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Estado de Minas GERAL

Com aquecimento global, dias de calor extremo em SP est�o mais frequentes


13/10/2020 12:00

Entre 30 de setembro e 7 de outubro, a capital paulista alcan�ou quatro das cinco maiores temperaturas do registro hist�rico, acima de 37�C, em meio a uma onda de calor que atingiu o Sudeste e o Centro-Oeste com quebras de recordes consecutivas. Esse calor�o extremo, por�m, � cada vez menos uma exce��o. Em S�o Paulo, os dias com altas temperaturas nos meses de setembro e outubro t�m sido mais frequentes na �ltima d�cada, em um sinal do aquecimento pelo qual passa o planeta inteiro.

� o que revela uma an�lise sobre dados coletados pela esta��o meteorol�gica do Instituto de Astronomia, Geof�sica e Ci�ncias Atmosf�ricas (IAG), da USP, de 1933 a 2019, para os meses de setembro e outubro, quando � mais comum ocorrerem os extremos de temperatura. Como s�o meses, em geral, com poucas nuvens, o Sol incide direto na superf�cie, aquecendo-a rapidamente. No ver�o, quando � mais �mido, apesar do calor, dificilmente os dias batem o calor extremo.

No per�odo de 30 anos entre 1960 e 1990, um ter�o dos meses de setembro e de outubro teve mais do que tr�s dias com extremos de temperatura (igual ou maior que 31,1�C para setembro e igual ou maior que 32�C para outubro). Nos �ltimos 20 anos, metade dos meses de setembro e de outubro apresentou mais do que tr�s dias nessas condi��es.

Outro levantamento, feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), aponta que no m�s de outubro as dez maiores temperaturas registradas para o m�s na esta��o do Mirante de Santana, onde a medi��o come�ou a ser feita em 1943, ocorreram a partir de 2012 na capital. O valor mais alto - e tamb�m o recorde hist�rico geral para a capital - � de 17 de outubro de 2014, com 37,8�C. Os tr�s seguintes foram registrados neste ano (37,4�C no dia 2; 37,3�C no dia 7; e 37,1�C, dia 1�).

Frio mais raro

Outro ind�cio do aquecimento pode ser notado com a evolu��o dos dias mais frios, que se tornaram menos frequentes na cidade. Dados do IAG revelam que, entre 1960 e 1990, 17 meses de setembro tiveram mais de tr�s dias com temperaturas iguais ou inferiores a 10,3�C.

Para os meses outubro, em 23 deles houve mais do que tr�s dias com extremos de temperatura m�nima (igual ou abaixo de 12,1�C). Desde 2000, tanto em setembro quanto em outubro, s� cinco anos alcan�aram a marca.

"O aquecimento global da atmosfera est� influenciando as temperaturas no mundo inteiro e particularmente algumas regi�es, piorando o efeito j� conhecido de ilha de calor", disse ao Estad�o o f�sico e meteorologista T�rcio Ambrizzi, pesquisador do Departamento de Ci�ncias Atmosf�ricas do IAG-USP.

O efeito de ilha de calor � bastante conhecido dos paulistanos e de outras �reas densamente urbanizadas, em que houve redu��o da arboriza��o e aumento da �rea cinzenta. O resultado � que temos um n�mero cada vez maior de dias mais quentes e noites menos frias, o que eleva tamb�m a temperatura m�dia da cidade.

Os dados do IAG mostram que, neste s�culo, na maior partes dos meses de setembro a cidade teve temperaturas m�dias superiores � m�dia climatol�gica observada de 1981 a 2010, de 17,5�C. Nos anos de 2004, 2015 e 2017, o aquecimento para setembro foi superior a 2�C. "Os gr�ficos mostram que houve m�ximas em outros anos. � poss�vel ter oscila��es de um dia para o outro, mas a tend�ncia no longo prazo � de aumento da temperatura", diz Ambrizzi.

Considerando o per�odo de um ano inteiro, a temperatura m�dia da cidade j� est� cerca de 1�C mais quente, seguindo a tend�ncia mundial de r�pido aquecimento. Estudo de 2010 que avaliou as vulnerabilidades da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo �s mudan�as clim�ticas estimou que at� 2040, o aumento da temperatura m�dia pode ser entre 1,7�C e 3,6�C e, para 2080, entre 2,1�C e 6�C.

Globalmente, os dez anos mais quentes do registro hist�rico ocorreram nos �ltimos 15 anos. Setembro bateu novo recorde e h� expectativa de que 2020 pode ser o novo ano mais quente, o que amea�a o cumprimento do Acordo de Paris, que estabelece como meta tentar conter o aquecimento do planeta a menos de 2�C at� 2100.

Desastres naturais

O n�mero de eventos clim�ticos extremos t�m aumentado de frequ�ncia, intensidade e severidade em todo o mundo em decorr�ncia das mudan�as clim�ticas, de acordo com o relat�rio Estado dos Servi�os Clim�ticos de 2020, lan�ado hoje pela Organiza��o Meteorol�gica Mundial.

Segundo o estudo, o n�mero de mortes por desastre caiu um ter�o nos �ltimos 50 anos, mas o de desastres aumentou cinco vezes e as perdas econ�micas cresceram sete vezes. Foram 2 milh�es de mortes e perdas avaliadas em US$ 3,6 trilh�es.

Amea�as � sa�de

- Hipertermia: Com a onda de calor recente, o Inmet fez um alerta de que havia risco real de morrer de calor em algumas partes do Brasil. Isso pode acontecer quando a temperatura corporal sobe para mais de 40�C, o que ocorre quando o corpo produz (no caso de febre) ou absorve mais calor do que consegue eliminar para o ambiente. Isso pode causar altera��es no estado mental, comprometimento de �rg�os e risco de morte.

- Doen�as cardiovasculares: Um dos principais perigos das altas temperaturas � o de piorar doen�as cardiovasculares. Estudos da Fiocruz realizados em v�rias cidades do Brasil revelaram que a cada grau de aumento da temperatura, sobe tamb�m a ocorr�ncia de doen�as cardiovasculares. Em Cuiab�, hoje, cerca de 1% a 5% das mortes s�o atribu�das ao calor. No futuro, com o aquecimento, podem ser 30%.

- Doen�as transmiss�veis: Doen�as transmitidas por mosquitos podem aumentar sua �rea geogr�fica de ocorr�ncia com o aumento das temperaturas.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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