O Instituto Butant� informou ontem que os testes brasileiros da vacina Coronavac, conduzidos em parceria com a farmac�utica chinesa Sinovac, mostram que o imunizante � o mais seguro entre todos os que est�o em fase final de testes no mundo por apresentar o menor �ndice de efeitos colaterais.
Os dados consideram o acompanhamento de 9 mil volunt�rios brasileiros j� vacinados no Pa�s. No monitoramento feito ap�s sete dias da aplica��o, os pesquisadores observaram apenas efeitos colaterais leves, como dor no local e na cabe�a. N�o houve registro de eventos adversos graves nem febre alta.
"Fizemos o comparativo desses dados com o que est� dispon�vel na literatura cient�fica das vacinas que est�o sendo testadas. A vacina do Butant� � a mais segura. Todas tiveram efeitos colaterais grau tr�s, que s�o os mais importantes. A vacina do Butant� n�o teve. Febre � outro indicativo importante, e na do Butant� foi de apenas 0,1%. Em febre acima de 38 graus, foi zero. � a vacina mais segura neste momento, n�o s� no Brasil, mas no mundo", disse Dimas Covas, diretor do instituto.
De acordo com dados apresentados pelo Butant�, a incid�ncia de eventos adversos entre os volunt�rios foi de 35%, ante ao menos 70% em outros imunizantes. A compara��o foi feita com dados das pesquisas de Moderna, Pfizer/BioNTech, AstraZeneca e CanSino. "O sintoma mais frequente foi dor no local, num patamar de 18% entre todos os que receberam placebo ou vacina. O outro foi dor de cabe�a, que pode estar relacionada com a vacina ou n�o. E os demais efeitos, como mialgia, fadiga, calafrios, s�o menores que 5%", completou o cientista.
Efic�cia
Conforme antecipado pelo Estad�o no domingo, embora os testes no Brasil comprovem a seguran�a da Coronavac, os dados de efic�cia do imunizante s� devem sair no fim do ano. Depois da conclus�o dos testes, o Butant� ter� de enviar os resultados � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) para solicitar o registro do produto. O �rg�o tem at� dois meses para emitir um parecer, o que torna improv�vel que a vacina��o tenha in�cio ainda em 2020, como j� prometido pelo governador Jo�o Doria (PSDB).
Anteriormente, Doria havia anunciado que a previs�o era iniciar a imuniza��o no Estado no dia 15 de dezembro, com profissionais de sa�de. Na coletiva de imprensa desta segunda-feira, os representantes do governo afirmaram que n�o � poss�vel dar uma nova data para in�cio da vacina��o, pois dependem da inscri��o de mais volunt�rios, que devem chegar a 13 mil, e do contato desses participantes com o v�rus, para confirmar que o imunizante protege de fato. "Houve uma diminui��o no n�mero de volunt�rios inclu�dos nas �ltimas semanas, da� a necessidade de refor�ar que mais volunt�rios se inscrevam", ressaltou Covas.
Jo�o Gabbardo, do Centro de Conting�ncia contra a Covid-19, afirmou que outro entrave para a finaliza��o do estudo � atingir o n�mero m�nimo de infectados pela covid-19 entre o grupo de volunt�rios para saber se a incid�ncia da doen�a foi maior entre o grupo placebo do que entre o grupo vacinado, o que comprovaria o car�ter protetor do produto. Os volunt�rios dos testes da Coronavac s�o todos profissionais de sa�de, justamente por estarem mais expostos ao v�rus.
No entanto, como a circula��o do v�rus diminuiu em S�o Paulo e no Pa�s nas �ltimas semanas, chegar ao n�mero m�nimo de infectados para a comprova��o de que o imunizante funciona se torna mais dif�cil e demorado. Para a primeira an�lise de efic�cia da Coronavac, s�o necess�rios 61 casos de contaminados entre os volunt�rios. "Queremos aumentar a velocidade (de pessoas contaminadas entre os volunt�rios para checar efic�cia), mas a transmissibilidade tem diminu�do entre os profissionais de sa�de justamente por causa das medidas efetivas que tem sido adotadas. Ent�o isso joga contra", afirmou Gabbardo.
Podem participar dos testes da Coronavac profissionais de sa�de que est�o na linha de frente de atendimento, sem limite de idade. A inscri��o deve ser feita diretamente com o hospital ou instituto de pesquisa participante. S�o 16 espalhados pelo Pa�s.
Pr�ximos passos
Doria voltou a afirmar que espera que a vacina, caso se mostre eficaz, seja incorporada pelo Minist�rio da Sa�de para vacina��o de todos os brasileiros. Ele disse que ter� uma reuni�o amanh� com o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, e com o diretor-presidente da Anvisa, Ant�nio Barra Torres, para tratar do tema.
A Coronavac come�ou a ser testada no Brasil no fim de julho, com previs�o inicial de 9 mil volunt�rios em 12 centros de pesquisa. Em setembro, o Butant� obteve aval da Anvisa para aumentar para 13 mil o n�mero de participantes do ensaio cl�nico, que ganhou mais quatro centros.
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