun��es diversas (vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tr�fego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcion�rios de empresas fornecedoras de refei��es a tripulantes e passageiros), que eram os respons�veis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior", ressaltou a PF em nota.

Al�m desses empregados, tamb�m foram cooptados pela organiza��o criminosa - e presos na Overload - um policial militar e um policial civil.

Para a exporta��o da droga eram utilizados tanto o terminal de passageiros quanto o terminal de cargas, indicou a PF. As opera��es il�citas contavam com a atua��o de tr�s grupos distintos:

- Operadores externos: pessoas que n�o fazem parte do quadro de funcion�rios do aeroporto de Viracopos e s�o os respons�veis pelas tratativas com investidores e traficantes estrangeiros, bem como pelo aliciamento de empregados aeroportu�rios.

- Operadores internos: empregados aeroportu�rios aliciados que exercem suas atividades na �rea restrita de seguran�a, especialmente em fun��es que envolvam carga e descarga de aeronaves e suas movimenta��es.

- Operadores estrangeiros: traficantes em solo europeu respons�veis pela retirada da coca�na remetida a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos.

A Pol�cia Federal frisou ainda que a "sofistica��o" da quadrilha tamb�m se revelou com seus m�todos de lavagem de bens adquiridos com dinheiro do tr�fico - aquisi��o de im�veis, ve�culos, contas banc�rias em nome de terceiros e empresas no exterior. A Justi�a decretou o bloqueio de propriedades, carros e contas dos investigados.

Segundo a PF, o nome da opera��o, Overload, vem do termo ingl�s empregado para excesso de carga ou carga excessiva, com alus�o � droga il�cita inserida clandestinamente nos avi�es em meio a carga regular.