Reabertura de Bar da cervejaria Backer revolta v�timas e parentes em BH

A reabertura de um bar da Backer no s�bado, 17, cervejaria de Belo Horizonte interditada em janeiro por causa do registro de casos de intoxica��o entre consumidores da bebida, irritou parentes de v�timas e quem teve sequelas depois beber o produto. Isso ocorreu um dia ap�s os tr�s s�cios da empresa se tornarem r�us no processo que apura 10 mortes e 16 clientes com sequelas. A Backer nega que tenha havido uma festa e destacou a necessidade de continuar funcionando, gerando "empregos, impostos e receitas". Tamb�m afirmou dar assist�ncia para as fam�lias afetadas.

O bar e restaurante, que se chama Templo Cervejeiro, fica no bairro Olhos D'�gua, regi�o oeste da capital mineira. Do estabelecimento, os clientes podem ver os tanques que a empresa usava para produ��o de bebidas. Em um desses equipamentos foi constatada nas investiga��es a exist�ncia de rachadura. Por essa fissura, teriam entrado subst�ncias como o dietilenoglicol e monoetilenoglicol, normalmente utilizados para refrigera��o externa, circulando dentro de serpentinas.

Extremamente nocivas, as subst�ncias s�o apontadas como poss�veis causadoras das intoxica��es nas v�timas. Conforme determina��o da Prefeitura de BH, bares e restaurantes podem vender bebida alco�lica de quarta a domingo at� 22h. Os tr�s s�cios da Backer que agora responderam � Justi�a s�o Ana Paula Silva Lebbos, Hayan Franco Khalil Lebbos e Munir Franco Khalil Lebbos, acusados de participa��o em adultera��o de bebidas alco�licas e crimes contra o C�digo de Defesa do Consumidor, que, no caso, s�o manuten��o em estoque e n�o realiza��o de recall para retirada do mercado de produtos que colocam em risco a sa�de p�blica.

A sete dos oito funcion�rios que tamb�m viraram r�us, incluindo um que morreu em setembro, foram atribu�dos os crimes homic�dio culposo (sem inten��o de matar), les�o corporal grave e grav�ssima, al�m dos crimes imputados aos s�cios. Um dos funcion�rios virou r�u por ter mentido em depoimento, conforme a acusa��o do Minist�rio P�blico de Minas. As penas tanto dos s�cios como dos sete funcion�rios v�o de quatro a oito anos de pris�o. J� o funcion�rio que mentiu durante interrogat�rio pode pegar de dois a quatro anos de pris�o e pagar multa.

A empres�ria Eliana Reis, de 56 anos, mulher de Jos� Osvaldo de Faria, 66 anos, uma das v�timas, afirmou que ficou sabendo da reabertura pelo filho de um amigo de outra v�tima do dietilenoglicol. "Ele fez uma selfie na festa. A cerveja Capit�o Senra, que era produzida pela Backer, foi distribu�da de gra�a. Um tapete vermelho foi colocado na entrada para receber os convidados", afirmou.

Conforme a empres�ria, uma outra cervejaria, que seria de S�o Paulo, produziu as bebidas servidas no local, j� que a Backer est� proibida de continuar sua fabrica��o pelo Minist�rio da Agricultura. A reportagem entrou em contato com a cervejaria para confirmar a proced�ncia das bebidas da festa e sobre a suposta distribui��o gratuita de cerveja na reabertura, conforme afirmou Eliana, mas n�o houve resposta.

Eliana avalia que a reabertura poderia ocorrer, mas de outro modo. "Se houvesse um pedido de desculpas, ou se destinassem parte das vendas para as v�timas, poderia at� ser que conseguissem alguma empatia. Mas o que ficou parecendo � que todos querem colocar a Backer para funcionar e as v�timas n�o deixam. Meu marido morreu e n�o recebi sequer uma mensagem de condol�ncias por parte da empresa", afirmou. Osvaldo ficou um ano e meio internado ap�s a intoxica��o e morreu em 15 de julho.

Cervejaria diz seguir orienta��es das autoridades e afirma ser transparente nas a��es
A reportagem entrou em contato com a defesa da cervejaria, que enviou a seguinte nota: "a reabertura do Templo Cervejeiro adv�m do respeito da Backer a todos os requisitos e condi��es legais de funcionamento. A empresa � a principal interessada no esclarecimento de toda e qualquer irregularidade relacionada com suas atividades e, nesse sentido, tem colaborado com o trabalho de autoridades e dos �rg�os de fiscaliza��o e controle, ao mesmo tempo que reafirmou a certifica��o da excel�ncia de seus processos produtivos".

A empresa afirma ainda que diante dos fatos que tanto repercutiram na m�dia, ainda que pendentes de apura��o, "fechar as portas definitivamente teria sido o caminho mais f�cil". Ainda conforme a cervejaria, t�m sido acatadas "rigorosamente todas as orienta��es emanadas pelas autoridades competentes, sejam elas administrativas ou da magistratura mineira".

A Backer nega ainda a realiza��o de festa de reabertura. "Permanecemos absolutamente transparentes em todas as nossas a��es. A reabertura do Templo Cervejeiro, bar e restaurante que possui todas as licen�as para funcionar, gera empregos, impostos e receitas, trouxe nova repercuss�o de mat�rias pela imprensa, nas quais foi afirmado que teria ocorrido uma 'festa' de reinaugura��o e relan�amento de produtos".

Ainda segundo a empresa "jamais ocorreu a mencionada festa. A not�cia � absolutamente inver�dica. Reabrimos sim, e o p�blico que sempre nos prestigiou compareceu em bom n�mero, gra�as a Deus. O ambiente de descontra��o de um bar e restaurante n�o pode ser confundido jamais como uma festa. N�o deixamos de sentir muita dor pelo o que ocorreu, mas entendemos que a �nica forma de poder ajudar � continuarmos com as nossas atividades, e assim faremos".

Leia a manifesta��o da cervejaria na �ntegra:

Aos Amigos, Consumidores e Popula��o em geral,

A reabertura do Templo Cervejeiro adv�m do respeito da Backer a todos os requisitos e condi��es legais de funcionamento. A empresa � a principal interessada no esclarecimento de toda e qualquer irregularidade relacionada com suas atividades e, nesse sentido, tem colaborado com o trabalho de autoridades e dos �rg�os de fiscaliza��o e controle, ao mesmo tempo que reafirmou a certifica��o da excel�ncia de seus processos produtivos.

Diante dos fatos que tanto repercutiram na m�dia, ainda que pendentes de apura��o, fechar as portas definitivamente teria sido o caminho mais f�cil. Mas n�o para n�s. Temos muito orgulho da hist�ria que escrevemos nos �ltimos 20 anos e ela continuar� a ser escrita, sem jamais nos omitirmos sobre os fatos em apura��o.

Estamos acatando rigorosamente todas as orienta��es emanadas pelas autoridades competentes, sejam elas administrativas ou da magistratura mineira.

Enquanto n�o definidas as responsabilidades, adotamos provid�ncias, como por exemplo, de disponibilizar assist�ncia m�dica em prol das v�timas e seus familiares, atrav�s de conceituada sociedade da �rea da sa�de. Todos tiveram a op��o de aceit�-la ou n�o.

Recursos depositados � disposi��o da Justi�a j� est�o sendo liberados h� alguns meses para as v�timas, atrav�s dos seus advogados, pelo MM. Juiz respons�vel pelo processo, desde que preenchidos determinados requisitos estabelecidos pela pr�pria justi�a. Para que tal situa��o possa prosseguir, n�s precisamos retornar com os nossos servi�os e produtos. N�o h� outra op��o.

Contratamos tamb�m a Satisfactio C�mara de Concilia��o e Media��o, que vem desenvolvendo o seu trabalho junto �s v�timas, seus familiares e advogados com absoluta imparcialidade. Temos grande esperan�a em solucionar o quanto antes todos os conflitos pendentes, sem a necessidade de pronunciamentos da Justi�a.

Permanecemos absolutamente transparentes em todas as nossas a��es.

A reabertura do Templo Cervejeiro, bar e restaurante que possui todas as licen�as para funcionar, gera empregos, impostos e receitas, trouxe nova repercuss�o de mat�rias pela imprensa, nas quais foi afirmado que teria ocorrido uma "festa" de reinaugura��o e relan�amento de produtos. Jamais ocorreu a mencionada festa. A not�cia � absolutamente inver�dica. Reabrimos sim, e o p�blico que sempre nos prestigiou compareceu em bom n�mero, gra�as a Deus. O ambiente de descontra��o de um bar e restaurante n�o pode ser confundido jamais como uma festa. N�o deixamos de sentir muita dor pelo o que ocorreu, mas entendemos que a �nica forma de poder ajudar � continuarmos com as nossas atividades, e assim faremos.

Agradecemos a cada uma das manifesta��es de apoio que recebemos. Como s�o importantes para n�s. Prosseguiremos.

BACKER