Publicit�rio que apanhou na rua: 'Me agrediram por ser gay e negro'

O publicit�rio Robson Vieira, de 33 anos, foi agredido com socos e chutes por tr�s homens enquanto passeava com o seu cachorro na Rua Martins Fontes, na Consola��o, regi�o central de S�o Paulo, no domingo, 4. A agress�o foi filmada por moradores de um dos pr�dios vizinhos e as imagens ganharam repercuss�o, com pedidos de puni��o aos agressores.

A agress�o j� estava acontecendo quando o v�deo, divulgado nas redes sociais, se inicia. Robson, que est� de camisa cinza claro, � cercado pelos tr�s homens, dois de camisa branca e um de camisa preta. Um deles atinge Robson no rosto com um soco, que cai no ch�o. Logo em seguida, a Guarda Municipal aparece e dispersa os agressores. O publicit�rio teve ferimentos nos l�bios.

Em v�deos publicados na sua conta do Instagram, ele conta que o motivo da agress�o foi o fato de ser gay e negro. "Eu estava passeando na rua e eles come�aram a me insultar me chamando de negro safado e vieram para cima de mim", diz.

Nas imagens, � poss�vel identificar que um entregador, ao observar o confronto, estaciona sua moto e tenta separar a briga. Alguns carros que passam pela rua buzinam e pessoas na janela gritam pedindo para que a agress�o pare.

Os advogados de Robson, Paulo Iotti, do grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de G�nero e colaborador da ABGL, e Djefferson Amadeus, diretor do Instituto de Defesa da Popula��o Negra, ressaltam que a tipifica��o como les�o corporal foi um equ�voco.

"O Robson foi xingado por ser negro e gay, logo, foi v�tima de duplo racismo. N�o constou do TCO (Termo Circunstanciado de Ocorr�ncia) o teor dos xingamentos porque delegacias costumam parafrasear e colocar s� a s�ntese que querem. A testemunha atestou que os agressores come�aram a xingar o Robson e a bater no seu cachorro. Como pr�ximo passo, n�s pediremos a reclassifica��o para o racismo, no m�nimo na forma da inj�ria racial, pois temos testemunhas do teor racista das ofensas, por ele ser negro e gay", diz o advogado.

Ao Estad�o, a Secretaria de Seguran�a P�blica (SSP) informou que "a v�tima manifestou interesse em representar criminalmente contra os autores, raz�o pela qual o caso foi encaminhado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal)". "Durante os depoimentos, n�o foram relatados outros crimes a serem registrados, no entanto, a Pol�cia Civil reitera que est� � disposi��o para apurar den�ncias de outras naturezas, t�o logo elas sejam registradas", ressalta a nota.

Com a repercuss�o do caso, o publicit�rio tem recebido apoio de influenciadores da causa LGBT e tamb�m da atriz Giovanna Ewbank. A reportagem n�o conseguiu identificar os agressores nem quem os representa legalmente no caso.