
A opera��o da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro que investiga a exist�ncia de material in�dito do cantor e compositor Renato Russo supostamente obtido de forma ilegal movimentou o cen�rio de pesquisadores e produtores musicais que trabalharam com a obra do artista e da Legi�o Urbana. Na avalia��o deles, h� excessos na investiga��o e informa��es desencontradas circularam a partir das buscas feitas na segunda-feira (27/10).
Produtor musical de Renato Russo, Carlos Trilha afirmou, em postagem nas redes sociais, que o que existia de material in�dito “j� foi totalmente espremido”. “ N�o existem m�sicas in�ditas. Existem letras n�o usadas por Renato que estariam sendo musicadas por terceiros”, escreveu. “As tais ‘vers�es in�ditas’ de m�sicas que j� existem � quase certo que sejam remixagens utilizando as vozes guia das faixas que possu�am este registro. (Renato odiaria isso)”, complementou. Trilha n�o foi alvo das a��es da opera��o.
A jornalista e escritora Christina Fuscaldo, autora do livro Discobiografia legion�ria, avalia que as a��es da opera��o de ontem podem ser consideradas uma esp�cie de censura. “Se o herdeiro do Renato Russo avan�ar com isso e sair vitorioso (e a gente sabe que a imprensa tem papel fundamental na cr�tica ao ocorrido), abre um precedente que ser� p�ssimo para n�s, jornalistas, escritores, documentaristas, produtores etc. Mal comparando, isso � tipo a proibi��o do livro do Roberto Carlos”, escreveu tamb�m nas redes sociais.
“Amanh�, podem bater na minha (casa) alegando que, porque eu fiz um livro, "pode ser" que eu tenha material in�dito. Ou de outros f�s que compram, vendem, colecionam material in�dito (tem muitos por a�)”, registrou. “Caso eu seja uma das v�timas do herdeiro e esteja sendo investigada, j� digo logo: nunca tive, meus livros falam s� de discos oficiamente lan�ados.”
Viol�ncia
O produtor e pesquisador Marcelo Froes afirmou, em entrevista ao Correio na noite de segunda-feira, Froes que foi surpreendido pelas buscas e apreens�es da Pol�cia Civil. Froes, que trabalhou por anos com a fam�lia do l�der da Legi�o Urbana e teve contato pr�ximo com o m�sico, tornou-se alvo ap�s a Pol�cia come�ar a investigar den�ncias do filho de Renato, Giuliano Manfredini, a um perfil fake.
"Sempre fui muito assediado por f�s para saber se ia sair alguma coisa do Renato, por esse trabalho que fiz. Casualmente, conversei com uma menina que tinha interesse muito grande pelos bastidores. F�s eram muitos �vidos por informa��es e n�o tinha nada demais em conversar com eles. Mas, uma dessas pessoas era um fake (essa menina) que tinha um site para falar mal de gravadoras e cobrar lan�amentos da Legi�o. Vim saber isso quando a pol�cia bateu na minha porta. Essa pessoa reclamava de uma forma bem agressiva, o que deve ter feito o Giuliano tomar provid�ncias”, disse Froes.“Essa situa��o me prejudica porque preciso do meu celular, do meu computador para fazer o meu trabalho. � uma viol�ncia.”
Froes, que trabalhou por anos com a fam�lia do l�der da Legi�o Urbana e teve contato pr�ximo com o m�sico, tornou-se alvo ap�s a Pol�cia come�ar a investigar den�ncias do filho de Renato, Giuliano Manfredini, a um perfil fake. Em entrevista ao jornal O Globo, o f� respons�vel pelo perfil fake afirmou que apenas divulgou materiais que j� estavam dispon�veis na rede.
O Correio n�o conseguiu contato com Giuliano Manfrendini. O espa�o segue aberto para manifesta��o.