O Estado de S�o Paulo n�o desistiu de conseguir verba do Minist�rio da Sa�de para ampliar o acesso � vacina Coronavac em n�vel nacional, disse o governador Jo�o Doria (PSDB) nesta quinta-feira, 15. Ele afirmou esperar uma "decis�o republicana" do governo federal, mas disse que n�o vai admitir nenhuma politiza��o eleitoral ou ideol�gica sobre a aprova��o do imunizante. A falta de sinaliza��o da pasta sobre mais verbas para o produto, segundo o governo paulista, causou mal-estar nesta semana.
A vacina, produzida pelo Instituto Butant� em parceria com o laborat�rio chin�s Sinovac, est� na fase 3 de testes com humanos, a mais avan�ada no desenvolvimento de imunizantes. "Nossa posi��o � n�o politizar a vacina. Ela n�o pode estar contaminada por nenhum processo que n�o seja de ordem cient�fica. A Coronavac � a mais avan�ada que temos neste momento", disse Doria.
Ele frisou ainda que ir� comparecer acompanhado de parlamentares �s reuni�es que ter� na pr�xima quarta, 21, com representantes do Minist�rio da Sa�de e da Anvisa. "Vamos em miss�o de paz, mas com a certeza que desejamos ter a vacina para os brasileiros de S�o Paulo e do Brasil."
Em nota, o Minist�rio da Sa�de afirmou que avalia constantemente novas possibilidades para um imunizante e "permanece em contato com o Butantan e outros institutos nacionais que buscam parcerias com laborat�rios estrangeiros". Segundo a pasta, a vacina que ficar pronta primeiro, atendendo todos os crit�rios de seguran�a e efic�cia exigidos pela Anvisa, "ser� uma op��o para aquisi��o".
"Cabe dizer que a pasta j� firmou duas parcerias - com AstraZeneca e Covax Facility - que somam a aquisi��o de 140 milh�es de doses para a popula��o brasileira. O Minist�rio ainda acompanha mais de 200 estudos que buscam a identifica��o de uma vacina contra a covid-19, com o objetivo de encontrar uma cura efetiva e segura para a doen�a. A inten��o � disponibilizar aos brasileiros, t�o cedo quanto poss�vel, uma vacina eficaz, em quantidade e qualidade para atender a popula��o", afirmou.
De acordo com o governador, a �ltima fase de testes para a Coronavac termina na pr�xima segunda-feira, 19, quando os resultados j� ser�o entregues � Anvisa. Ele afirma ainda que a primeira encomenda de 6 milh�es de doses chega a S�o Paulo at� o final deste m�s e que a capacidade de imuniza��o para a popula��o do Estado est� mantida, mesmo sem o apoio federal.
Na noite anterior, o secret�rio de Sa�de do Estado, Jean Gorinchteyn, participou de uma reuni�o entre o Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass) e representantes do Minist�rio da Sa�de. Na ocasi�o, a pasta anunciou investimento previstos e estimativas de vacinas dispon�veis contra a covid-19, mas n�o incluiu o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butant� com a Sinovac na lista.
"O fato de n�o termos identificado a Coronavac no pleito causou constrangimento para todos, a ponto de hoje ter sido encaminhado pelo Conass (Conselho Nacional dos Secret�rios de Sa�de) uma solicita��o ao ministro para que isso venha a acontecer", explicou Gorinchteyn . O movimento foi interpretado como uma retalia��o pol�tica do presidente Jair Bolsonaro a Doria, j� que a verba para ampliar a produ��o da Coronavac teria de ser repassada ao governo do Estado de S�o Paulo.
"O que n�o vamos admitir � politiza��o da vacina", disse Doria. "N�o h� hip�tese de o governo de S�o Paulo e eu, como governador, aceitarmos qualquer coloca��o postergat�ria, do Minist�rio da Sa�de ou da Anvisa, para n�o iniciar a vacina��o o mais rapidamente poss�vel", frisou. "Estamos falando de salvar vidas e, para isso, S�o Paulo utilizar� todos os recursos necess�rios. Primeiro, no entendimento com o di�logo republicano. Mas se isto n�o ocorrer, saberemos como utilizar mecanismos outros para fazer valer a vacina, ao menos para os brasileiros que vivem aqui."
Apesar do tom, fontes ouvidas pelo Estad�o afirmam que o governo de S�o Paulo est� confiante no di�logo com o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, e com a Anvisa. A expectativa � de que, por pareceres t�cnicos, representantes de ambos os �rg�os consigam convencer o governo federal a investir na Coronavac, para al�m dos R$ 92 milh�es que j� foram anunciados e, aos poucos, est�o chegando ao Estado.
"� importante ressaltar que a rela��o do Instituto Butant� com o Minist�rio da Sa�de vem de muitas d�cadas. Essa parceria t�cnica, cient�fica e comercial j� existe e n�o seria diferente em um momento como esse", afirmou Gorinchteyn. "Assim como o governador, o ministro tem ampla ci�ncia que o Brasil precisa de vacinas. S� uma vacina n�o dar� conta de imunizar o povo brasileiro."
No come�o de outubro, o Butant� entregou � Anvisa a documenta��o j� existente da Cronavac, a fim de agilizar o registro do imunizante. Foram entregues dados preliminares de produtos biol�gicos para covid-19 e os relat�rios de seguran�a e efic�cia obtidos com a Coronavac em testes n�o-cl�nicos, ou seja, feitos em laborat�rio ou em animais antes da testagem em humanos.
A gest�o Doria j� assinou com a Sinovac um contrato de fornecimento de 46 milh�es de doses da Coronavac at� dezembro. A farmac�utica vai enviar, at� o final do ano, 6 milh�es de doses da vacina j� prontas, enquanto outras 40 milh�es ser�o formuladas e envasadas em S�o Paulo. Outras 14 milh�es de doses devem ser fornecidas at� fevereiro.
Doria j� afirmou que, se a Coronavac passar na fase de testes em volunt�rios e for aprovada pela Anvisa, a vacina��o poder� ocorrer j� a partir de 15 dezembro e come�ar� em profissionais de sa�de de unidades p�blicas e privadas de S�o Paulo.
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