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Estado de Minas COVID-19

Estudo sugere que novo coronav�rus n�o consegue contaminar �vulos

muita coisa j� foi descoberta sobre a a��o do novo coronav�rus no organismo


06/10/2020 14:50 - atualizado 06/10/2020 15:11

Nove meses j� se passaram desde que autoridades chinesas emitiram um alerta sobre casos de pneumonia de origem desconhecida, em dezembro do ano passado. Desde ent�o, muito j� se descobriu sobre a a��o do novo coronav�rus no organismo, mas ainda restam d�vidas.

Uma delas � sobre como alguns beb�s j� nascem com o Sars-Cov-2. Para contribuir com a discuss�o, um novo estudo sugere, de forma positiva, que o v�rus n�o consegue penetrar nos �vulos, o que eliminaria a chance de transmiss�o por essa via e, ao mesmo tempo, tornaria a fertiliza��o in vitro (FIV) um procedimento seguro mesmo em casos de mulheres com COVID-19.

No dia da coleta dos gametas, a equipe m�dica decidiu fazer exames nas doadoras, que estavam sem sintomas, e, ap�s dois dias, os resultados deram positivo para o novo coronav�rus. Curiosos para saber se o agente infeccioso teria entrado nas c�lulas reprodutoras, os m�dicos do Grupo Eugin conduziram an�lises posteriores com os �vulos, que j� estavam congelados, e certificaram que n�o havia RNA do v�rus dentro deles.

Para afetar tecidos, o Sars-CoV-2 tem de ter a capacidade de infectar c�lulas e se replicar, o que depende da presen�a de receptores como a enzima conversora da angiotensina-2 (ECA2) e basigina, por exemplo. Eles est�o expressos na maior parte do trato reprodutivo feminino, como ov�rio e endom�trio, e em outras partes do corpo. Outros v�rus como o coronav�rus humano 229E, Mers e Sars-Cov usam essas mesmas prote�nas para entrar nas c�lulas.

"Estudaram se o v�rus produziu o gene N, que � uma prote�na do n�cleo do v�rus que ele produz, e o gene n�o existia. Se n�o tem o gene dentro dos �vulos, aparentemente o v�rus n�o foi por ali. E tamb�m n�o viram aqueles receptores e essas prote�nas, que facilitam a entrada do v�rus, ocupados por peda�os dele. Tudo aquilo que se refere � passagem do v�rus para dentro das c�lulas n�o estava ocupada por fragmentos do v�rus", explica Eduardo Motta, diretor do Grupo Huntington, que integra o Grupo Eugin.

O m�dico afirma que a transmiss�o vertical (da m�e para o beb�) de outros v�rus, como zika, HIV e da hepatite, j� est� bem estabelecida. Ela pode ocorrer durante a gesta��o, o parto ou pela amamenta��o. Mas ainda n�o h� relatos de um v�rus entrando em um gameta nem se sabe se, por meio de uma fertiliza��o in vitro, o material gen�tico contaminado de uma m�e poderia causar algum dano.

"Com rela��o � COVID-19, n�o existe confirma��o de transmiss�o do v�rus atrav�s dos gametas, nem pelas t�cnicas de reprodu��o assistida nem pela gesta��o espont�nea", resume Paulo Gallo, especialista em reprodu��o humana assistida e diretor-m�dico do Vida - Centro de Fertilidade. Motta completa que n�o � poss�vel ativar um v�rus dentro de um �vulo ou embri�o. "Esse estudo mostra que, talvez, a FIV possa ser um m�todo seguro para pessoas com algum tipo de infec��o viral." No entanto, ele pondera que essa confirma��o ainda vai demandar muitos estudos.

O m�dico da Huntington explica tamb�m que mulheres que passam por estimula��o ovariana t�m os �vulos e, consequentemente, os receptores que atuam em favor do novo coronav�rus ativados. Ainda assim, o trabalho indica que n�o h� penetra��o do v�rus na c�lula. Ao comparar o caso com os homens, Motta diz que a infec��o por Sars-CoV-2 parece ser mais exuberante nos test�culos, onde h� relatos de atividade viral. Ele levanta uma hip�tese: "os �vulos s�o c�lulas que foram formadas na vida intrauterina, portanto s�o c�lulas ainda em inatividade, ao contr�rio do espermatozoide, que o homem produz sempre novos".

Transmiss�o dentro do �tero


Publica��es cient�ficas t�m mostrado que a maioria dos beb�s que nascem de mulheres com covid-19 n�o est� infectada, mas um n�mero pequeno de rec�m-nascidos testaram positivo. Os casos levaram cientistas a investigarem se existe a possibilidade de contamina��o durante a gesta��o e, se sim, por quais mecanismos isso ocorre. A transmiss�o por meio da placenta � uma das principais apostas.

"Avaliar placentas de rec�m-nascidos com covid-19 � fundamental para determinar o papel potencial e a import�ncia da transmiss�o transplacent�ria do coronav�rus", disse David Schwartz, m�dico especialista em patologia placent�ria, em comunicado divulgado pelo Col�gio Americano de Patologistas. Ele tem se dedicado a estudar o tema e afirma que os resultados de estudos recentes sugerem que, em casos raros, a transmiss�o transplacent�ria do coronav�rus est� ocorrendo.

O m�dico Paulo Gallo explica que, "quando a transmiss�o ocorre pela placenta, � porque ela � perme�vel a alguns agentes infecciosos, como s�filis, HIV, zika. Esses agentes infecciosos, j� temos a certeza absoluta que passam pela placenta", diz. Essa passagem do v�rus da mulher para o feto pode ocorrer precoce ou tardiamente, a depender do grau de infec��o. "Para a COVID-19, ainda n�o temos evid�ncia alguma da transmiss�o vertical", refor�a o m�dico.

Cuidados devem continuar


Os autores do estudo do Grupo Eugin ressaltam que, apesar de n�o terem encontrado gene do coronav�rus em �vulos, "n�o podemos excluir a possibilidade de m�ltiplas vias atrav�s das quais o Sars-CoV-2 pode infectar o�citos humanos". Por�m, consideram a import�ncia do achado, que sugere que a transmiss�o vertical pode n�o ocorrer por meio dos �vulos e que o manuseio desse material no laborat�rio pode n�o constituir um perigo aos profissionais de sa�de.

Motta tamb�m destaca que os resultados n�o devem ser considerados um al�vio, pois mais estudos s�o necess�rios. "Mulheres que engravidam ao longo da pandemia t�m de entender que devem continuar com a prote��o. Embora a transmiss�o vertical seja rara, se ela tiver a doen�a s�ria ao longo da gravidez, pode proporcionar riscos ao beb� e trabalho de parto prematuro."


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