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Estado de Minas GERAL

Mulheres tiveram dificuldade de pedir ajuda na quarentena


20/10/2020 07:00

O Brasil registrou 648 casos de feminic�dio no primeiro semestre de 2020, segundo o F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica. O �ndice representa aumento de 1,9% em rela��o aos seis primeiros meses de 2019. O comportamento de outros indicadores de viol�ncia contra as mulheres aponta, ainda, que a quarentena e a falta de pol�ticas p�blicas podem ter dificultado que as v�timas buscassem socorro.

Segundo o relat�rio, as chamadas por viol�ncia dom�stica para o 190, n�mero que aciona a Pol�cia Militar, subiram 3,8% no per�odo. Em contrapartida, exceto pelos homic�dios, todos os crimes motivados por quest�o de g�nero sofreram queda de registro nas delegacias - o que leva pesquisadores a crer que, em vez de representar uma melhora do cen�rio, na verdade a pandemia de coronav�rus teria dificultado ainda mais o combate a esse tipo de crime no Pa�s.

Entre janeiro e junho, o F�rum identificou recuo nas notifica��es de les�o corporal dolosa (de 122,9 mil para 110,8 mil), amea�as (de 282,9 mil para 238,1 mil), estupros (de 9,6 mil para 7,4 mil) e estupros de vulner�veis (de 18,9 mil para 14,7 mil). De acordo com o Anu�rio, s�o casos em que o registro da ocorr�ncia depende de a mulher ir at� a delegacia, ao contr�rio do que ocorre quando h� um assassinato.

"Como a maior parte dos crimes cometidos contra as mulheres no �mbito dom�stico exige a presen�a da v�tima para a instaura��o de um inqu�rito, as den�ncias come�aram a cair na quarentena, em fun��o das medidas que exigem o distanciamento social e da maior perman�ncia em casa", diz o texto de Amanda Pimentel e Juliana Martins, pesquisadoras do F�rum. "Al�m disso, a presen�a mais intensa do agressor nos lares constrange a mulher a realizar uma liga��o telef�nica ou mesmo de dirigir-se �s autoridades competentes para comunicar o ocorrido."

O estudo indica, ainda, que o Brasil deixou de seguir exemplos internacionais na cria��o de alternativas mais eficazes para acolher as v�timas. Enquanto o governo esteve focado na expans�o de canais de den�ncias, campanhas e recomenda��es gerais, pa�ses como Fran�a, Espanha, It�lia, por exemplo, transformaram quartos de hot�is em abrigos tempor�rios para mulheres em situa��o de viol�ncia.

J� os dados consolidados de 2019 apontam que os feminic�dios registraram alta de 7,1% no Brasil, com um total de 1.326 ocorr�ncias, o equivalente a mais de tr�s casos por dia. Os pesquisadores alertam que a escalada de casos vista a partir de 2015 pode estar relacionada tanto com melhorias na forma como os Estados notificam o crime, quanto ao aumento, de fato, do fen�meno.

Das v�timas, 66,6% eram negras e 56,2% tinham entre 20 e 39 anos (ou seja, mulheres em idade reprodutiva), ao contr�rio dos homic�dios comuns. Outro elemento que destoa � o objeto usado no crime. Enquanto nos assassinatos em geral h� preval�ncia de arma de fogo, 53,6% dos feminic�dios foram cometidos com armas brancas. Em 90% dos casos, o autor � um companheiro ou ex-companheiro da v�tima.

Oito minutos

No ano passado, o Pa�s registrou ainda um total de 66.123 boletins de ocorr�ncia de estupro, ou 1% a menos do que em 2018. Na pr�tica, o indicador representa um caso a cada oito minutos. Segundo o relat�rio, a maioria das v�timas � do sexo feminino (85,7%) e tem no m�ximo 13 anos (57,9%). Em tr�s a cada dez casos no Pa�s, a crian�a n�o chegou a completar 10 anos.

Em n�meros absolutos, a maior parte das ocorr�ncia de estupro foi notificada em S�o Paulo, com 12,3 mil registros feitos. J� proporcionalmente Mato Grosso do Sul continua com o pior resultado do Pa�s, apresentando taxa de 83,1 casos por 100 mil habitantes. Em rela��o � autoria, o F�rum verificou que em 84% das vezes o autor era conhecido da v�tima.

Dados gerais

Como o Estad�o mostrou ontem, ap�s o Brasil ter registrado em 2019 a menor taxa de homic�dios da d�cada, o n�mero de assassinatos voltou a subir neste primeiro semestre. Entre janeiro e junho, o Pa�s relatou 25.712 mortes violentas, ou 7,1% a mais.


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