
Gabriel, que trabalhava na montagem do evento, e outros dois homens foram baleados e mortos em uma troca de tiros entre policiais militares e bandidos no Morro da Bacia, no Amba�, em Nova Igua�u. O neto do sambista chegou a ser socorrido pelos policiais militares e levado ao Hospital da Posse. No entanto, n�o resistiu aos ferimentos. O sepultamento ocorreu nesta segunda (19/10), no Cemit�rio de Nova Igua�u.
Durante o vel�rio, o cantor comentou que a fam�lia est� "arrasada" desde a morte do jovem. Neguinho falou, ainda, sobre a trucul�ncia nas abordagens policiais a moradores de comunidades e que, se um dia a pena de morte for implantada no Brasil, "n�o sobra um negro". Ao desabafar sobre o acontecido, o sambista disse que o filho Paulo Cesar Marcondes, pai de Gabriel, vai processar o Rio de Janeiro.
“Meu filho vai processar o Estado. A justificativa � a seguinte: ‘Seu neto estava no lugar errado, na hora errada’. Queria que ele estivesse onde? Num shopping na Barra? Aqui em Copacabana? Se todo lugar no Rio � perigoso. � muito f�cil fazer justi�a em cima do negro sem defesa. Uma vez perguntei a um amigo, um grande jurista, sobre o que aconteceria se a pena de morte fosse aceita no pa�s. Ele disse: ‘S� v�o viver os brancos, v�o matar todos os negros’. Negros j� nascem suspeitos. Em negro, atiram primeiro para depois saber quem �”, ressaltou.
Mudan�a
O artista n�o informou a data em que pretende deixar o pa�s. A ideia, no entanto, n�o � nova. Os planos foram interrompidos pela chegada da pandemia causada pelo novo coronav�rus.
“(Penso) h� muito tempo. S� n�o aconteceu com a pandemia. Sem show, tive que gastar tudo, s� saiu. O suporte que eu tinha, com essa finalidade, foi tudo. N�o vou criar minha filha aqui depois do que aconteceu com o Gabriel. N�o vou mesmo”, afirmou o cantor.