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Estado de Minas GERAL

'Tesoura gen�tica' desperta pol�mica sobre limites �ticos


08/10/2020 07:22

Compartilhado entre a francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer A. Doudna, o Nobel de Qu�mica deste ano premiou a cria��o de uma ferramenta para a edi��o do genoma, a "tesoura gen�tica" CRISPR/Cas9. O m�todo torna muito mais f�cil retirar, acrescentar ou alterar com muita precis�o partes do DNA de homens, animais e plantas e, por isso, tem o potencial de revolucionar muitas �reas da ci�ncia.

"O pr�mio deste ano � sobre reescrever o c�digo da vida", resumiu o secret�rio geral da Academia Sueca de Ci�ncias, Goran K.
Hansson, antes de anunciar os nomes das ganhadoras. Pela primeira vez um Nobel foi para duas mulheres. "Estou em choque", disse Jennifer, de 56 anos, professora da Universidade da Calif�rnia, em Berkeley. "Fiquei muito emocionada, muito surpresa, parece que n�o � real", afirmou com voz embargada Emmanuelle Charpentier, de 51 anos, diretora da Unidade de Ci�ncias de Pat�genos do Instituto Max Planck, em Berlim.

O artigo das duas que descreve a descoberta do novo m�todo foi publicado h� oito anos. Depois disso, a ferramenta se popularizou rapidamente, sendo usada atualmente em qualquer laborat�rio de gen�tica.

"� raro um Nobel ser dado t�o pouco tempo depois da descoberta", comentou a geneticista Mayana Zatz, da USP, que usa a t�cnica em seu laborat�rio para estudar xenotransplantes e doen�as gen�ticas. "S� acontece nesses casos em que n�o h� d�vida nenhuma da import�ncia. Essa tecnologia vai revolucionar a Medicina."

Curas

M�dicos est�o usando a ferramenta na busca da cura para doen�as gen�ticas, como um tipo de cegueira heredit�ria. Geneticistas como Mayana Zatz tentam tornar poss�vel o transplante de �rg�os de porcos geneticamente modificados para seres humanos.

Cientistas que trabalham com plantas tentam desenvolver esp�cies capazes de resistir a secas e inunda��es. "Essa ferramenta alterou profundamente a maneira como fazemos pesquisa nas ci�ncias b�sicas", resumiu o diretor dos Institutos Nacionais de Sa�de dos EUA, Francis Collins, que coordenou o projeto genoma humano.

A ferramenta, no entanto, transformou-se tamb�m em tema controverso por suas potenciais implica��es �ticas, sobretudo pelo risco de altera��o da hereditariedade humana. Em 2018, um cientista chin�s usou a tecnologia para editar os genes de embri�es humanos, criando as primeiras crian�as geneticamente modificadas. "H� um poder nessa ferramenta, que afeta todos n�s", disse o presidente do Comit� de Qu�mica do Nobel, Claes Gustafsson.

"Esta n�o � a �nica ferramenta de edi��o gen�tica, havia outras antes dela", explicou Martin Bonamino, pesquisador do Instituto Nacional do C�ncer (Inca) e da Fiocruz, que trabalha com engenharia gen�tica. Para ele, a grande discuss�o atual � estabelecer os limites �ticos do uso da ferramenta. "Existe um consenso na comunidade de que atualmente n�o se deve fazer edi��o gen�tica em embri�es humanos; a ferramenta funciona muito bem, � muito precisa, mas n�o � infal�vel. Ent�o, n�o � um risco aceit�vel", afirmou.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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