Bolsonaro posta foto ao lado de c�o e diz: 'vacina obrigat�ria s� no Fa�sca'

Em meio � pol�mica sobre a vacina��o contra a covid-19 ser obrigat�ria ou n�o, o presidente Jair Bolsonaro divulgou no s�bado � noite uma foto em suas redes sociais ao lado de um cachorro com a mensagem "vacina obrigat�ria aqui s� no Fa�sca".

A publica��o vem no desfecho de uma semana marcada por embates em torno da posi��o do governo federal sobre a pol�tica de imuniza��o contra a doen�a, que j� matou quase 157 mil brasileiros, quando houver uma vacina completamente testada e aprovada por autoridades sanit�rias. O presidente tem pregado a n�o obrigatoriedade da vacina��o.

Uma lei sancionada por Bolsonaro em fevereiro deste ano, por�m, estabelece a possibilidade de autoridades determinarem a realiza��o compuls�ria de vacina��o "para enfrentamento da emerg�ncia de sa�de p�blica de import�ncia internacional" decorrente do novo coronav�rus.

O texto teve como origem um projeto de lei enviado pelo pr�prio governo, quando o ministro da Sa�de ainda era Luiz Henrique Mandetta - que acabou deixando o cargo ap�s divergir publicamente sobre a condu��o das medidas de sa�de para combate � crise.

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) enviou, em setembro deste ano, um projeto de lei para retirar a vacina��o compuls�ria da lista de medidas poss�veis de serem adotadas.

Kicis faz parte do grupo de parlamentares mais ligado � ala ideol�gica do governo.

A vacina��o obrigat�ria tamb�m se tornou o centro de uma batalha judicial no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao menos sete partidos recorreram � Corte para questionar temas relacionados � imuniza��o. O relator, ministro Ricardo Lewandowski, pediu explica��es ao Planalto e j� adiantou que n�o ir� decidir sozinho sobre os pedidos de liminar, o que deve caber ao plen�rio.

Duas a��es miram justamente a quest�o da obrigatoriedade da vacina��o. O Partido Democr�tico Trabalhista (PDT), que integra a oposi��o do governo, pede que o STF reconhe�a a compet�ncia de Estados e munic�pios para determinar ou n�o a imuniza��o compuls�ria.

J� o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), da base aliada do presidente, solicita que essa possibilidade seja declarada inconstitucional.

H� ainda uma a��o em que PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania pedem que o Supremo impe�a Bolsonaro e o ministro da Sa�de, general Eduardo Pazuello, de praticarem quaisquer atos que dificultem a continua��o das pesquisas sobre vacina.

J� a Rede Sustentabilidade, em outra a��o, tamb�m requer que o governo federal apresente um plano de vacina��o.

Al�m do debate sobre a obrigatoriedade da imuniza��o, Bolsonaro tamb�m entrou em rota de colis�o nesta semana com o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), por causa da Coronavac, vacina produzida em parceria pelo laborat�rio chin�s Sinovac e pelo Instituto Butantan, de S�o Paulo.

Na ter�a-feira, 20, Pazuello chegou a anunciar que o governo federal compraria 46 milh�es de doses da vacina chinesa. Um dia depois, ele foi desautorizado por Bolsonaro, que ficou inconformado com o palanque dado a Doria diante do an�ncio do acordo.

A nacionalidade e o domic�lio eleitoral da vacina acabaram ressuscitando a ala ideol�gica do governo, que atacou a iniciativa tomada com aval dos generais. "Presidente, a China � uma ditadura, n�o compre essa vacina, por favor. S� tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interfer�ncia da Ditadura chinesa", comentou um usu�rio no Twitter.

Na ocasi�o, o presidente reagiu em letras mai�sculas: "N�O SER� COMPRADA". No mesmo dia, em publica��o no Facebook oficial, com o t�tulo "A vacina chinesa de Jo�o Doria", ele afirmou que "qualquer vacina, antes de ser oferecida, dever� ser comprovada cientificamente pelo Minist�rio da Sa�de e certificada pela Anvisa" e que "o povo brasileiro n�o ser� cobaia de ningu�m".

O tom � diferente do discurso de Bolsonaro sobre o uso da cloroquina contra a covid-19, cuja falta de comprova��o de efic�cia cient�fica sempre foi minimizada.

A Coronavac est� na fase 3 dos testes cl�nicos, os mais avan�ados em humanos. Segundo os dados mais recentes, o imunizante teve os melhores resultados de seguran�a entre todos que est�o em teste. Os dados de efic�cia devem sair at� dezembro.